Estou Chegando, Com o Fim (lyrics):

Os carros passam sem me ver,
As luzes se apagam devagar.
Sinto o chão sumindo sob meus pés,
Mas nunca estive tão leve no ar.

O tempo sempre foi vidro embaçado,
Me olhando sem nunca me enxergar.
Mas agora o vento me chama,
E eu sei... que é hora de voar.
Estou chegando, com o fim,
Na beira do céu, onde o vento sorri.
O mar me chama, um convite sem dor,
Vou me perder para enfim me encontrar no amor.

O vidro da ponte reflete meus olhos,
Pela primeira vez, eu os vejo brilhar.
A cidade respira sem me sentir,
Mas, pela primeira vez, eu não quero voltar.

Se o destino me escreve um final,
Que seja com tinta dourada no céu.
Eu não corro mais, não fujo...
Sou o pássaro que encontra o céu.

Estou chegando, com o fim,
Na beira do céu, onde o vento sorri.
O mar me chama, um convite sem dor,
Vou me perder para enfim me encontrar no amor.

O sol se põe...
E eu me torno...
Brisa no azul.


Estou Chegando, Com o Fim

O Primeiro do Bando (Lyrics):

Era o primeiro, o mais esperado
O que ganhou o nome do avô cansado
Antes de andar, já tinha missão
Cuidar do irmão, segurar o chão

Quando a mãe saía com pressa na mão
E o pai deixava um beijo e um milhão de "não"
Você ficava ali, com a colher e o medo
Aprendendo cedo o que era segredo

Você é o primeiro do bando, o escudo da casa
Enquanto cresce em silêncio, o mundo te passa
Te pedem pra ser forte, pra sempre cuidar
Mas ninguém pergunta se você quer chorar

Você é o primeiro do bando, herói sem capa
Que troca brinquedos por fraldas e tapas
Todo mundo olha, mas ninguém te vê
E você aprendeu a desaparecer

Os brinquedos guardados no fundo da estante
Enquanto prepara o leite do caçula inquietante
O dinheiro da sua escola virou comida
E você estudou com dor e ferida

Tios dizem “ele é exemplo, é responsável”
Mas dentro de você tem um grito insaciável
Queria correr, sumir, fugir
Mas o amor prende mais que qualquer porvir

Você é o primeiro do bando, o escudo da casa
Enquanto cresce em silêncio, o mundo te passa
Te pedem pra ser forte, pra sempre cuidar
Mas ninguém pergunta se você quer chorar

Você é o primeiro do bando, herói sem capa
Que troca brinquedos por fraldas e tapas
Todo mundo olha, mas ninguém te vê
E você aprendeu a desaparecer

Quantas noites acordado com medo?
Quantos “tudo bem” pra esconder o enredo?
Você só queria viver, só ser criança
Mas teve que vestir a armadura da esperança

Você é o primeiro do bando, e isso é demais
Carrega segredos que ninguém refaz
Mas hoje te digo, com toda emoção:
Você merece amor, não só obrigação

Então, primeiro do bando, descansa um pouco
Tira a armadura, solta esse sufoco
Ser irmão mais velho não é ser imortal
Você também é filho, e isso é vital

O Primeiro do Bando

Milagre da Ovelha Negra (lyrics):

Fui a pedra no sapato da família
O erro que ninguém mais compartilha
Cada passo meu virava julgamento
E o que eu falava, virava argumento

Quando menti, foi pra sobreviver
Quando gritei, era pra me entender
Mas vocês só viram o lado errado
Como se eu nascesse já condenado

Ovelha negra, mas tenho alma viva
Mesmo suja de barro, sigo na trilha
Quis mudar, mas ninguém quis ver
Como se redenção não fosse pra você

Ovelha negra, milagre em movimento
Tentando consertar o próprio tempo
Não sou perfeito, mas sou real
E isso já me faz especial

Fiz promessas que não cumpri
E desculpas que nem ouvi
Mas hoje eu sou mais que meu passado
Mesmo que ele grite bem alto do lado

Ninguém vê a dor de quem tenta mudar
Só lembram da queda, não do levantar
Cobram perfeição de quem só quer paz
Mas esquecem que até santos falham demais

Ovelha negra, mas tenho alma viva
Mesmo suja de barro, sigo na trilha
Quis mudar, mas ninguém quis ver
Como se redenção não fosse pra você

Ovelha negra, milagre em movimento
Tentando consertar o próprio tempo
Não sou perfeito, mas sou real
E isso já me faz especial

Se eu errar de novo, vou tentar de novo
Porque crescer é tropeçar de novo
E mesmo que o mundo me trate com frio
Eu juro por mim que ainda confio

Ovelha negra, mas não tô sozinha
Tem milhões como eu nessa esquina
Que só querem amor, sem condição
Que só querem chance de redenção

E se um dia me chamar de milagre
É porque vi beleza na própria margem
Não fui santo, nem vilão por inteiro
Fui humano. E isso é verdadeiro

Milagre da Ovelha Negra

De Novo, De Novo e De Novo (Lyrics):

Corri pelas ruas que já vi mil vezes,
Cada esquina sussurra teu nome no rádio.
A chuva cai como se soubesse o final,
E mesmo molhado, eu tento, eu tento…

Dei um passo à esquerda, respirei mais fundo,
Troquei palavras, mudei o tom da voz.
Mas o relógio ri, sem compaixão nenhuma,
E a linha do tempo nos separa feroz.

