Muita gente por aí teve violão na infância ou adolescência e saiu tocando hits de dois ou três acordes em tudo que é canto. Victor Fernandes ganhou o dele ainda criança. Contudo, Victor acabou fazendo parte daquele ínfimo percentual de pessoas que não se contentou em ficar tocando violão nas rodas de amigos. Instintivamente percebeu que naquele objeto havia algo mais, havia uma corda invisível que ligava seu espírito ao instrumento, mais tarde descobriu que essa corda era a música.
Encontrar a música fez toda diferença para sua vida. Muitas pessoas passam pela vida sem conseguir dar ou encontrar um sentido para a própria existência. Victor Fernandes, Vitin, para os amigos, teve a felicidade de ter encontrado o sentido para a sua ainda muito jovem. Para muitos filósofos por aí é o melhor que podemos ter em vida.
Enquanto tocava seu violão esbarrou com outros jovens interessados por música. Nesse ínterim foi apresentado ao contrabaixo, instrumento que abraçou como se abraça a mulher por quem se está apaixonado.
Rapidamente foi levado a explorar novas fronteiras no vasto terreno musical. Tocar músicas não era o suficiente, agora ele queria criar suas próprias canções. Essa necessidade surgiu quando montou sua primeira banda em 2010 e a partir da vivência social da música, compor passou a ser naturalmente o próximo passo a ser dado.
Nascido ao som das águas do Piranga, tão barrentas quanto as do rio Mississipi, Victor Fernandes alcançou o último patamar do desenvolvimento musical que sua cidade natal, Ponte Nova, poderia oferecer. Seus olhos já buscavam enxergar além da margem oposta do rio.
No clima temperado da secular Ouro Preto encontrou o ar necessário para adquirir novo fôlego que lhe permitira ir mais longe na estrada da música.  Entrou nas salas de aula do curso de música da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) buscando as ferramentas necessárias para desbravar novos territórios sonoros.
Circus é seu primeiro single, gravado e produzido pelo estúdio VUSGAZU. Trabalho desenvolvido através de intensa colaboração de amigos músicos, colegas de graduação, que além de participarem doando o som de seus instrumentos, também compartilharam sua sensibilidade musical e domínio técnico na produção musical.

Texto: Carlim


© VUSGAZU


Letra e Música: Victor Fernandes
Arranjo: Henrique Nolasco, Matheus Ferro e Victor  Fernandes

Produção Musical: Matheus Ferro

Vocais, Guitarra Semi-Acústica e Baixo: Victor Fernandes
Guitarra e Violão 7 Cordas: Matheus Ferro
Trompete: Ulysses Antunes Batista
Trombone: Igor Sena
Bateria e Percussão: Henrique Nolasco

Mixador por Matheus Ferro e
Masterizado por Henrique Nolasco.

Victor Fernandes - Circus

Também em 2014, uma atividade proposta pelos monitores sugeria a composição de uma música que abordasse a vivência dos jovens e das crianças da Pastoral. Alguns integrantes criaram uma estrofe musical, que serviu de inspiração para a criação do rap.

Temos que ajudar a nossa Pastoral
Tem gente que não faz nada
Ainda fica pagando pau

A Pastoral é um lugar
Que não devemos esquecer
Na nossa história
Muita arte e lazer

Aqui na Pastoral
Só alegria e diversão
A cada professor
Respeito e satisfação

Temos que ajudar a nossa Pastoral
Tem gente que não faz nada
Ainda fica pagando pau

RAP DA PASTORAL

Entre as atividades realizadas na Pastoral, foi proposto às crianças trabalhar com o tema Teatro do Oprimido (Augusto Boal) como estímulo para refletir sobre as problemáticas do bairro.
Entretanto, a proposta teatral acabou se transformando em uma composição musical, no estilo de preferência das crianças, apontado como o 'funk ostentação'. Diante do conflito apresentado em relação à ideologia do gênero musical com o contexto social dos participantes, foram os mesmo incentivados a compor uma crítica, nascendo assim o funk "Ostenta Não!"

