Radio Art by Roberto D'Ugo Jr, inspired by the homonymous visual poem by Marcos Gross. Originally conceived in 1989 as a soundtrack for an artistic installation by students of FAAP Communication College, São Paulo, Brazil.
THE POEM: a typewritten sheet full of numbers " 6 ". In a corner on the right, a solitary number " 9 " eludes the reader. Part of the piece was completed at Radio Cultura FM Studios, in São Paulo, Brazil.
COSMIC SILENCE: speechs fragments circulating in a estereophonic eternal return, just numbers (voices of unsuspecting sound operators).
An encrypted message sent into space.
ARTE POVERA: tape loop voices manipulation; rolls of tapes wandering through 3 ANALOG RECORDERS, reverberations and noise STATIC, shorwaves textures.
Feedbacks and mixing in real time. A melancholic minimalist composition played on toy keyboard CASSIO, recorded in a cassette tape, in the bright acoustics of a tiled bathroom (my old bathroom).

Álbum Desconhecido (16/5/2006 15:01:08)

O ESTRANHO NO NINHO (1989 - FAAP | Cultura FM)

Near the subway station, the encounter with the uncanny. "People we meet on the street... secretly dedicate themselves to operations of Black Magic". Flânerie on Avenida Paulista. “This will never be fixed again!”, says the mother to the young woman ahead. Latent meanings swirl on the sidewalk. The search for what is below or beyond the manifest reality. Repressed energy that emerges in waves, textures. I dissolve in foam, for a moment. Voice: Anna Carl Lucchese.

Objective Chance | Hasard Objectif | Acaso Objetivo (2020 - IA Unesp)

October, 2020. São Paulo. Three friends in a public park, wearing masks. They talk about life from a safe distance. Shy walkers pass. Children appear. They get on the spinning toy. At a safe distance, they articulate the present. Figure and background. Our anguish exposed to the sun. The pile driver lacks empathy. At night, alone, I listen to what they said: imaginary friends, little magic stones, trips to the Moon and Saturn! "The most dangerous thing in the world? Jump out of a Building. Second, catch the Corona virus." Children of science, they are.

Três amigos no parque da caixa d´água. Máscaras em seus rostos. Conversam sobre a vida a uma distância segura. Se acomodam como podem. Máscaras em seus rostos. A torre de transmissão ao lado. A roda de um ônibus desloca a tampa do bueiro. Crianças aparecem: sobem no gira-gira, engraçada diversão. Figura e fundo. A uma distância segura, articulam o presente. Doce vertigem, engraçada diversão. Nossa angústia exposta ao sol. Gostosa risada. À noite, sozinho, ouço o que elas disseram: amigos imaginários, pequenas pedrinhas mágicas, viagens à Lua e a Saturno. "A coisa mais perigosa do mundo? Pular de um prédio. Em segundo lugar, pegar o Corona vírus." Tudo gira, retorna. Crianças da ciência. Outubro de 2020.
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[Peça criada para o 60 Secondes Radio 2021, Montréal, Canadá. Pequeno exemplo de minha pesquisa de Doutorado sobre radioarte, em desenvolvimento no IA Unesp. Escuta formativa que busco trabalhar também com meus alunos de rádio na Faculdade Cásper Líbero.]

CHILDREN OF SCIENCE | CRIANÇAS DA CIÊNCIA (2021 - IA Unesp)

M.A.R. começou a existir em 2019, como paisagem sonora (live mix) para uma exposição coletiva na galeria do IA Unesp. Numa gota de água salgada, o oceano; num loop, uma jornada interior. Anseio de reencantamentos, fecunda memória. Além de gravações de campo, feitas na praia de Juqueí/SP, trabalho aqui sobre alguns compassos tocados pela pianista Giulia Grabert Baronovscki Leshem: fragmentos da canção "Sereia do Mar", da compositora e pianista baiana Babi de Oliveira (1908-1993). Propulsão delicada (desejo, amor), monotonia sagrada (contemplação, o filho das estrelas); deslocamentos submarinos de uma longa tuba ao revés, pianolas hesitantes avançam. Após a tempestade, o chamado profundo a Iemanjá. M.A.R. nasceu como um diálogo interdisciplinar com o recital de formatura de Giulia Grabert (orientada no IA Unesp pela Prof. Dra. Anna Claudia Aggazzi), e com o espetáculo que a jovem pianista idealizou e dirigiu na ocasião: "A Arte de Navegar”. M.A.R. foi também adaptada para a exposição “Música e Artes em Revisão”, realizada simultaneamente em julho de 2019, na Galeria Alcindo Moreira Filho - IA Unesp, com curadoria do Prof. Dr. Pelópidas Cypriano de Oliveira e Taísa Nogueira.
Músicos participantes:
Giulia Grabert (piano); Tatiane Reis (soprano); Thiago S Bernardes (tuba); Jefferson Silva (percussão).

