Três primeiras reportagens da Rádio Las Chicas sobre a Argentina

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Boa noite ouvintes da Rádio Las Chicas. Na edição de hoje, abordaremos o tema que tem causado polêmicas na Argentina, a violência de gênero. Como foi retratado em algumas edições anteriormente, em nosso país está acontecendo muitos ataques contra as mulheres.
Em uma quarta-feira, 19 de outubro, as mulheres Argentinas se uniram em prol de uma causa comum, a luta contra o feminicídio, a violência de gênero e a desigualdade trabalhista. Elas inicialmente se reuniram em frente ao Obelisco e marcharam até a Praça de Maio, em frente ao palácio presidencial. Esses protestos tiveram seu estopim marcado pela morte da adolescente de 16 anos, Lúcia Perez, que foi drogada e abusada por dois homens, e consequentemente não resistiu aos ferimentos e morreu antes de chegar ao hospital. Tal acontecimento chocou a Argentina, porém a adolescente não foi a única mulher violentada no mês de outubro no país, ao todo foram cinco. Essas mulheres são somente cinco das mais de duzentas vítimas de femicídio que ocorre todos os anos na Argentina. As estimativas retratam que uma mulher é morta a cada trinta horas no país. De acordo com o jornal Clarín, entre os meses de janeiro e outubro desse ano, ao todo foram assassinadas 230 mulheres na Argentina. Outro dado relevante abordado pelo jornal, é que a maioria das mulheres são mortas pelos cônjuges ou ex-cônjuges, e apenas 5 % dessas mulheres foram violentadas por outras pessoas. 
Relacionando o tema “violência de gênero” com a matéria estudada em sala, percebe-se que devido a herança colonial de poder, o domínio social se enquadra no tema em questão, uma vez que esse conceito aborda o fenômeno da diferença e desigualdade. Portanto, observa-se que a cultura machista ainda prevalece fortemente na Argentina. Como exemplo disso, temos a questão da desigualdade trabalhista, onde as mulheres reivindicam a igualdade nos salários e em outras questões. Outro ponto é em relação aos abusos sofridos por elas, fato este que está enraizado na cultura Argentina, visto que os homens se sentem superiores as mulheres, e se sentem no direito de abusarem delas.
De acordo com Fríes, Hurtado (2010), no decorrer do tempo, a violência contra as mulheres continua a ser um dos temas mais importantes perante a agenda internacional, nas esferas dos direitos humanos. Tais direitos, foram assegurados na Conferência Mundial sobre Direitos Humanos em Viena, em 1993, e na última resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, visando a extinção da violência contra essas mulheres. Embora, exista mecanismos que asseguram e protejam os direitos delas, ainda assim, existem muitas mulheres no mundo que continuam sendo abusadas e violentadas, mesmo com a existência de fóruns nacionais, regionais e multilaterais para protege-las, estes parecem não resolver a problemática. 
Por fim, pode-se concluir que a violência contra as mulheres ainda causa polêmicas no cenário internacional, visto que apesar dos mecanismos existentes, que visam garantir os direitos dessas mulheres, estes não são devidamente efetivados. Com isso, as mulheres Argentinas têm se unido para protestar contra essa causa, buscando adquirir seus direitos na sociedade.  


Áudio Final para a Prova 28/11

Las chicas