"É um riso longo de olhos fechados, é um corpo frágil que estende os braços e despenca na dúvida de que há amor no mundo, apesar de tão escasso. Amar é voltar, acolher, transbordar e sensibilizar em um gesto que mesmo calado não é mudo, é a vista que não cansa e a voz que guardamos nas bordas do cérebro pra ouvir mais tarde. Maiara, compreenda a sua importância e vejas como és bela e singular! O seu jeito manso me encanta e eu acho bonito quando apontas para o céu e diz que nomearás uma, entre milhares de estrelas, com o seu nome, fazia graça e você entristecia. E, após algum tempo, pude perceber que uma estrela já havia sido certificada com o seu nome. Os teus tombos eram colisões e o seu sorriso um brilho cadente, és uma constelação inteira. Já lhe disse uma vez que há cicatrizes que apesar de arderem, são memoráveis e marcam-nos com grandiosidade, e envelhecem conosco. As suas próprias feições que jamais lhe foram mostradas estão gravadas na minha retina. Considerando a hipótese de que o tempo siga e a solidão nos separe e a minha visão de ti se torne um pouco embaraçada, lembrarei eternamente da pessoa que me apresentou o riso e cativou em meu peito, o teu nome. Amo-te também nos momentos de lástima e de raiva, e eu sinto verdadeiramente que seja algo recíproco. Aceito os teus escândalos e a sua plenitude, decoro os seus fios de cabelo e confio em suas palavras, seguindo para onde apontas com os olhos fechados. O mundo é tão feroz e explosivo que de vez em quando é necessário beliscar a pele para sentir se é verdade, arrisco dizer que é. Eu doo a minha alma, e você acolhe-me de braços abertos. Cicatrizes, mesmo após sararem, sempre as recordamos com zelo. Algum dia eu apontarei ao meu coração e direi que foi ali o lugar onde uma estrela desafiou colidir."


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