Soundscape made from field recordings and loops extracted from a live recording of the song Sereia do Mar (Seamermaid), by Brazilian female composer Babi de Oliveira (1908-1993). A game of marine images reprocessed as if played by hesitant pianolas. An internal dive. Signs and calls to Yemanjá, waves of memory. The contemplation of a sunset to the sound of whistles from imaginary ships. Sound collage. Participating musicians: Giulia Grabert (piano); Tatiane Reis (soprano); Thiago Bernardes (tuba); Jefferson Silva (percussion). Piece created for the artistic performance The Art of Sailing, by pianist Giulia Grabert, IA Unesp, São Paulo, 2019.

M.A.R. (2019 - IA Unesp)

Opaque Art. A prototype. This piece is, in a sense, a small study of the most intimate aspects of the domestic soundscape (presented as a daily ritual, including the most elementary physiological needs); on the other hand, it evokes a reverie in the shower, an examination of conscience, motivated by the reading of the Book of the Law, by the English occultist Aleister Crowley. The creative force of words – abrahadabra, "I create as I speak" – and the temporal overlap of other environments and external situations (such as casual listening to a religious program on the radio) establish a dense and opaque sound texture, which disappears when the book is closed .

Arte Opaca. Um protótipo. Esta peça é, em certo sentido, um pequeno estudo dos aspectos mais íntimos da paisagem sonora doméstica (apresentado como um ritual diário, incluindo as necessidades fisiológicas mais elementares); por outro lado, evoca-se um devaneio ao chuveiro, um exame de consciência, motivado pela leitura do Livro da Lei, do ocultista inglês Aleister Crowley. A força criadora das palavras – abrahadabra, "eu crio enquanto falo" – e a sobreposição temporal de outros ambientes e situações externas (como a escuta casual de um programa religioso no rádio) estabelecem uma densa e opaca textura sonora, que desaparece quando o livro é fechado.

Crowleyana I_Abrahadabra (2018 - IA Unesp)

CriptoSonido: Aleph (2019-2020) has a double nature: a sound installation conceived in the scope of the visual arts and a radio art piece, autonomous in its acoustic poieticity. This ritualistic piece explores the sounds of MATRACA (instrument made of a wooden plank with an iron clapper, also know as Church Rattle). Rattles and speech fragments compose the texture of this sensory exploration about the desire to communicate with the ineffable. Hermetic lines: In every human being there is a child who only wants to play, and the most attractive game is Mystery; Do poets have any other religion? Would they still be poets if they conformed to rites and dogmas?; I was looking, I was looking , trying to understand what [...]; Disguise ourselves as flowers that the bees appear. Voice: Anna Carl Lucchese.

Criada em 2019, para a Jornada de Pesquisa em Arte IA-Unesp, "CriptoSonido: Aleph" é uma experiência sonora de caráter ritualístico, uma exploração de uma ideia paradoxal: comunicar o incomunicável. A peça é construída a partir de locuções gravadas por Anna Carl Lucchese e toques de uma matraca feita pelo autor da peça. Com a exceção de 4 falas enigmáticas, Anna, expressa-se em linguagem inarticulada, explicitamente desnaturalizada, criada pela edição e repetição de fonemas, respirações, risos e espasmos; fragmentação irregular e imprecisa de palavras e frases transformadas em “enunciações rítmicas”, ora rivalizando-se, ora a mesclando-se com as batidas da matraca e a agitação cadenciada de pequenos chocalhos.

CriptoSonido: Aleph (2019-2020 - IA Unesp)

After an interior dive, contemplation of a sunset to the sound of imaginary ship whistles. The recording of a tuba solo (performed by Thiago Bernardes) transformed into a maritime duo with archetypal resonances. Final excerpt of the piece M.A.R. (2019). Field recordings: Juquehy Beach, São Paulo, Jan. 2019 and Art Gallery of the Arts Institut of UNESP – São Paulo State University, Brazil, Jun. 2019.

Após um mergulho interior, a contemplação de um pôr-do-sol ao som de apitos de navios imaginários. O registro de um solo de tuba (improvisado por Thiago Bernardes) transformado, por meio de processamentos eletrônicos, em um duo marítimo de ressonâncias arquetípicas. Trecho final da peça M.A.R. Gravações de campo: Praia de Juquehy, São Paulo, jan. 2019 e Galeria do Instituto de Arte das UNESP – São Paulo, Brasil, jun. 2019.

False tones at sunset (2020 - IA Unesp)