É pras "mina" e pros "mano"
Que eu canto essa canção
Eles ficam se achando
Cantam funk ostentação

Tira onda em Lamborghini
Enquanto eu ando de "busão"
Usa corrente de ouro
"Made in China", de latão

Eu gosto de dinheiro
Mas não dá pra ostentar
Enquanto uns ajudam
os pobres
Outros curtem o Guarujá

É pras "mina" e pros "mano"
Que eu canto essa canção
Eles ficam se achando
Cantam funk ostentação

Nosso funk é humildade
Cinderela, vai pastar
Isso não é contos de fada
Meu irmão
Vai trabalhar

Nessas festinhas de luxo
Eles bebem é Chandon
Aqui na realidade
Nós "bebe" é refri do bom

OSTENTA NÃO

Durante as comemorações da Páscoa, os monitores levaram dois ovos de chocolate para compartilhar com as crianças. E, a partir de uma contação de história nada convencional, explicaram às crianças como os ovos haviam sido "encontrados" e as incentivaram a escrever uma carta em agradecimento à coelha, que na história se chamava Celma. A carta logo transformou-se em uma bela valsa de gratidão.

Celma,
Muito obrigado
Pelos ovos
Da Páscoa

Pelos dois ovos
Pelos dois ovos
Pelos dois ovos
Da Páscoa

CELMA

As crianças do turno da manhã tomaram ciência do funk que havia sido composto pela turma da tarde, o que despertou também o desejo de compor um. Os monitores explicaram o desenvolvimento do processo de criação de "Ostenta Não!" e sugeriram que, em vez de criar uma música com o mesmo molde, fosse composto algo partindo do mesmo processo. O desejo pelo momento do horário livre foi a temática do funk, que usa como base músicas já existentes e de conhecimento dos jovens.

"Tava" na hora
Do horário livre
E todos nós
Queremos brincar

Tem boneca
Tem peteca
Avião e futebol

Pra quem quiser jogar
É só chegar

Ô, vai brincar de quê?
Sei lá, sei lá, sei lá

HORÁRIO LIVRE

Como se compões um rap?
- Com rimas! - disseram as crianças da Pastoral.
Assim, os monitores propuseram uma lista de palavras rimadas, ditas pelos pequenos, que formaram o refrão da música. Partindo disso, todos em conjunto criaram frases melódicas, nas quais se encaixavam os nomes daqueles que estavam na roda.

Amor, dor, ator
Doroteia sente dor

Tilinho é meu amigo
Tilinho é meu colega
Ele quer brincar comigo
Só se for de pega-pega

Amor, dor, ator
Doroteia sente dor

John John é meu amigo
John John é meu irmão
Ele vem pra Pastoral
Pra brincar comigo, então

Amor, dor, ator
Doroteia sente dor

A Isa é gente fina
A Isa é legal
Veio da pedagogia
Pra brilhar na Pastoral

Amor, dor, ator
Doroteia sente dor

O Pedro é meu amigo
O Pedro é bom de bola
Como tá a nota na escola?
Tá melhor que Coca-Cola!

Amor, dor, ator
Doroteia sente dor

A Thaís é legal
E tem cachinhos bonitinhos
Ela tá sempre sorrindo
Ah, que maneirinho!

Amor, dor, ator
Doroteia sente dor

DOROTEIA

A criação de "Acorda a Vizinhança" nasceu da necessidade de divulgar as atividades da Pastoral da Criança e do Adolescente. Assim, pensou-se num cortejo que passasse pelo bairro Taquaral convidando a todos.
A música foi composta em junho de 2014, numa criação coletiva entre os monitores e os beneficiários do programa.

Acorda, acorda, acorda...

Eu vou acordar a vizinhança
Subir o morro do Taquaral

Eu vou chamar todas as crianças
Pra vir brincar na Pastoral

Aqui tem alegria?
Tem!
Aqui tem diversão?
Tem!
Aqui tem futebol?
Tem!

Quando chega as quatro horas...
Vem, vem, vem, vem, vem

Lá vem o rango do bom

Sobe, sobe, sobe
O morro do Taquaral
Desce, desce, desce
Vem brincar na Pastoral

Oh, ah, "fessor"
Conta uma
História de amor
Por favor, por favor, por favor...

ACORDA A VIZINHANÇA

O VUSGAZU é uma produtora de áudio  que desenvolve serviços de direção, produção e pós-produção de áudio para cinema, rádio, TV e teatro. Também oferecendo gravação de locuções, criação de spots publicitários/jingles e trilhas musicais. O estúdio dispõe de equipamentos específicos para captações em ambientes variados, do estúdio ao 'ar livre'. Trabalhamos de acordo com a demanda e preferência do cliente.

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