A sample of home recordings, made from 1990 to the present day...

Inéditos PO

LADRAR PARA LUA

Pela estrada fora, sem mais razão do que ir embora,
porque ela quis ser a primeira,
mas eu não quis ser o segundo.
Parei numa lixeira, e abracei o cheiro imundo de uma vida feia.
Talvez só por isso somos um pouco mais do que o cão sem metafísica,
que ladra para a Lua.
Então uma cigana, de olhos negros, esbugalhados,
e a boca torta e desdentada,
pegou na minha mão cansada, e leu-me o fim do mundo.
E eu acreditei.
Voltei devagarinho, fui dar contigo já deitada.
Fiquei quieto na penumbra, a contemplar o teu semblante,
na longa madrugada em que eu despertei.
Talvez só por isso somos um pouco mais do que o cão sem metafísica,
que ladra para a Lua.

Ladrar Para A Lua

COMPLICADAMENTE

Maria, para quê fazer simples,
se o posso fazer complicadamente?
Tu já me conheces, tu sabes o quanto eu aprecio
nunca seres simplesmente.

Tudo o que faço e digo, o faço e digo complicadamente.
Sou inimigo, sempre fui inimigo do simplesmente.
Que o simplesmente complica-me com os nervos,
baralha-me as ideias.
Sabe-me ao primarismo desses servos
que broncamente arrastam as cadeias.
São estas as principais razões porque ajo e penso complicadamente,
e que, por paradoxo, são a chave
de um outro e bem mais simples simplesmente:
Maria. Simplesmente Maria...

Not easy to capture the ambiguities of the portuguese lyrics, but here goes a try:
COMPLICATED WAY
Mary, why should I do things in a simple way, if I can do them in a complicated way?
You know me, you know how much I appreciate that you don't simply exist.

Everything I do and say, I do and say it in a complicated manner.
I'm wary, I've always been wary of the "simply",
because the "simply" gets on my nerves, confuses my ideas.
It tastes to me like the rudimentary nature of those servants that drag their chains in a clumsy way.
These are the main reasons I think and act in a complicated manner.
And this, paradoxically, is the key for another and much simpler "simply":
Mary. Simply Mary.

Complicadamente

Two themes recorded in the nineties, slightly remixed.

Espaço Euclidiano

Recorded in the nineties, slightly remixed.

Porquê tantos dias a correr sem destino,
e tantas directas num lunar frenesim,
tantos sacerdotes dum ritmo assassino,
tantas energias a chegarem ao fim?

Porquê tantos prazos que já ontem expiraram,
e milhões de horários que se desencontraram,
a justiça cega duma porta fechada
para a multidão só um minuto atrasada?

Porquê tudo a correr, porquê tanta pressa,
se, depois do infinito, o infinito recomeça?

Porquê tantas bocas com estilhaços de vidro,
e tantas corridas que nos levam ao nada,
todas essas urnas de metal retorcido,
todas essas poças de sangue na estrada?

As horas são índios que me querem ver morto.
Fujo no galope de um cavalo já louco.
E nem conto as flechas que me pesam no corpo.
Para sarar as feridas o meu tempo é tão pouco...

Porquê tudo a correr, porquê tanta pressa,
se, depois do infinito, o infinito recomeça?

Dias De Pressa

This song illustrates the virtues of creative synergy. The instrumental basis was first created by Tiago Cadete and Raul Pires. I then created the text and the melodies that were sang over the instrumental basis. The end result is far superior to what we could do by ourselves.

ASSALTADO PELA DÚVIDA

Esta noite fui assaltado pela dúvida.
Quando acordei de manhã, notei o desaparecimento de coisas
que agora já não tenho a certeza de alguma vez ter tido.

É preocupante...

Disseram-me que o alarme disparou de madrugada,
e matou três indivíduos, decerto inocentes,
que rondavam as portas do esquecimento.

Agora, os vizinhos acusam-me de ser homicida...

Homicida, eu...
Como posso eu ser homcida?! 
Eu, que sou português,
que sou contra os canhões...

Mas, enfim, tudo é possível.
Até os apóstolos perguntavam "Mestre, serei eu?"
quando Cristo lhes anunciou que, no meio deles, havia um traidor...
Quanto mais culpado serei eu, que já não sei o que sou...

