Rizoma(s) - Ep 1 .  Quem pensa o quê?

Não chora assim
Que o teu choro me acaba
Vê que essa saudade tão ingrata
Afeta no peito de quem não tem como curar
Olha pra mim
E me desculpa que eu não choro
É que aprendi no desconsolo
Que um dos lados tem que ter força pra ajudar
Não faz assim que tu acaba com a alegria
O sonho que busquei nessa magia
Que porventura veio a distancia incomodar
Eu sei, foi egoísmo meu
Eu sei, que tu não mereceu
E esse tempo que não acaba, 
 E não aceita nem mais tempo
Tão incerto no momento
Tão descaso no instante
 celular e tela cheia
Pra te esperançar

Eu te prometo, meu bem
Por todo canto que sinto
Que quando o tempo chegar
te dou um céu de amor por minuto
E te falo ainda que'eu não choro no pranto
Quando o dia chegar vou chorar de alegria
É você meu sol, meu cantar
É você meu céu, de manhã, devagar.


Promenitude

Acorda devagar que o Sol já vem saindo
Acorda do teu sono e o sonho vai sorrindo
O apê parece tão pequeno pra nós dois
Emanemos o amor que fica pois: é Deus, é teu, é nosso.

Enrola e se espreguiça pra ficar na cama
Se não tiver coragem um beijo inflama de novo
Preguiça de estar mais longe de você
E nem dá saudade da saudade bater

Deixe estar, como for amor.
Que eu me importo e cubro por nós dois.

Deixe estar, como for amor
Que eu me importo e cubro por nós dois
Que a cidade tão fumaça e dor
Se inveja com o que cega: AMOR.

Laiá laiá
laiá
laiá
laiá la....

Fator Comum

Era o livro teu, rapaz que me consola
Era o meu destino não te suplicar

Era o meu vestido a roçar paredes
E quebrando enfeites encima da mesa
Pela mão tão forte que me agarra a coxa
E me prende louca pelo teu pulsar
No amor que não devia acabar

E lá na prateleira
Na terceira fileira
O livro que me deu

Só hoje eu entendo
Que o canto do encanto
Era o teu sinal
Me diz agora como fico...
 toda empoeirada?
Meio desgastada e ainda marcada onde tu não leu?

Se era pra me abrir inteira
Degustar prefácio, dizendo ‘tão fácil’
Suspirando em frase e sorrindo à capa... 
O que aconteceu?


Terceira Fileira - part. Aline Monteiro

Cumpadre zé acorda bem cedo e acorda quase no escuro
Cumpadre zé faz café bem sozinho e não esquece que tem um pão duro
Cumpadre zé sente falta do colo e da broa que antes comia
Cumpadre zé só confessa que sente amor se for dona maria

Cumpadre zé quase morreu de chorar
Quando maria se mandou do teu lar

 
Vem Cá Maria
Que o Zé Falou
Que Qué Sentir o Sol
Nascer no teu rosto

Vem Cá Maria
Que o Zé Falou
Que todo Macho
Tem no fundo Do Encosto
Um Amor teu!

Vem Cá Maria
Que O Zé Falou 
Que aquela Broa que Ele
Antes comia

Vem Cá Maria
Que o sabor era
De Milho ou era de 
Alegria?
Do Amor teu
 

 
Eu Vi o Zé
Chorava de Medo de Tanta 
Saudade que Tinha

Eu Vi o Zé
Chorava Maria
Chorava o Zé na cozinha


Cumpadre Zé

Leve encontro entre o mar e a areia, candeia  candeia.
Leve encontro o canto e a sereia, candeia candeia.
Nem me ouviu um recanto meu
Que pediu para a flor passar
No momento que adormeceu
Candeia... areia e mar.


E o cabelo que te penteia... candeia candeia
Vai andar que hoje é lua cheia... candeia candeia


Nem sentiu no amor que é meu
E largou bem ao Deus dará
Quem te ama e te acolheu
Candeia... amor e mar.


