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Koto

CloZee - Koto

live in Banjul with the Peace Orchestra, during the Berimbaobab Tour with Adeildo Vieira, and Tribo Ethnos.

Protest song live in Banjul

Ecos Humanos por Vant Vaz

Esta música fiz em 2001 e a gravamos no estúdio do hermano Ratto Melo.
A compus pensando nos tempos quilombolas e das lutas de Zumbi e Dandara, das nações Banto e Iorubás. Dos povos tupi, Macro-Gê, Guarani e todos os povos que foram o sangue, o suor, as mãos e pernas, além das lágrimas e da dor que compuseram as argamassas e estruturas entre ibirapitangas e urucuns da terra brasilis. 

O Brasil ainda respira os ritos antigos e os gritos dos esquecidos e das almas silenciadas pelo tempo histórico do opressor. Os martírios dos heróis reverberam das estruturas de concreto das grandes cidades, e o grito está muito vivo, embora certamente contido em um silêncio denunciador nas comunidades e pequenos povoados que circundam os nichos higienizados das elites e dos poderosos. Há os que dizem que a história dos vencidos e o passado dos espoliados e explorados nada tem a dizer sobre o estabelecimento do tempo presente, mas esquecem eles que nada do que disserem e fizerem poderá esconder as marcas e os estigmas do tempo. A prosperidade asséptica e protegida por murais das elites sentem cada vez mais os sinais de que os levantes dos povos estão potencialmente vivos e os ameaça. Afogados no esquecimento e na niguendade, o povo traduz seu movimento, pois a liberdade e o desejo da voz não podem ser tolhidos para todo sempre. 

Germinal tanto quanto Zola sonhou e previu, também sinto esta dor, esta coisa que deixa-me acordado, aceso diante de todo tipo de desumanização e injustiças. Esta canção fiz sentindo isso, as vozes que acredito serem também minhas, pois sou irmanado com os tons e sons que formaram meu ser, dos negros e indígenas principalmente, estas células que tentam perdoar a minha contraparte lusitana e encontrar nas andanças a razão de minha vida.

Este samba também pode ser até uma heresia minha tendo em vista que reverti sua lógica para reencontrar o lirismo dos conquistadores e reportá-lo aos tambores afro-indígenas que nasceram no Brasil, assim como ousei usar a voz com cores incomuns ao nosso samba. Mas digo-lhes, o compus em um momento de profunda indignação com as realidades injustas que assolam nosso país. O que também pode ser dito de muitos lugares no mundo.

Vale deixar registrado que não é uma gravação profissional e foi extremamente trabalhoso produzi-la, mas é uma experimentação que considero importante e quero compartilhar com vocês, assim como espero, possam também compartilhá-la com mais pessoas.

Faixa 08 - Ecos Humanos
-Vant-

Letra e música: Vant Vaz
Percussões e samples: Ratto Melo e Vant
Violão, Cavaquinho e Contrabaixo Elétrico: Ratto Melo
Sax alto: Samuel Demolliens
Teclados e voz solo de baixo: Vant Vaz
Vozes de soprano e contralto: Izzah, Gabi Dowling, Déa Limeira, Raquel Limeira, Ruth Limeira e Nara Limeira
Vozes de tenor e barítono: Luciano Igor, Ratto Melo eVant
Vozes de Contrabaixo: Vant Vaz

A aniquilação e a embriaguez
Enterraram por muito tempo
- a verdade-
As cercanias devem ruir
A sensatez e a lucidez
- devem reinar-
É Chegada a hora de reunir
Vem povo
Vem aos braços do futuro
É Chegada a hora de unir
- de lutar-
E vencidos
Estaremos ainda assim
- atados-
Enlaçados com as lutas
Dos grandes guerreiros
Dos heróis anônimos

Que suaram este sonho
Que sangraram esquecidos
Os grandes guerreiros
Os heróis anônimos

Vem povo
Vem nas angústias
Vem nas inquietações
É chegada a hora
De lutar mais uma vez
O brado escorre
As gargantas explodem
Vem povo
É chegada a hora
De ecoar!



08 - Ecos Humanos - Triballo II (Tribo Éthnos)

vanttribo

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