Mr. Laurentino is a street musician who performs at night, with his harmonica, on a sidewalk on Avenida Paulista, São Paulo. Asked how passersby react to his work, he replied that when people listen to music “they are moved”. In this piece, the phrase “fica comovido” is subjected to few electroacoustic processing: slowdown, EQ, granular delay and exhaustive repetition. The irregularity of the loops, the result of sudden improvisation gestures, results in an approximation with the technical precariousness of Sillon Fermé. Cuts and overlaps animate “resulting patterns”. At the end, the author thanks the musician before leaving.
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O Sr. Laurentino é um músico de rua que costumava se apresentar à noite, com sua gaita, em uma calçada da Avenida Paulista. Numa noite de 2018, fiz uma breve entrevista com ele. Perguntado sobre como os passantes reagiam ao seu trabalho, disse apenas que qualquer um “fica comovido" quando ouve música. Nesta peça, a frase “fica comovido” é submetida a poucos processamentos eletroacústicos: slowdown, EQ, delay granular e repetição exaustiva. A irregularidade dos loops, fruto de gestos súbitos de improvisação, resulta numa aproximação com a precariedade técnica do sillon fermé, do sulco-fechado inscrito em velhos discos de acetato. Cortes e sobreposições animam “padrões resultantes”. No final, o autor agradece ao músico antes de sair.
São 45 minutos derivados de uma simples frase, dita pelo gaitista Laurentino, como quem se desculpa de algo. "Fica comovido" é a última peça criada em minha pesquisa de doutoramento no IA Unesp. Espero que o Sr. Laurentino esteja bem. "Obrigado, seu Laurentino! Um abraço, até mais! Sucesso aí!"

Fica Comovido_Si Commouve (2021_IA UNESP)

A patética perseguição de 4 pessoas sem culpa de nada
Concepção, produção e direção: 
Marcelo Soler (Cia. Teatro Documentário). 
Direção de som e edição: 
Roberto D’Ugo Jr.

Delírios de grandeza, mania de perseguição, pensamentos invasivos e sensação de sufocamento diante da insensível realidade: presentes no quadro esquizofrênico, não seriam esses os sintomas sociais do atual momento histórico? O oitavo episódio da segunda temporada do podcast Ficções Itaú Cultural apresenta “A patética perseguição de 4 pessoas sem culpa de nada”. Se o neurótico constrói castelos imaginários e os admira, nesse audiodrama baseado em depoimentos de pessoas diagnosticadas com esquizofrenia, pacientes como a Sra. L., o Sr. P., a Sra. T. e o Sr. G. entram nesses castelos e não conseguem sair.

Roteiro: Lucas Aguiar e Marcelo Soler, a partir de dramaturgia de Marcelo Soler
Atores convidados: André Grecco, Caren Ruaro, Eliana Bolanho e Lucas Aguiar
Ator-locutor: Bruno Zegaib
Captação e produção de áudio: Nolly                                 
Música original: Gustavo Giometti D’Ugo e Roberto D’Ugo Jr.
Direção-geral: Marcelo Soler

Peça criada para o projeto Ficcções Itaú Cultural

A patética perseguição de quatro pessoas sem culpa de nada (2022)

O alarido dos pardais –um documentário cênico sonoro.
Roteiro: Lucas Aguiar e Marcelo Soler. 
Direção de som e montagem: Roberto D’Ugo Jr. 

Os três autores desenvolveram uma estrutura narrativa diferenciada para recontar a história de “assassinato” da seringueira, localizada no bairro Cidade Patriarca, e dos pardais que nela viviam.

Na história, protagonizada por uma praça, uma padaria, uma seringueira e um grupo de pardais, o narrador apresenta todos os seres e espaços envolvidos na trama, com um tom catalogador e expositivo, ao mesmo tempo que cria conexões a partir dos relatos documentais coletados nas redondezas do local onde aconteceu o fato – destaque para o relato poético de Danilo Monteiro, que vivenciou todo o processo.

O alarido dos pardais – um documentário cênico sonoro

Concepção, produção e direção: Marcelo Soler/Companhia Teatro Documentário
Roteiro: Lucas Aguiar e Marcelo Soler, a partir de dramaturgia de Marcelo Soler
Elenco: Catarina Kobayashi e Lucas Aguiar
Ator-locutor: Bruno Zegaib
Relato poético final (texto e narração): Danilo Monteiro
Captação e produção de áudio: Nolly                                  
Música original: Gustavo Giometti D’Ugo e Roberto D’Ugo Jr.
Direção de som e edição: Roberto D’Ugo Jr.
Direção-geral: Marcelo Soler.
Peça criada para o projeto Ficcções Itaú Cultural.

O alarido dos pardais - um documentário cênico sonoro (2022)

Um antigo podcast dedicado a Ryuichi Sakamoto. Uma fantasia outonal construída a partir das faixas do CD "1996". Temas de filmes arranjados pelo autor para trio de piano, violino e violoncelo. Storytelling motivado pela escuta. Destaque para a participação do violoncelista brasileiro Jaques Morelenbaum. Anos depois, acompanhados da cantora Paula Morelenbaum, Sakamoto e Jaques voltariam a colaborar no álbum "Casa" (2002),  gravado na casa de Antonio Carlos Jobim, autor de todas as músicas registradas no disco.

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An old podcast dedicated to Ryuichi Sakamoto. An autumnal fantasy built from the tracks on the "1996" CD. Film themes arranged by the author for piano, violin and cello trio. Storytelling motivated by listening. Highlight for the participation of the Brazilian cellist Jaques Morelenbaum. Years later, accompanied by singer Paula Morelenbaum, Sakamoto and Jaques would collaborate again on the album "Casa" (2002), recorded at the home of Antonio Carlos Jobim, author of all the songs recorded on the disc.

Roberto D'Ugo Jr.

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