Dizem que corações podem mudar o mundo,
Mas o meu bate fraco no escuro.
E tudo que eu faço com tanto cuidado
Desmorona num segundo tão impuro…

De novo, de novo e de novo,
Você morre nos meus braços como se fosse a primeira vez.
E eu grito pro céu que eu não aceito,
Mas o tempo apenas diz: “talvez”.
As sombras dançam com meu desespero,
O espelho me mostra quem não sou.
E o que eu tento salvar, se parte inteiro…
De novo, de novo e de novo.

Já tentei te afastar do perigo antes,
Já calei palavras, já deixei pra depois.
Mas o ciclo gira com olhos vendados,
E ri de promessas feitas por nós dois.

Cada desvio me leva ao começo,
Cada adeus ecoa como um "oi".
E mesmo que eu rasgue os mapas do tempo,
O destino nos costura no mesmo nó.

Se eu não tentar, eu te perco.
Se eu tentar… eu te perco também.
O universo desenha com linhas invisíveis,
E eu sou só mais um refém.

De novo, de novo e de novo,
Você morre nos meus braços como se fosse a primeira vez.
E eu grito pro céu que eu não aceito,
Mas o tempo apenas diz: “talvez”.
As sombras dançam com meu desespero,
O espelho me mostra quem não sou.
E o que eu tento salvar, se parte inteiro…
De novo, de novo e de novo.
	
E se amanhã for só um ontem disfarçado?
E se o amor for só um erro eterno?
Mesmo assim, eu pulo, eu corro, eu choro…
Mesmo assim, eu te espero.
De novo, de novo e de novo.

De Novo, De Novo e De Novo

Você Está Perto, Mas Ainda Longe (Lyrics):

Vi seus olhos cruzarem os meus
como quem tropeça no próprio destino.
Um segundo só…
e o universo quase suspirou por nós.

Mas o instante, sutil,
escorregou entre os segundos sem aviso.
E o que era quase tudo,
se fez nada sem barulho, sem juízo.

Talvez… se eu tivesse olhado antes.
Talvez… se o mundo tivesse parado por um instante.
Mas o tempo sorri com ironia,
como quem sabe o final da poesia.

Você está perto, mas ainda longe,
como um sonho que acorda antes do fim.
A alma grita, mas o corpo hesita,
e o amor escapa feito cetim.
No vão do que quase foi amor,
mora a beleza mais cruel:
Encontrar você no tempo errado,
e sorrir, mesmo indo pro papel.

Te busquei em reflexos, vozes, risos,
em mãos que não sabiam tocar.
Mas teu perfume, invisível e doce,
continuava a me acompanhar.

O relógio não parou por nós,
e ainda assim, te reconheci.
Como quem lê um livro esquecido,
mas sabe o final desde o início.

Talvez cruzamos antes num tempo sem nome,
em uma rua que nunca existiu.
Talvez dançamos no mesmo sonho,
mas o despertar nos dividiu.

Você está perto, mas ainda longe,
como um eco que nunca volta igual.
O desejo dói, mas é tão suave,
feito lágrima que desce sem sinal.
O destino escreveu com letra pequena,
e eu perdi a linha onde estava você.
Agora caminho com as mãos abertas,
mas o tempo não deixa te prender.

E se tudo fosse diferente…
não seríamos nós.
Mas às vezes, eu queria só um segundo a mais.
Um segundo a mais…
pra não te perder jamais.

Você Está Perto, Mas Ainda Longe

Amei Você no Tempo Errado (Lyrics):

Você chegou como quem já era meu,
com olhos que lembravam promessas antigas.
E eu, que sempre esperei sem saber,
reconheci seu toque no vento das madrugadas.
As ruas pareciam sussurrar teu nome,
os semáforos piscavam no compasso do nosso silêncio.
Tudo dizia “vai”,
mas o tempo dizia “não”.

Era destino, eu sei.
Mas o tempo veio antes…
Cortou os laços invisíveis,
mudou a ordem das danças.

Amei você no tempo errado,
quando os ponteiros já tinham partido.
O universo nos escreveu no mesmo livro,
mas em capítulos distantes, perdidos.
E mesmo com as almas se chamando,
as vozes não chegaram a tocar.
Fomos quase, fomos eco,
fomos tudo… sem lugar.

Tinha uma rua entre nós, ou uma vida.
Um atraso de cinco segundos, talvez.
Se eu tivesse virado à esquerda…
Se você tivesse esperado mais um mês…
Mas o mundo girou sem pausa,
e nós giramos dentro dele, desalinhados.
Com mãos que se estenderam tarde demais,
com corações certos, mas mal sincronizados.

