me diz a vida corre em mim, assim
ao céu o azul, ao sol a flor, um jardim
e na luz dos olhos teus, o amor
canta e espanta toda fé de dor

o céu azul a cor do mar
no vento me arrumar
pois eu não vou tardar
me espera pra voltar
e a chuva vai passar 
manhã de sol voltar

calmaria

madeira, temporal
joão dê-me a mão
madeira, pé-de-pau
maria, teu jõao

tudo que tem não se importa mais ver
é o gosto do amor que eu nem sei
sigo e sou quase pouco não falo
eu vou, vou viver o que sei
madeira que cai do alto, rebate é o asfalto
que não vai ceder
maria o teu joão ja lhe falta
é o pedaço que ia nascer
e morrer

madeira

no meu rio
la onde eu vou
vejo o céu
o sol, a flor

no meu paraná, auê
terra boa
é tanto, é chão

mas, eu que vou
só e sou
no meu rio
mas, eu sou vou
vou correr
pro meu rio
eu sou
eu vou

riou

passarinho que voa sai do chão
no seu voô, teu gesto, uma canção
lá do alto que vê teu amor
horizonte lhe guia onde for

passarinho não sabe nem sequer
notar o quão grande o teu voô é
ele voa pra longe pra depois
lhe dizer onde vai e onde foi

passarinho não quer nem saber
se o acaso me trouxe a você
e eu escasso em um passo no compasso
vou sair voar e viver

viver...

passarinho

índio da terra
que vive no mato
na tua cor 
ele escreve um retrato
índio que pula num rio
índio que vive partiu

mas ê índio, mas ê índio
partiu

mas o índio sai pra ver
homem branco aparecer
de toda sua imensidão
índio traz no coração

mas ê índio, eu vou cantar
mas ê índio, eu vou cuidar

índio você sofreu pro chão
e o teu valor não tem perdão
e ao céu o brilho a tua mão
o seu amor não tem mais não
e eu vou sofrer então
e o índio, não volta não
da terra, o mar é o chão
pra terra, o mar
o índio, não volta não

Tico Fahur