Curto a noite 
Em andrajos sujos 
Enfeitando a ausência com
Balões murchos
Encenando a peça que
Fiz com meu par de vis
Marionetes que
Queimo assim que acabar
Lamurienta sentencia ao claustro
Quem já não quer mais saber 
De aplaudir ou vaiar
Mal me notam os cães
Que ladram calam
Eu tenho a noite como 
Uma extensão de mim
Bem como um galho seco
Um pó que se acumula
Teias que cobrem o teto
Um vulto que se insinua
Curto a noite em pé
Lá do arranha-céu
Ali do alto
Paciente feito um deus
Que tudo pode 
Mas nada parece querer fazer
Com essa forma estranha 
De dizer
Que se importa com minha dor
Talvez ser omisso 
Seja um sinal de amor

Noctívago [2015]

Discurso parafraseando 
Verborreia pastoril que amarga 
Profundamente o espírito.

No mundo peculiar da reclusão 
Assim calado eu me afasto fria estátua
Tímido sem nada a questionar.

Embora em tenra idade 
O coração já velho exausto bate lento
Tragam-me urgente o desfibrilador
Se o embalo em meu peito 
Cujo toque frio marca o arrepio
Na pele desprovida de calor

Eu sei
Eu sei
Eu sei
Eu sei

Se as luzes que evoco outra
Recobriam os altos cimos
Tímidas se afastam sem me escutar
Se a ponte instável estala a cada passo 
É meu único caminho
Densas trevas logo eu sei vão me cercar

Eu sei
Eu sei
Eu sei 
Eu sei 

O abismo me sorri de volta
O abismo me sorri de volta
O abismo me sorri de volta

De Profundis [2015]

Versão acústica da Música Expectativa [...]

Veja e ouça a versão original em:
https://www.youtube.com/watch?v=bKjZHN89eLw

Expectativa Certa De Tragédias Não Vividas - Acústica

11 RUA WhtsPP NTS 90

10 Xote FUZZ DBF#G 90

09 Desespero GRGM 44

07 Cumes WsApp

A arte nos salva sempre. Ouça, respire, pense!

A música foi feita em casa, á distância... compartilhando áudios de Whatsapp aqui e ali, enquanto nos adaptamos a esse momento.


Penso no absurdo e assumo o risco de aceitar / viver cada segundo livre de sentido prévio / num plano finito tão contrário às intenções / de quem não ergueu muralhas pra cercar os seus castelos / Definido o absoluto pra não sucumbir ao caos, / reinvento mitos, velhos ritos, tudo igual./ Autosemelhante o ciclo só reflete o que condiz, / em frames lentos com o que o tempo então prediz./ Mesmo previsível, sei que o certo é abraçar, vida e morte, amor e ódio... Superar!

Epílogo/Prelúdio

Com músicas que recriam paisagens sombrias remetendo indubitavelmente o ouvinte à reflexão a Riso do Abismo surge com o propósito de inovar sem se ater aos mecanismos comuns de padronização comercial, fazendo o que gosta com verdade e entusiasmo.

Riso do Abismo

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