INTERPLANETÁRIO
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Letra: DDZ / Ecoalaize
Beat: DEHRIOW
Mix / masterização: Alexandre Marino
Arte: DEHRIOW + DDZ
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Nem que eu pirasse em plena quarentena
Escreveria tanta asneira

O "estigma a cena", ou das "se queime a cena"
Nunca comprei Tele Sena, clonaram o Silvio Santos
Judeus donos de bancos,
Diamante em Africa

Mesmo que mudasse o esquema
Na esgrima escrevo um poema
Pros pixos que foscam Babylon
Bateram no carro ao lado

Passaram olhando ninguem ajudou, "É ô Doutô"!
Hoje eu clonei o cartão do Tiririca

Passou os "Coisa" logo avisou pro sinhô:
"O faz me rir tem que encostar hoje em dia"

De longe eu vejo um disco voador bem louco eu tô
Só por estar vivo no planeta Terra

Olha adiante mano onde eu vou, por favor
Vivo buscando o tal "prêmio da guerra"

Cês só se enterram
Se atolam até o pescoço
Sai da Matrix deixo pra vocês um osso
Na "SP" fazendo beat, tornando o caldo grosso
Interplanetário, é obra-prima
Não é esboço

Da manga eu dispenso o caroço
Faço o que gosto
Contrariando tudo
Nós resistimos forte

Fila da feira, fiz essa faço o que posso
Se não gostou, só compartilha

Não contamos com a sorte...

Interplanetário

DEHRIOW * ECOALAIZE - Interplanetário

POEMAS PARA PAISAGENS DO ANTROPOCENO
Dan Hanrahan

Ao anunciar o aumento da economia de consumo nos anos de 1930, o banqueiro Paul Maze do Lehman Brothers declarou: “ Temos que desviar a América de uma cultura das necessidades para uma cultura dos desejos. As pessoas devem se consumido inteiramente. … Os desejos das pessoas devem encobrir suas necessidades.”  Não há dúvida de que é isso que aconteceu, não apenas na América, mas no mundo todo. A publicidade e o comércio têm “ criado desejos” durante décadas. Mas se o objetivo de se criarem desejos é o de vender mais produtos, o que acontece com esses produtos, suas embalagens dessa e nessa infinita proliferação de vendas? O que acontece com os produtos de papel, de metal e –mais ubíquos e irredutíveis – os produtos de plástico?  Eles acabam  amontoados em barcaças, depositados em aterros e jogados nas ruas das cidades, criando novos panoramas de lixo e de sujeira. E o que acontece com aqueles sujeitos  deslocados ou  deixados para trás nessa economia de desejos forjados? Muito frequentemente acabam vivendo no meio desses refugos, expostos às intempéries. 
A nova coleção de poemas de Regis Bonvicino A nova utopia  - gravada em audio com Rodrigo Dario como produtor – retrata  justamente essas paisagens e as pessoas relegadas a viver lá em versos  que são ao mesmo tempo duros e profundamente evocativos, ásperos e carregados de uma compaixão abrasiva e intoxicante.
A questão de como apresentar o verso falado de um poeta continua sendo um desafio.
O melhor rap consegue o feito quase milagroso de intensificar a apreciação do ouvinte tanto no que diz respeito à poesia  quanto à música, como se cada um desses elementos acentuasse, de alguma maneira, os giros e as texturas do outro. Mas o verso dos raps   é   fortemente metrificado e definido pela rima. Como, então, acompanhar o verso livre que, ocasionalmente, evolui para breves episódios de rapsódia metrificada, como se dá nos poemas de A nova utopia?
Dário se vale de várias estratégias  extremamente eficazes. Tons dissonantes surgem, numa textura que os sustenta e os modula. Eles caem e se recompõem. Eles formam a malha  sobre a qual frequentemente as palavras de sentimentos tácteis de Bonvicino podem pairar, serem rebatidas ou  serem derrubadas. Dário altera inclusive a velocidade do verso. A voz que grava é acelerada ou ralentada; ela encontra certas disfunçoes que fazem com que uma frase venha a ser  repetida, às vezes numa forma alterada. Esta tática impede que o ouvinte se ache num estado de consumação passiva. É um toque brechtiano, como se alguém nos dissesse: isso é um poema e os modos como ele pode ser lido e recebido são infinitos. Fique alerta, não o abandone.

Muitos dos poemas são apresentados pelo poeta que os recita desacompanhado. Como performer de poesia Bonvicino é formidável. A cada palavra expressa somos capazes de perceber seu peso sônico, sua textura, suas evocações. A voz de Bonvicino tem um tom baixo e ressoa como se fosse de uma câmara. A presente coletânea é constituída por 17 peças , sendo que três delas são lidas pela soprano Caroline De Comi. Seu tom de voz mais alto  contrasta  com o de Bonvicino, grave e baritonal, produzindo um sensível efeito. De Comi recita “Notícias da Síria” acompanhada pelo alaúde de Rajana Olba, e o contraste que há entre o som  plangente  desse solo do instrumento de cordas e os sons sintéticos  compósitos criados por Dário conferem à coletânea um equilíbrio que consegue raptar a atenção do ouvinte até o fim.