Praia Luna - part. Rodrigo Miguez



Onde vamos morar, eu não sei:
“Se é numa praia, 
ou num apê em Ipanema?”
Não entendo como espera isso de mim
Se em teu aniversário
Só te dei um poema

Falando de Amor
E de coisas que bem sei

Pra te falar: 
No final nada disso importa
Sem fumaça é fácil achar
Os meus sonhos que quis pra nós!
E te contar, tendo espaço pro violão
Que o amor que é feito no chão:
É bem mais que dois, é um só!

Nem Tevê, nem carro nem rádio
Tem um banheiro, um sofá e uma cama
Convide logo todos os amigos
Se cada um traz copo
Quem doar nos ajuda!
E emanemos amor
Pra valer!


Incerto Causo

Autor: Thomaz Baldow

O amor é pé di pirambeira,” iu”
O amor é pé d’Ubirajá
É uma doença matutina, vespertina e alucina
Gosto de umbu-cajá
Mel e limão correndo a boca, viu?
Saudade que no peito dói
E paixão que tanto mata
A distância tão ingrata
Desejo pensar em nós.

Vem e mata essa saudade
Verdade que o tempo não condiz
Ameniza e afaga essa tristeza
Que a lágrima apaga o chão de giz
Vem retoma o meu sorriso
Não foi dentista que tirou
Junto com meu céu o meu juízo
Que a raiva cultivou.


Piramba

#3  Cá de Perto  
(Thomaz Baldow)

Uma escada só
Não basta pro meu degrau
De grau em grau se esquenta
E se agüenta a hora.

Cada credo ou criatura
Crê que não faz mal
Moça deixa a louça,
Que a hora é agora.

Vou te mostrar, pra mim
Que já não podia segurar o pranto

Te quero bem, querubim
Que no fim, não minta ao manto.

Se aconchega
Que é pra você chegar
Vê se me espera
Que é pr’eu te experimentar

Vê se desliga a tevê
Não precisamos de previsão
Quem vai tentar prever
Um coração?

Quando passar o passeio
Que há paz: Vem à nós.
Vou procurar no teu seio, pretexto
Pra estarmos juntos à sós!


Cá de perto

(musica incidental na casa de um grande amigo, Felipe Vellozo)

#11 Poeira

(Thomaz Baldow)

O tempo de Ataulfo é só saudade
O tempo da cidade é o cifrão
O tempo de Caetano é divindade
O tempo da milícia, é “hoje não”
O tempo do Paulinho da Viola
É o mudar de cor e acelerar
O tempo da criança é na escola
O tempo do adulto é trabalhar
Será que algum dia
O tempo vai se esquecer
E deixar mais tempo acontecer?
O tempo que carrega toda a vida que passou
O tempo que mata um grande amor

Poeira

#6 Miragem 

(Thobias Lieven)

Eu não quero acordar 
e olhar pro lado
Enxergar que “aquele sonho”
Não deu certo
Eu quero amar
Prum dia poder ser amado
E do medo eu quero o inverso
Eu não quero ter ao ódio pertencido
Muito menos
Ter à vida ignorado
Eu não quero me odiar
Por ter nascido
E eu te quero ao meu lado
Minha amiga, é bem verdade
Eu to cansado
De tanto ficar calado
Minha casa, minha vida, um fim de 
tarde
É de deixar o peito aberto
E hoje eu tento
Tento, tento, e tento um tanto
E não paro enquanto não ter 
conseguido
Eu descobri
Que se eu não ficar esperando
Eu vou me sentir bem mais vivo.
E os pequenos “nadas” que eu fui 
vivendo
Me lembrando que eu devo dar 
importância
Não me preocupar com o que for só 
miragem
E me perder na distância
Um amigo ao meu lado
Um sorriso me dado
E um abraço apertado de um amor
Qualquer dor encontra seu fim!
E os lugares que se tornaram cidades
E as cidades que se tornaram deserto
E os desertos que se tornaram lugares
De onde não se chega perto
E os lugares que poderiam ser “casa”
Nossa casa pode ser nosso universo
Feito de um milhão de estrelas 
roubadas
E a gente inventa o resto
Minha amiga, é melhor sentir saudade
Do que ver morrer de perto

Miragem (thobias lieven)

Belezura

Caçador de Mim - Thomaz Baldow e Tuca Oliveira

A alma é vibrante
A saudade é latente
E o pretérito, informal

Thomaz Baldow

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