Busco algum consolo nos livros que atestam a minha nobre linhagem.
Mas noto que já nem os mosquitos gostam do meu sangue.
Preferem as veias dos ébrios da noite.

Eu anseio por construir uma casa de certezas,
com grades nas janelas,
e todas as saídas de emergência seladas com muros de dogmatismo.

Mas, se nada entra e nada sai, será que eu existo?
Quem contempla uma face, se não há um interface?

Posso sempre dizer que faço, apenas porque faço.
Mas, se o meu fazer surgiu do nada, onde é que houve uma escolha?
E, se o que fiz surgiu de leis imutáveis, o que foi que eu escolhi?
Onde é que se esconde a minha própria vontade?

Não sei...

Não sei se existe escolha quando contemplo a minha mão que escreve.
A linha que agora escrevo, não sei de onde é que veio.
Talvez estivesse escrito que eu um dia a escreveria.
Ou talvez exista no meu âmago um macaco cego
que anda a brincar com o teclado da minha alma vazia.
Alguns até darão a isso o nome pomposo de inspiração...

Tanta dúvida irrita-me, e é desgastante. 
Sinto que todas as respostas me ultrapassam pela direita,
num universo surdo e arrogante,
onde as galáxias colidem porque ninguém respeita as prioridades.
Todos os deuses do universo deixaram-me sozinho, e com os pneus furados,
na estrada sem multas dum vazio legal...

Vou ter que ir a pé.

Tento chegar a algum lado
gastando as solas dos neurónios perplexos..
É como se avançasse num lago de mistérios profundos:
Eu ainda tenho pé,
o pé é que já não chega ao fundo.

Escrevo o que penso, mas não sei se penso o que escrevo.
Sinto que é inútil correr atrás dos pensamentos, mas vou correndo...
Até acendi uma vela, para que tudo corresse bem.
Como sou um desastrado, incendiei a casa.
Agora tenho que ir chamar os bombeiros.
Por isso eu abro a porta da rua,
respiro fundo a esperança de estar vivo,
e corro atrás do tempo.

Só não entendo bem porquê.

E duvido que alguém saiba.

Assaltado Pela Dúvida

Terra queimada das almas feridas.
Pontes quebradas por promessas não cumpridas.
Frases selvagens que alimentam a tristeza.
Vagos insultos que nos escondem a beleza de um doce abraço e do perdão.
Não dizes nada, e eu olho para ti.
Estás magoada, e eu não sei se te perdi.
Terra queimada é o silêncio que enche os dias,
quatro paredes sem janelas de alegria,
dormir contigo na solidão.

Terra Queimada

De acordo com o computador, seremos um par perfeito.
E eu marco um primeiro encontro 
no café mais mais fino e mais chique de Lisboa,
o Café do Chá Sem Defeito.

Aguardo com curiosidade, para ver no que é que tudo isto vai dar.
Será que encontros às cegas podem ser bem sucedidos?
Duvido... Mas não custa nada tentar.

É estranho que essa mulher linda, que entra para falar comigo, 
precise de algum programa
para localizar um drama, para encontrar algum amigo.
É estranho, muito estranho...

Mas a conversa corre bem, até ela perguntar 
se, sabendo o que aí vem,
vale a pena procriar, trazer filhos para miséria, 
para o colapso sublunar,
que é fruto duma cobiça tão funérea.

Respondo, num tom mais duro,
se ela quer ficar para tia
pode negar o futuro, pode negar a magia.
Mas eu sou um tecnocrata. 
Mesmo quando ela me mata, eu amo a tecnologia.

E ela grita, violenta, como posso eu ser tão vil
para amar o ocidente, e esse horrível acidente
cheio do raio da actividade, de mentira e de maldade,
que aconteceu em Chernobil.

E ela atira a mesa ao chão, e sai a barafustar.
Olho os estragos e o patrão do café, que me diz:
"Lamento, amigo. Lamento. 
É chato, é muito chato, mas vai ter mesmo de pagar."

E, entre as certezas no chão e as perguntas no ar,
ficam questões, que a razão não vê maneira de explicar.

Perguntas No Ar

The man in the center of the photograph is the grandfather of my father's mother. Celebrating  some milestone of his military career in the Austro-Hungarian army.

