Levava a vida na maior "canseira", ia a pé pra Dom Ribeiro por falta de condução
E a labuta era na Ferreira, na esquina com a Pitanga bem no fim do quarteirão
Foi fazer uma serenata pra "Ioiô", lá na casa do chapéu
perdeu a hora do almoço, mas esse não foi o desgosto maior

Deixava quase a metade do ordenado sempre ao lado do armário e um bilhete escrito à mão
Iolanda, benzinho, gaste com cuidado! Sei que não é um bom bocado mas garante seu salão
Mas "Ioiô" não deu valor ao seu amor, terminou a relação
É, tanto esforço pra nada, vida, amor, paixão ingrata. vê só...

Quem vai dizer que o amor é só bom não sofreu decepção
Se previsse a separação
Se dedicaria mais a si e poupava o coração
nao se entregaria tanto assim... Mas até que foi bom como lição

ONDAS DE CRISTAIS

LABUTA FERRENHA

Eu não fui capaz, mesmo sem querer
Apaguei o sol. Fiz por merecer.
Ver você sem mim e o que sobrou do amor
Se mostrou na areia e a chuva apagou

Como se a gente não pudesse se encontrar, o dia não cansasse de chover
Meus olhos não pudessem mais abrir, a noite não quisesse amanhecer
Os homens não pudessem mais chora, o dia desistisse de existir
Meu barco ancorado em alto-mar, perdido...

Cada um por si. Quanto vai custar?
Não posso pedir mais do que posso dar
O céu não se abriu, o mar se rebelou
Um tanto vazio, mesmo sem rancor

CADA UM POR SI

Aprendi a olhar, profundo no olho no fundo eu escolho 
Seu mundo no fundo do olhar
Decidi não calar, menina dos olhos, retina, os labios e a boca:
Testemunha ocular.
Quando vim repousar, vidrado no gosto, meu olhar exposto
E seu rosto rondando por lá
Desmedir, entregar, o brilho e o fosco, a lua e o oposto:
O medo do dia clarear

Quando o olhar anunciou o vento carregando areia
O oásis inundou o deserto e nunca mais
Quando o olhar anunciou o vento carregando areia
O oásis inundou o deserto e nunca mais secou

TESTEUNHA OCULAR

TESTEMUNHA OCULAR

Quando você sentir saudade, escute uma bela canção
Nas belas canções você vai me encontrar,
Mas se acaso se entristecer eu posso entender,
Mas não vou aceitar porque

Você é coberta de amor e o amor 
É bem maior que qualquer coisa ruim
Que tente invadir seu coração e o seu coração é meu também
Não importa de que lado do equador for
Pode sorrir pois o sol sempre nasce pros dois

Eu sei que o seu coração latino tem
Calor pra incendiar seu sonhos vem
Comigo dominar o mundo, bem
Eu digo com as razões que nos convém
Não queria você tão distante assim mas o mais importante
É que seja feliz perto ou longe de mim

Mas se acaso se entristecer eu posso entender,
Mas não vou aceitar porque
Você é coberta de amor e o amor 
É bem maior que qualquer coisa ruim
Que tente invadir seu coração e o seu coração é meu também
Não importa de que lado do equador for
Pode sorrir pois o sol sempre nasce pro
Seu coração latino que tem
Calor pra incendiar seu sonhos vem
Comigo dominar o mundo, bem
Eu digo com as razões que nos convém
Não queria você tão distante assim mas o mais importante
É que seja feliz perto ou longe de mim

PERTO OU LONGE

Você levou as fotos, deixou uma saudade 
Na prateleira da sala de estar
Pediu que eu ajudasse com uma mala leve
A que ficou é um peso só não dá

O dia se foi e eu não cheguei a dizer que não deixei de te amar
Não vá, não vá, não vá!
O tempo não volta atrás, depois é só dor a mais
Oh baby não vá, não vá, não vá!

Você dobrando as roupas desarrumou meu peito
Antes de ir, não quis ouvir um "A"
A casa toda em ordem, vou ter que me virar
E aprender a me redesorganizar

REDESORGANIZAR

Dois Litorais - (Sobrinho e Wilson Bebel)

Na linha onde o horizonte se rende ao mar
Meus olhos cumprem sentença de te esperar
O mar vem salgar a saudade, destemperar
Meu bem me dá um instante pra respirar... e entender

A dor da partida, o cheiro da chuva pela despedida do sol
Mas a lua vem, linda e nua, tem em seu brilho
A cor dos seus olhos, o gosto do beijo, o aperto no peito ao voltar
Encontrar você e lembrar porque voltei

Eram sorrisos apenas dias atrás. Hoje dez horas a menos, dois litorais
Posso passar alguns meses, dois verões ou mais
posso perder o juízo, deixar a paz e a lembrança na dor da partida...

DOIS LITORAIS

Talvez traga sabores ácidos, quem sabe a cor seja marfim
Pode atrapalhar meu ócio e eu não consiga mais dormir

Chega, eu nem tava esperando, mas deixo brincar com meus planos
Seu lugar já estava aqui quando nem pensava em vir, deixa que eu te guardo
Chega, toma seu lugar à mesa, não repare a casa cheia
Já é hora de dormir, põe teu coração em mim e deixa que eu te guardo aqui

Pode ser que aconteça do meu coração explodir
Quem sabe não me reconheça e eu chore ao lhe ver sorrir

DEIXA QUE EU TE GUARDO

Desfazer os nós cruzar o mar, depois que o frio der trégua
Dançar reembalar, fechar os olhos e deixar o que ficou pra trás
O céu amanheceu multicolor, filtrou meus sonhos e o que restou
Foi beijo devagar, foi rosa nos jardins, enfeite nos quintais

Quando a maré subir e cobrir o cais, os peixes coloridos nos corais
Virão pra ver a luz, a água espelhar, as ondas de cristais
O destino da onda é leva e traz, mas entro no seu mundo e tudo em paz
Criança molha os pés, teme se afogar, mas fica encantada ao ver o mar.

Sobrinhooficial

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