Teu nome mora em mim como uma memória futura.
Como algo que ainda não vivi, mas já chorei.
Você foi o destino que passou pela minha estação,
mas eu estava do lado oposto do trem.

Amei você no tempo errado,
com a intensidade de quem já amou mil vezes.
Você olhou e sorriu,
mas o tempo tinha outros interesses.
Nosso encontro foi um sussurro do universo,
que a pressa humana calou.
E agora tudo que resta
é o que não se concretizou.

Se houvesse um segundo a mais…
um passo antes, um vento menos forte…
Talvez hoje você estivesse aqui,
e não apenas em versos sobre sorte.
Mas te amei.
De verdade.
No tempo errado.
E isso… ainda arde.


Amei Você no Tempo Errado

A Pior Dor, o Amor (Lyrics):

Você riu e eu guardei esse som,
como quem esconde um segredo bonito demais pra contar.
A gente anda lado a lado,
mas meu coração tropeça só de te escutar.

O tempo passa leve entre nós,
mas meu peito pesa como chuva em telhado antigo.
Você fala sobre tudo,
e eu escuto tudo... menos aquilo que eu mais queria ouvir contigo.

Uma palavra não dita…
fez a ponte mais longa entre nós dois.
Os olhos falaram antes da boca,
mas ninguém traduziu depois.
 A pior dor… é o amor que não diz.
Que sorri quando queria chorar.
Que abraça quando queria ficar.
Que cala quando queria gritar.

E você, tão perto…
nem percebe o que há de mim em cada gesto,
em cada pausa.
E eu sigo fingindo que não amo,
porque amar…
quebraria a nossa casa.

A amizade se espalha como vento,
mas tem algo no ar que você não sente.
Meus olhos te procuram entre frases soltas,
mas o seu olhar passa inocente.
E se eu dissesse?
Se eu rasgasse o véu dessa farsa doce?
Será que você fugiria de mim…
ou se perderia comigo nessa confusão que me trouxe?

Entre nós, mora o que nunca foi dito.
E essa ausência tem peso de eternidade.
Às vezes, o que não se diz
muda o curso inteiro de uma realidade.
A pior dor… é o amor que se esconde,
em entrelinhas, em silêncios que ninguém decifra.
É o toque que não acontece,
o beijo que a gente não arrisca.

Você me chama de amigo e eu sorrio.
Mas por dentro…
eu te amo em segredo,
e esse segredo virou um desvio.

Eu quero que saiba que no fim:
o que eu nunca disse foi o que mais alterou tudo.
E no fim,
a pior dor… é o amor que fica mudo.


A Pior Dor, o Amor

Café entre livros, canto esquerdo do salão
Ele risca o papel, eu escuto o som da caneta
Design e manchete, mundos não tão distantes
Mesmo silêncio, mesmo olhar que nunca se esquece

Ele passa devagar, como quem não quer saber
Mas a sombra dele sempre para onde eu tô
Coincidência, destino, ou algum jogo idiota
De quem encosta sem tocar e jura que não notou

Guerra de olhares no corredor do fim
Me encara, mas nunca vem até mim
Tua mochila encosta na minha
Mas nenhum de nós diz "oi"
Tuas costas são o último frame
Na tela onde eu tento te entender
Tô esperando tua resposta, guerra
Mas você sempre atira primeiro sem som

Ele dobra o jornal como quem encerra um enigma
Eu desmonto meu rascunho fingindo que não vi
Nas entrelinhas do nada, tudo grita demais
A gente é dois segredos jogados no mesmo lugar

Passo por ele no pátio, respiração segura
Meus fones desligados, mas escuto sua risada
Ele finge que não nota, eu finjo que tô bem
Mas se ele virar de costas... eu viro também

Guerra de olhares no corredor do fim
Me encara, mas nunca vem até mim
Tua mochila encosta na minha
Mas nenhum de nós diz "oi"
Tuas costas são o último frame
Na tela onde eu tento te entender
Tô esperando tua resposta, guerra
Mas você sempre atira primeiro sem som

E se fosse só um erro, um jogo de má fé
Mas todo gesto dele diz “fica” sem dizer
Eu rabisco o nome dele nos cantos da mente
Ele imprime meu rosto em notícias ausentes

Dois desconhecidos em campos minados
Passos sincronizados, sempre atrasados
No tempo certo, na hora errada
Esperando um desastre que nunca acaba

Guerra de olhares no corredor do fim
Me encara, mas nunca vem até mim
Tua mochila encosta na minha
Mas nenhum de nós diz "oi"
Tuas costas são o último frame
Na tela onde eu tento te entender
Tô esperando tua resposta, guerra
Mas você sempre atira primeiro... sem som

E se um dia alguém virar pra mim e sorrir...
Será que ainda vou estar aqui?

Guerra de Olhares

P.C. no Replay

Um artista introspectivo e visceral, que transforma solidão, arrependimento e desejo de pertencimento em música. Suas letras são confessionais e trágicas, sua voz oscila entre sussurros melancólicos e explosões emocionais.

Estou Chegando, Com o Fim

John Francis Noir