Veio como um barco
Sem um cais
Por mais clichê que seja
Me trouxe paz

Bem que você podia ter
Se ancorado em mim
Não fosse a ânsia de dizer
O que qualquer um quer ouvir

Passou como um barco
Talhou minha paz
Suas ondas até hoje ecoam

Bem que você podia ter
Desbravado o meu mar
Se não era hora de dizer
Pra que se aventurar?

Você passou tão rápido
Mais de mil nós
Não sei quanto é que vale
Sei que é veloz

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Vozes - Thiago Ramalho (A Banda Mais Bonita da Cidade/Trombone de Frutas [e mais umas cinquenta])
Teclado, violão, guitarra e samples - Eduardo Rozeira
Mix e Master - Guigo Berger (Solfá Produções)
Arte - Mariana Benevides (Sloppy Collage)

Música de Eduardo Rozeira

Talha (a)mar

Se fosse pra levar a sério cada coisa
Que sai da sua boca
Não restaria quase nada de pé
Já tentei acreditar
Mas

Não dá mais
Não dá não
Não dá mais
Não dá não
 
Já perdeu credibilidade
A partir do momento
Que resolveu se enclausurar
Dentro de um espaço tão pequeno
Que é a sua
Cabeça

Não dá mais
Não dá não
Não dá mais
Não dá não
Não dá mais
Não dá não
Não dá mais
Não dá não

"Mesmo que desse, tu não me desce
Ai se eu pudesse... Silenciava essa gritaria só fazendo prece

Pai Nosso, meu anjo, Ave Maria...
Rezava pra tudo que é santo mas não adiantaria

Equação: ignorância menos inteligência
O mal da cabeça quadrada é a estúpida insistência

Num quer aprender sobre nada, afinal, já sabe de tudo
Tropeça nas próprias palavras porque falta conteúdo

E o estudo é aquilo que o espelho vai refletir
A auto confirmação de que o mundo gira sobre si

Agora e se, não existissem pessoas assim
Provavelmente os locais que eu frequento fossem menos ruins

Aaaah... Me dá um tempo pra respirar
Sua ausência na minha presença é algo pra comemorar

Eu corto, até aconselho sua face morta
Só que os deuses da padaria ainda fabricam ideia torta

E o que será que vai crescer na sua horta fi?
Fala esse monte de esgoto e a paciência se esgota

Vai, troca de rota aí ó, sem maldadade
Que essa tua vida de mentira nunca vai ser de verdade"
[Pete Mcee]


Eu não aguento essa ansiedade
(Não dá não)
Que dá pra ver que você sente
Toda santa vez quando alguém fala de alguma coisa
que você acha que sabe

Não dá mais
Não dá não
Não dá mais
Não dá não
Olha lá
O monólogo vai começar 
Não dá mais
Alguém arranca minha orelha
Por favor
Será que alguém pode me emprestar
Uma agulha
Pra eu furar o meu timpano
Ou talvez
Você possa me fazer um favor
Cala a boca

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Vozes e co-produção - Yuri Lemos (Crododilla)
Rap - Pete Mcee (Estúdio 172)
Baixo, guitarra, violão, samples e produção - Eduardo Rozeira
Piano, Rhodes e Hammond - Marc Olaf (Trombone de Frutas/Klezmorim [e mais umas cinquenta])
Bateria, co-produção, Mix e Master - Guigo Berger (Solfá Produções)
Arte - Naiara Akel

Bateria, Guitarra e vozes gravados no estúdio Rec n' Roll (um beijo e um afago no coração do Madureira)
Baixo, violão e teclas gravados no meu quarto

Música de Eduardo Rozeira

Padaria Van Gogh

Ela quis tentar achar
O que lhe condenava a uma vida
De teorias, e sem mais
Deu de cara com o que já sabia

Mas pode aceitar o que escutou
Pensando no futuro
Não quis tentar mudar
Mergulhou, foi fundo

"No fundo, no fundo
bem lá no fundo
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto

a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela - silêncio perpétuo

extinto por lei todo o remorso,
maldito seja quem olhar para trás,
lá para trás não há nada,
e nada mais

mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas"
(Paulo Leminski)

E foi buscar pra lá de um verso
Exposta em um refrão de linhas claras
A resposta para o que
Talvez seja uma falha ou 
Talvez também seja uma 

Forma de encarar
Tudo a sua volta
E assim me faz pensar
Que ninguém nasce morta



Voz - Igor Kos
Bateria - Eduardo Souza
Saxofone - Gianlucca Azevedo (Whales)
Produção, samples, baixo e guitarra - Eduardo Rozeira
Mix e master - Guigo Berger (Solfá Produções) 
Arte - Eloiza Montanha

Música de Igor Kos e Eduardo Rozeira
Poema de Paulo Leminski

Alma

Não voltar atrás
Não querer saber demais
Não quero me forçar
A entender
Se já ficou pra trás
Nem tem porque

Eu já ouvi dizer que o passado mora longe
Não que eu arrependa, mas as vezes eu quero saber
Será que este "longe", é um lugar tão distante?
Pra eu não querer mais voltar
Nem na primeira classe

"Meu coração é um objeto
Em estado de desuso
Eu esqueci ele na sua casa
Mas não voltarei pra pegar
Não, meu bem
Eu não voltarei pra buscá-lo"
(Conde Baltazar)

Não voltar atrás
Não querer saber demais
Não quero me forçar
A entender
Se já ficou pra trás
Nem tem porque

Não voltar atrás
Não querer saber demais
Não quero me forçar
A entender
Se já ficou pra trás
Nem tem porque

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Vozes - Conde Baltazar (Trombone de Frutas/Trio Kraide)
Piano, Rhodes e Sintetizador - Daniel Egg Neto
Flugelhorn - Lucas Ramos (Bananeira Brass Band)
Bateria - Matheus Castella  (Marrakesh)
Guitarra, samples e produção - Eduardo Rozeira
Gravado e mixado por Guigo Berger no estúdio Rec and Roll.
Arte - Carolina Andrade

Voz, bateria e trompete gravados no estúdio Rec and Roll.
Guitarra e teclas gravados no meu quarto

Música de Eduardo Rozeira

Data de lançamento:
08 de novembro de 2016

Assento B09

Gota é um projeto multicultural que parte da música. Funciona assim: uma composição minha é apresentada a outro(s) músico(s) que a complementa(m). Por fim, cada música ganha um visual pelos olhares de diferentes artistas plásticos, fotógrafos, ilustradores, entre outros.

Gota

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