(Intro)
Dizem que quando se está perto da morte, sua vida inteira passa, e bem forte.
Coisas que só você sabe.
A morte é minha amiga e eu quero te contar
Arrume uma cadeira
Porque é melhor você sentar.

(Verso 01)

Não é segredo pra ninguém.
Ateus ou assassinos, se tornam isso por problemas com os pais também.
Eu não chamo Deus de pai.
Eu não sei o que isso faz.
O meu, é bem pior que o satanás.

Um dia acordei e nada eu achei.
Olhei em todo canto
E tudo foi embora.
Agora eu sei.
Fiquei triste.
Descobri da pior forma! 

Meu pai me sequestrou e me levou para uma fazenda.
E eu vi.
O kart montado, que ele havia me prometido construir. Me senti um retardado.

Fui pro quarto, abri o armário.
Tudo o que era meu estava ali.
Mais um pedaço de mim foi arrancado.
Ele deu para os meninos.
Que até hoje, eles o chamam de tio.
Três dias ali eu fiquei.
Não pude nem ligar.
Pra avisar que estava bem.
Eu tinha sete anos!

(Verso 02)

Na volta, minha tia disse que minha mãe era uma porca.
Ele riu da minha cara, cortando outra vez a minha alma.
Fez questão de beijar e acariciar a piranha na minha frente.
Ela era rica.
E ele só queria me comprar com ouro, incenso e mirra.

(Verso 03)

Arrancou minha roupa no vestiário da escola.
E mandou que todos rissem de mim.
Me bateu, espancou e me xingou sem motivo. Ignorou e sempre riu da cara do seu filho.
Um dia ele me deu uma arma.
De verdade!
E ainda ensinou como a usava.
Talvez na esperança que eu, como criança, ferisse alguém que muito amava.
Numa tarde, inocente que era.
A botei na minha boca
E antes que eu puxasse o gatilho
Minha mãe gritou: Pare meu filho!
Oito anos eu tinha, viu?

(Verso 04)

Não conseguia evacuar.
Eu tinha medo. Sei lá! Segurava pra merda não sair do lugar.
Hoje eu sei! Freud explicou.
Que na fase anal tudo muda.
E tudo mudou.
Me obrigava a ir ao banheiro, me batia, castigava, apenas porque eu não cagava!
Me prendia e enfiava no meu rabo
Remédio que era usado em cavalo.
E se eu não conseguia, me batia.
De joelho no milho e no feijão
por uma hora eu sofria.
Poxa vida, como doía!

(Verso 05)

Se sujasse a roupa
Ele esfregava a merda na minha boca.
E só eu jantaria
Se tirasse a bosta da barriga.
Numa clínica sem eu saber
Uma lavagem no reto
Fizeram mesmo sem eu querer.
Fui pra mesa de operação.
Não sei o motivo.
Não tenho cicatriz.
Só lembro que minha vida
Ficou por um triz.

(Verso 06)

Saí da escola.
Não tinha fruta na sacola.
Aluguel atrasou.
Fui embora.
Pra sempre.
Eu não despedi dos amigos que fiz.
Por isso me tornei assim
Tão, tão, tão infeliz.
Tudo o que amava acabou.
Toda alegria pra mim se esgotou.

(Verso 07 final)

Essa foi a minha infância
Um terror físico, na cabeça de uma criança.
Sei que um dia isso passa e não me engano.
Pra fechar a história
Eu só tinha nove anos!

Eu era só uma criança.


Eu era só uma criança

Eu sou a Materialização Física de um Paradoxo Imperfeito

Hoje te amei e ontem vou te odiar
Mas amanhã eu já nem sei.
Não é que eu viva sempre em cima do muro
Apenas transito entre dois mundos.
Sempre perdido, no vácuo,
Preso entre muros.

Sabe?
Eu queria ser imortal, viver para sempre.
Mas também morreria, agora, feliz e contente.
Tenho tudo e não tenho nada.
Sou todas as religiões e nenhuma.
Faço de tudo um pouco e muito
E nada sei fazer em apenas um minuto
Minha mente não para!
Uma dor de cabeça que nunca passa!
O meu silêncio faz muito barulho!
E às vezes a minha companhia me desampara!

Eu sou um paradoxo ambulante
Não escondo minhas frustrações, sou um errante.
A transparência se mistura
Com a mais densa matéria escura
Que transpiro pelos poros,
E quando penso, eu existo, logo.

Eu poderia ser qualquer coisa.
Eu queria querer ser outra pessoa.
Mas prefiro ser ninguém
Ou alguém que não se contém.

E assim vou vivendo, morrendo,
Existindo e desistindo.
Nesse multiverso existencial,
Eu sou apenas mais um,
Longe da multidão, mas sempre presente
Unindo o mal com o bem comum.

Talvez seria melhor
se nunca tivesse nascido.
Mas eu sei que minha existência
Pode ter feito bem a algum desconhecido.

Eu sou a Materialização Física de um Paradoxo Imperfeito


Eu Sou a Materialização Física de um Paradoxo Imperfeito

Música instrumental no estilo Clássico, Barroco, Bach, Vivaldi. 
Excelente para relaxar, meditar ou estudar.
Também é bom para dormir.

Ascensão do Papa

Na Fronteira do Céu

Tempestade Barroca

Caminhada do Outono

Sombras e Luzes

Cravo Apimentado

Violino Solitário

Deslizando pela neve

[Verso]
Dançando e sacudindo
Eu danço a noite toda e eu danço até de manhã
Dançando e sacudindo
Eu danço a noite toda e eu danço até de manhã

[Refrão]
Dançando e sacudindo
Eu danço a noite toda e eu danço até de manhã
Dançando e sacudindo
Eu danço a noite toda e eu danço até de manhã

[Verso]
Dançando e sacudindo
Eu danço a noite toda e eu danço até de manhã
Dançando e sacudindo
Eu danço a noite toda e eu danço até de manhã

[Refrão]
Dançando e sacudindo
Eu danço a noite toda e eu danço até de manhã
Dançando e sacudindo
Eu danço a noite toda e eu danço até de manhã

[Ponte]
Oh sim eu danço a noite toda
Dançando e sacudindo
Oh sim eu danço a noite toda
Dançando e sacudindo

[Refrão]
Dançando e sacudindo
Eu danço a noite toda e eu danço até de manhã
Dançando e sacudindo
Eu danço a noite toda e eu danço até de manhã


Eu era só uma criança

Caleb Meireles Calil

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