Igor Menezes, violonista desde 16 anos, com formação erudita e popular, apresenta como sua principal característica a versatilidade e a confluência multi-cultural de suas composições.
Suas influencias mais marcantes estão nos ritmos afro-brasileiros como o samba, o ijexá e o maculelê, o regionalismo da canção nordestina e os ritmos urbanos universais como o jazz e a bossa-nova. Outra característica marcante se encontra no lirismo simples, legítimo e abrangente de seus versos.
Nascido no estado de Sergipe, atualmente reside em Curitiba, estado do Paraná, onde participou de diversos festivais musicais como o Festival da Canção de Pinhais em 2010 e 2011, o Festival Juntando Gente em Curitiba em 2012, 2013 e 2014 e do Festival Mensagem de Apucarana em 2015 onde sua canção “Alquimia” em parceria com o músico Beto Pacheco, recebeu o prêmio de melhor Letra e Segundo Lugar Geral.
Ainda em 2014, foi convidado para participar da gravação do disco “Curitiba Canta Tatára” em homenagem ao poeta e compositor Curitibano João Gilberto Tatára, gravando a faixa “Jogo de Espelhos”.
Participa desde de 2011 da Segunda Autoral, movimento que ocorre semanalmente em prol da Música Autoral Paranaense, coordenado pelo poeta Tatára, e que possui reconhecimento de alcance nacional.

Há várias maneiras de se fazer música, João Gilberto Tatára prefere todas. A frase não é minha – apenas a peguei emprestada. Originalmente, foi escrita pelo jornalista Torquato Neto, referindo-se a Gilberto Gil, mas cabe perfeitamente para o álbum Curitiba Canta Tatára, uma linda homenagem dos músicos da cidade ao bardo e suas poéticas composições. 
Aliás, tive a honra de ser um dos primeiros no mundo a receber um exemplar, ainda gravado em mídia crua, sem capa, sem impressão nem nada, com o título escrito à caneta. Meu querido amigo Gil Gabriel, idealizador, produtor e cantador do projeto, deu-me esta honra e me convidou para escrever umas coisinhas sobre o feito. 
Gil canta magistralmente a peça que abre o disco, uma carta-musicada intitulada “Mãnhê”. Apreciando-a, saí nostálgico pela rua, lentamente – possivelmente sendo xingado pelos outros motoristas – prestando atenção em cada nuance, em todas as vozes, cordas, sopros e gostosuras. “Não faça por nada, a não ser por amor”, ecoava em meu som. Naquele momento, enquanto assimilava cada arranjo, torcia eu para que um congestionamento cruzasse o meu caminho. Minha vontade era a de não sair dali, daquele assento, daquele momento. Então, abri a janela e gritei para o vizinho motorista: “Ôh, da boleia, escuta isso...”, e cantei a plenos pulmões, junto com Marlos Soares, maestro da segunda canção: “Vida, vida imensa, vida bela, vida intensa. Sim-ples-men-te VI-DA!” 
O piloto ao lado, possivelmente desses curitibocas que acham que por aqui não se produz música, olhou-me assustado. Deixe estar, é só questão de tempo.
Uma a uma, as composições ali presentes foram me dando a certeza de que as cinzas e curitibanas barbas de Tatára pensam cada palavra de suas letras exaltando a sonoridade e a inventividade. Uma poesia poderosa, mas que não se dissocia dos acordes e melodias, sem os quais seria uma mera janela cujo sol teimaria em entrar. Sem os quais, não teríamos, por exemplo, a angelical voz de Ni Salles inspirada a brincar de ser deus. 
Do baião-lamento ao reggae; do dueto romântico ao rock inspirado, o que não falta neste trabalho é criatividade. Do tipo que alça voos de rapina, não pela força do mercado, mas pela pureza da criação. Um trabalho impecável dos produtores Fábio Lima, João Gilberto Tatára Filho, Marcelo Pulga João, Gil Gabriel e Alexandre Trauer, que fizeram de cada canção um espelho, respeitando estilos e individualidades. 
Numa delas, deparo-me com Ivanio Lira junto a violinos desfilando alegria - com aquela pitada crítica - num "Country Diferuente". Acredite, escutando-a se tem a vontade de sair dançando, estalando os dedos. Não faltarão casos, creio, de apaixonados pela vida que ao primeiro contato com uma moça de vestido florido não hesitarão em tirá-la para bailar. "Vem cá, me abraça um pouquinho, me faz um afago e eu me aninho", e na sequência, depois de uma piscadela, cada um seguirá o seu caminho, felizes por terem tido um singelo e etéreo momento de delírio. 
Alegre surpresa também na versão de "Romance na Cidade Cinzenta", versada por Daio Baroni, que empresta a ela um quê de Clube da Esquina. Sem falar do trovão que é a voz de Francine Rickert, em "Réquiem para Ana Paula"; ou do coral sobrenatural no arranjo de "Alucinação", cantada por Ivan Correa; ou do "Rock do Filósofo", defendida por Paulo Paim, que poderia perfeitamente servir de trilha para um faroeste de Tarantino. 
Enfim, são muitas as belezas que jamais, diria Francine, JAMAIS!, caberiam num enxerido texto. Elas sequer necessitariam ser apresentadas. Jordana Solleti - e seu brilhante toque em Lado Feminino; Igor Menezes, um aracajuano repleno de curitibanices e encantos pela terra do pinhão; Rafa Gomes, Rafiusk e Sérgio Pena, além dos já citados, emprestaram tanta alma a esse projeto que é tolice querer descrevê-lo. Para ser sincero, estas 13 delícias são apenas uma pequena parcela de João Gilberto Tatára. Um breve espectro da aura e da obra de um dos maiores artistas do país. 
Beto Pacheco

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