A grande notícia do momento, aguardada por muitos, é que o Brasil vai concorrer ao Oscar neste ano. “Ainda estou aqui” foi indicado nas categorias “Filme Internacional” e “Melhor filme”, além de “Melhor atriz”, pela atuação de Fernanda Torres no papel de Eunice Paiva. É a primeira vez na história que um filme brasileiro concorre na maior categoria da premiação. Fernanda Torres já venceu o Globo de Ouro como “Melhor atriz de drama”, o filme já é um sucesso que levou pelo menos 3,5 milhões de brasileiros ao cinema, de acordo com a Comscore, empresa de análise de comportamentos do consumidor em plataformas de mídia. O aclamado longa de Walter Salles não só coloca em pauta a ditadura militar em um momento importante quanto traz à tona a figura da advogada Eunice Paiva, que lutou para que fosse revelado o destino do corpo de seu marido, Rubens Paiva, chefiou a família e se tornou referência na luta por direitos humanos, principalmente dos povos indígenas e pela memória das vítimas da ditadura. 

O reconhecimento dessa produção suscita uma discussão sobre o atual momento do cinema brasileiro, que cresceu de maneira significativa no último ano. Segundo a Agência Nacional do Cinema (Ancine), até setembro do ano passado, 7,37 milhões de pessoas haviam visto produções brasileiras nas telonas, antes mesmo das estreias de “Ainda Estou Aqui” e “O Auto da Compadecida 2”. Ainda de acordo com a Agência, o Brasil atingiu novo recorde em 2024: ao todo, 3.509 salas de exibição operam no país, o maior número da história. Após a pandemia da covid-19 e um governo federal que desestimulou e tentou interferir não só no cinema, mas nas artes em geral, ter a primeira indicação de um filme brasileiro a melhor filme no Oscar é um feito notável. 

O momento atual do cinema brasileiro, com destaque para obras que estão fora do circuito comercial, foi tema de entrevista, no programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, nesta sexta-feira, 24 de janeiro de 2025. No programa, o jornalista Hugo Rafael recebeu o cineasta Daniel Queiroz, diretor da distribuidora Embaúba Filmes.

Daniel Queiroz, da Embaúba Filmes, destaca momento do cinema brasileiro e perspectivas para 2025

Nesta quinta-feira, 13 de março de 2025, o cineasta e artista plástico Cao Guimarães conversou com Luiz Fernando Freitas, no programa Expresso 104,5, sobre o filme Amizade, que estreou em cinemas de todo o Brasil.

O título do documentário sintetiza a essência do filme: uma coletânea de momentos, e memórias acumuladas do diretor ao longo de 30 anos. A obra captura gestos simples, encontros informais e conversas, criando uma sensação de familiaridade e afetividade. No centro dessa construção está a relação do diretor com seus amigos, entre eles Beto Magalhães, produtor de muitos dos seus filmes, cuja mudança de Belo Horizonte para Montevidéu foi registrada em três dias de filmagem. Cao Guimarães nasceu em Belo Horizonte, onde vive e trabalha. Atua no cruzamento entre o cinema e as artes plásticas. Com produção intensa desde o final dos anos 1980, o artista tem suas obras em numerosas coleções prestigiadas. 

Para acompanhar:
instagram.com/caoguimaraes

Filme Amizade, de Cao Guimarães, entra em cartaz em todo o Brasil

A Rádio UFMG Educativa é uma parceria entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), com transmissão de programação diária na frequência 104,5 FM, para a Região Metropolitana de Belo Horizonte, e on-line, pelo site http://ufmg.br/radio. Inaugurada em 6 de setembro de 2005, a emissora oferece uma programação diferenciada e alternativa aos formatos e gêneros musicais já existentes no mercado. Referência em produção radiofônica entre as rádios universitárias do país, a UFMG Educativa tem a missão de dar visibilidade à produção de conhecimento da Universidade, por meio da comunicação pública da ciência e do fomento à discussão constante de temas relacionados à educação e à cultura. A emissora está vinculada ao Centro de Comunicação da UFMG (Cedecom) e é composta pelos núcleos de Jornalismo, Operações e Programação.

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