Letra e arranjos: Eu

Preciso te dizer, de antemão
Passa Quatro rios em meu coração
Mas eles não são os mesmos que já foram
Tampouco sou o  mesmo que já fui

Em ruas tão francesas cabe o Brasil
uma versão de bolso p'ra 40 mil
Mas eles são sempre os mesmos que já foram
(Será que sou também quem sempre fui?)

Penso sobre minha vida e morte
não tenho, no entanto, tido nisso muita sorte; eu
penso que sofro em parcelas
uma dor que mais vale sentir à vista

Quero me afogar na água da vida:
embebedar-me até a tristeza diluir
Quero me incendiar no fogo da fé:
iluminar e apagar sem resistir

É aqui que eu pertenço
Vou perder a sanidade em São Lourenço

São Lourenço

Letra e arranjos: Gabriel Mattos Rodrigues

Domingo
do meu corpo se alimenta
o Domingo
não perdoa; minha lenta
mente lentamente
se percebe ausente
a solitude se faz presente
e o desejo de sumir é insistente
mas, para sumir, é preciso estar ou ser
E eu já não sou
(já não estou)
senão
neste Domingo.
Eu acredito:
Há de dissipar-se o peso que
o Domingo
sem dó me faz doer as costas,
Insistente e indiferente.
Tampouco o tempo alivia o presente
Sem pena me faz pesar o 
sentimento
de que nada importa.
Sem pena , me faz pensar:
este Domingo
É quando o ócio é o ofício
e também o precipício
Não tem ópio que sustente:
o edifício sempre vai ruir.
Ele, que é o agente do meu suplício,
É ardente;
não há devir,
só há
Domingo.

Domingo

Também toco na Boletos Antiaderentes. Escrevo umas coisas, sei lá

gabriel