Soraya Só
Autor: Thiago Ribeiro

Os dias passam e ela na janela a esperar
O grande dia!
Anos se foram e ela, sentinela na janela.

Soraya só,
O sol raia só!

Roupas mofando no armário
E a dor de não ser comum.
Com sua vida em caixas,
Ela só quer pertencer a algum...

Soraya só,
O sol raia só!

Dos seus lhe faltou o toque,
Calor e persistência.
E da mesma janela
Não se vê mais aquela.

Soraya Só

Sombra

Autor: Thiago Ribeiro. 
Sorrateiramente você vem,
Se espalhando pelos cantos feito água.
E outra vez, estou de frente
A uma velha conhecida e indesejada.

Como se me merecesse
Se aproxima confiante
E me envolve em seu abraço
Sufocante.

E ao filme de meus fracassos
Você me remete!
Luto colorido mas 
O preto e branco prevalece.

  - Respire, concentre, não se deixe tomar.
  Resista, insista!
  Resista à força dela!

Sombra

Sai de mim!
Autores: Thiago Ribeiro/Santana da Silva.

Sai de mim!
Com seus conceitos perfeitos.
Pois do jardim 
Só me sobrou espinho no peito
E solidão!

Agora vem você 
Com essa estória de querer
Reavaliar o que passou.
Não é nem por mim nem por você
Mas pelo que restou.

Sem essa de querer um outro nome
Pro seu velho medo de estar só!
Revitalizar o que secou?
Tenha dó!

Sai de mim!
Você e seus espelhos.
Pois do jardim 
Só me sobrou espinho no peito
E solidão!

Sai De Mim

Nossa Casa
Autor: Thiago Ribeiro.

Da porta do quarto,
Da escada ou da sala azul,
Você me observa em paz.

No canto do olho 
Então se revela e faz
Inundar o lugar
De saudade e prazer
Por ainda poder combinar 
Essas coisas com você.

Cada madrugada
Que sinto você passar,
O meu ceticismo estruturado
Fraqueja e tomba!

É quando se vê 
Um homem de trinta
Desmoronar!

Sobre as brancas e negras teclas
Que você mal soube aproveitar
E cada canto da nossa casa
Parece querer mostrar
Que você ainda está lá!

Nossa Casa

A Teia
Autor: Thiago Ribeiro.

A cada gesto seu
Recuo metros e metros
Em busca do que se perdeu
Daqueles versos repletos
De amor e alegria,
Paz e euforia,
Recheados de utopia!

Refrão
Foi demais pra nós
E nossa teimosia admitir
O quanto se insistia em ser
O que o outro queria ver.

Demais pras nossas 
Cabeças vazias perceber
O trançado da teia 
Que rodeia eu e você!
  
A cada gesto seu
Recuo metros e metros
Em busca do que se perdeu
Daqueles versos singelos,
Em busca do que aconteceu
Com aquele beijo lisérgico,
Querendo ver o que sobrou
Do nosso mundo sintético
De amor e alegria,
Paz e euforia,
Recheados de utopia!

Foi demais pra nós
E nossa teimosia admitir
O quanto se insistia em ser
O que o outro queria ver.

Demais pras nossas 
Cabeças vazias desfazer
O trançado da teia 
Que rodeia eu e você!
 
Foi demais pra nós
E a nossa letargia reagir
Àquele filme ser cor
Ao nosso prato sem sabor.

Demais pras nossas 
Cabeças vazias desfazer
O trançado da teia 
Que rodeia eu e você!

A Teia

Incomum
Autor: Thiago Ribeiro.

Incomum, anormal,
Faltando um pedaço, 
Um detalhe, um traço.

Só mais um
Nesse caos.
Solitário itinerário,
Peixe de aquário.

Quisera eu ser padrão.
Quisera eu querer ser padrão.
Encaixe perfeito, solução.

Quisera eu enxergar.
Quem dera eu poder enxergar
Atrás da pedra de gelo que há
Nos olhos dela.

Incomum

3 do 4
Autor: Thiago Ribeiro.

Ela tem o caminhar de quem
Não come nada de ninguém,
E marca o chão por onde passa!

E não se faça de “ joão sem braço”
Que ela dá um nó no seu cadarço
E espera o próximo passo!

3 do 4 tem ali o seu retrato,
Explosão demais,
Coração demais!

Refrão
Tê-la é turbulência
Com vista pra o mar.
De impulsiva essência
Faz vibrar
Toda a ambiência
Que circunda.
E eu, pobre mortal,
Em espiral!

Quando ela quer
É como um trem
A mais de cem
Dê no que der!
Pois marca o chão
Por onde passa.
E a mulher que ali se esconde
Definitivamente não é pra qualquer um
Pois marca o chão e o coração
De quem vier!

3 do 4 tem ali o seu retrato,
Explosão demais,
Coração demais!

3 Do 4

Fragmentada
Autor: Thiago Ribeiro.

Se é te amo que lhe falta
Então tome!
Se é romance que você quer 
Então sonhe!
E se a mim que você quer
Então roube
E me leve aonde eu nunca soube
Que era ali que minha angústia constante
Se renderia frente a tão belo instante.

Se te amo que você é,
Então ame!
Se é romance que você tem
Então doe!
E se a mim que você quer
Me perdoe!

Minha mente fragmentada me confunde.
Não sei se vou ou se tomo um café,
Se toco, se fumo, se ligo pra quem não quer saber,
Se choro ou se ligo a tv!

Fragmentada

A Correnteza
Autores: Thiago Ribeiro/Santana da Silva

Nem tudo se refaz,
Nem tudo se faz ver.
Nem sempre correndo atrás,
Nem sempre na tv.

A correnteza leva e a gente tenta ser.

Casa de papel,
Jardim de mansão,
Torre de Babel,
Lavam-se as mãos.

A correnteza leva e a gente tenta em vão.

Se a correnteza leva,
Que me leve então!

E aí seja o que for, o que houver de vir!
Contanto que seja o amor a conduzir!

Sem resistir ao novo logo ali!

A Correnteza

O Rastro de Vênus
Autor: Thiago Ribeiro.

Pintada demais
Vestida de menos
E aonde ela vai
Segue o Rastro de Vênus

Dançando ela faz
Inimigas mortais 
E ao mesmo tempo
Fãs incondicionais!

Entrou no salão
Conquistou fiéis
Tem tudo na mão 
E entre a cabeça e os pés

Para bar, para DJ, para tudo!
Queixo cai, larga a mão, um absurdo!
É confusão, dissimulação...
-Tava olhando pra quem?
-Eu tava olhando pra ninguém!
E ela finge não ver
Vira o copo, sobe a saia,
Vai pra pista e
Manda ver!

Thiago Ribeiro

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