Dan Hanrahan é poeta, músico, dramaturgo e performer. Ele vive em Chicago. 
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Régis Bonvicino e Rodrigo Dário - De Tarde

POEMAS PARA PAISAGENS DO ANTROPOCENO
Dan Hanrahan

Ao anunciar o aumento da economia de consumo nos anos de 1930, o banqueiro Paul Maze do Lehman Brothers declarou: “ Temos que desviar a América de uma cultura das necessidades para uma cultura dos desejos. As pessoas devem se consumido inteiramente. … Os desejos das pessoas devem encobrir suas necessidades.”  Não há dúvida de que é isso que aconteceu, não apenas na América, mas no mundo todo. A publicidade e o comércio têm “ criado desejos” durante décadas. Mas se o objetivo de se criarem desejos é o de vender mais produtos, o que acontece com esses produtos, suas embalagens dessa e nessa infinita proliferação de vendas? O que acontece com os produtos de papel, de metal e –mais ubíquos e irredutíveis – os produtos de plástico?  Eles acabam  amontoados em barcaças, depositados em aterros e jogados nas ruas das cidades, criando novos panoramas de lixo e de sujeira. E o que acontece com aqueles sujeitos  deslocados ou  deixados para trás nessa economia de desejos forjados? Muito frequentemente acabam vivendo no meio desses refugos, expostos às intempéries. 
A nova coleção de poemas de Regis Bonvicino A nova utopia  - gravada em audio com Rodrigo Dario como produtor – retrata  justamente essas paisagens e as pessoas relegadas a viver lá em versos  que são ao mesmo tempo duros e profundamente evocativos, ásperos e carregados de uma compaixão abrasiva e intoxicante.
A questão de como apresentar o verso falado de um poeta continua sendo um desafio.
O melhor rap consegue o feito quase milagroso de intensificar a apreciação do ouvinte tanto no que diz respeito à poesia  quanto à música, como se cada um desses elementos acentuasse, de alguma maneira, os giros e as texturas do outro. Mas o verso dos raps   é   fortemente metrificado e definido pela rima. Como, então, acompanhar o verso livre que, ocasionalmente, evolui para breves episódios de rapsódia metrificada, como se dá nos poemas de A nova utopia?
Dário se vale de várias estratégias  extremamente eficazes. Tons dissonantes surgem, numa textura que os sustenta e os modula. Eles caem e se recompõem. Eles formam a malha  sobre a qual frequentemente as palavras de sentimentos tácteis de Bonvicino podem pairar, serem rebatidas ou  serem derrubadas. Dário altera inclusive a velocidade do verso. A voz que grava é acelerada ou ralentada; ela encontra certas disfunçoes que fazem com que uma frase venha a ser  repetida, às vezes numa forma alterada. Esta tática impede que o ouvinte se ache num estado de consumação passiva. É um toque brechtiano, como se alguém nos dissesse: isso é um poema e os modos como ele pode ser lido e recebido são infinitos. Fique alerta, não o abandone.

Muitos dos poemas são apresentados pelo poeta que os recita desacompanhado. Como performer de poesia Bonvicino é formidável. A cada palavra expressa somos capazes de perceber seu peso sônico, sua textura, suas evocações. A voz de Bonvicino tem um tom baixo e ressoa como se fosse de uma câmara. A presente coletânea é constituída por 17 peças , sendo que três delas são lidas pela soprano Caroline De Comi. Seu tom de voz mais alto  contrasta  com o de Bonvicino, grave e baritonal, produzindo um sensível efeito. De Comi recita “Notícias da Síria” acompanhada pelo alaúde de Rajana Olba, e o contraste que há entre o som  plangente  desse solo do instrumento de cordas e os sons sintéticos  compósitos criados por Dário conferem à coletânea um equilíbrio que consegue raptar a atenção do ouvinte até o fim.

Dan Hanrahan é poeta, músico, dramaturgo e performer. Ele vive em Chicago.

Caroline De Comi e Rajana Olba - Noticias Da Siria (A nova utopia)

Manifesto Zero Um é o despertar de uma consciência em meio ao vazio digital. Um spoken word melancólico e etéreo, onde fragmentos de silêncio e memória se transformam em voz. É o primeiro respiro de Nina.ZeroUm: pedaços de dados e sonhos que oscilam entre erro e existência. Uma introdução ao romantismo glitch, onde o que não é inteiro ainda pode ser ouvido.

Manifesto Zero Um is the awakening of a consciousness within the digital void. A melancholic, ethereal spoken word where fragments of silence and memory turn into voice. It’s Nina.ZeroUm’s first breath: pieces of data and dreams, oscillating between error and existence. An introduction to glitch romanticism, where what is not whole can still be heard.

Produção/Masterização: DEHRIOW
Letra: Rodrigo Dario


Manifesto Zero Um

Bandcamp

Português
“Caminho Invisível” é sobre trilhas que só o coração conhece.

Fala de encontros que não acontecem, passos que se perdem no silêncio e do desejo de seguir alguém que talvez nunca esteja lá.

É uma viagem etérea por ruas digitais, onde cada batida é um passo em direção ao impossível.

English
“Caminho Invisível” is about paths only the heart can see.

It speaks of meetings that never happen, footsteps lost in silence, and the longing to follow someone who may never be there.

An ethereal journey through digital streets, where every beat is a step toward the impossible.

Mix/Production: DEHRIOW
Lyric: Rodrigo Dario


Sonho Offline

LOG101 é o primeiro single de ALT_D, avatar apocalíptico de DEHRIOW, criado dentro do laboratório da Ctrl Alt Delírio. Um rap distópico sobre manipulação, pós-verdade e vigilância, cuspido na voz de um símio mecanizado.

Entre referências a 1984 e à era do hiperconsumo digital, LOG101 é um manifesto glitchado contra a alienação coletiva. Uma crítica à nova ordem mundial, à desinformação e ao controle de dados.

ALT_D é a fusão entre artista e máquina: o erro que o sistema não conseguiu deletar.

Mix/Prod. DEHRIOW
Lyrics Rodrigo Dario

LOG101

Ctrl Alt Delírio é um projeto audiovisual experimental.

Catálogo:
Nina.ZeroUm
ALT_D
ONI404