Desde quando é que os homens não choram?
Desde quando é que o sonhos não matam de amor?
Desde sempre que os dias namoram
as ruas do inferno calcadas de dor.
É difícil falar do que sinto.
Nunca fui mui bonito, nunca fui muito esperto.
Eu preciso de fé para saber,
e de ainda mais fé para escolher o que é certo.
Perguntem a Pôncio Pilatos
de que serve encontrar a verdade infinita,
se a própria verdade de cala
e nos deixa perdidos nos escolhos da vida,
com silêncios pesados na sala,
com remorsos silentes de lutas perdidas,
com ciúmes das horas felizes
que nos abandonaram no palco dos dias.
Não me digam que os homens não choram,
não me digam que os homens não quebram de dor.
Perguntem a César caído.
Perguntem a Brutus se é bom ser traidor.
Preciso entender o que sinto.
Nunca fui mui bonito, nunca fui muito esperto,
mas preciso fazer o que é certo.
Quanto ao resto, não sei.
Só sei mesmo que dói.

Os Homens Nao Choram

Anthropocene, a new proposed geological epoch, still in the approval process

Dança comigo, abraça-me bem...
A vida agarrou-se a esta rocha na orla do imenso abismo,
e resistiu desde então a todas as agressões do tempo.
O aço enferruja, a madeira apodrece, o sonho perde o alento.
Todas as contas feitas, a dura pedra é a coisa que mais dura.
Durará bastante mais do que a nossa juventude,
que num instante murcha e fenece.
Mas até a pedra se dissolverá no vento dos milénios.
A vida só persiste porque morre e renasce.
E, enquanto a vida existe, o futuro não acontece,
o futuro faz-se.
Dança comigo. Abraça-me bem...
Na dança do milénios, ninguém sabe o que aí vem.
Mas, no que diz respeito à vida, tudo irá depender de quem casou com quem.
Dança comigo, abraça-me bem...

Antropoceno

Instrumental Tiago Cadete. Letra e Vocais José Castro

ENCONTRO EM CANCUN 

Logo depois de aterrar, e ao sentir-me sufocar, entendi qual a razão porque os gringos com dinheiro vão para Cancun em Fevereiro. Mas eu não escolhera a data. Quando saí para jantar, as multidões de turistas andavam de bar em bar. Buscavam com quem dançar, nas discotecas estroboscópicas de jovens pouco vestidas.
Como eu não estou no mesmo plano dos vendidos aos prazeres de arrotar em mexicano, entrei num supermercado para comprar uns sanduíches. E, na hora de pagar, juntei-me a uma longa fila. Impossível não notar os relâmpagos ao longe, e a jovem que, à minha frente, transpirava das axilas.
Talvez farta de esperar, talvez farta de estar só, perguntou-me o que eu fazia naquele mundo sublunar. Respondi: "Não vim de férias. Eu vim só apresentar o meu humilde cartaz sobre máquinas com ética e consciência moral, no décimo quinto Congresso de Vida Artificial."
Ela ficou a pensar. Olhou em volta a folia. Pensou que eu estava a brincar, e riu-se da ironia.

Encontro Em Cancun (based on Tiago Cadete instrumental)

Vai Comprar Fósforos

Numa zona do céu vazia de estrelas o telescópio em órbita fixou o olhar.
Perscrutou as trevas, buscou entendê-las.
Dia após dia colheu devagar as gotas de luz, 
que esparsas caíam sobre o espelho complexo que as queria guiar.
E compôs uma imagem. 
Tornou-se aparente que das trevas surgia uma luz milenar.
Na visão espantosa do espaço profundo 
estavam milhões de galáxias ao longe a brilhar.
Nas nossas conversas sem brilho ou enredo,
entre os vagos discursos que ecoam no ar,
relembro o meu pai, que colhia os segredos,
as frases obscuras do nosso falar.
Hoje ele é caixa de cinzas, sem brilho ou enredo,
indiferente às doutrinas que ecoam no ar,
e eu choro no silêncio que guarda o segredo,
o mistério profundo do nosso passar.
Será que no silêncio desta estrada irei ouvir a voz,
que é mansa de delicada,
de um pai que me quer consolar?
Será que no mistério da passagem irei ouvir a voz,
que é mansa e delicada,
de uma mãe, em canção de embalar?

Mistérios Profundos

*** CORRER NA PRAIA ***

Neste azul poente, ao sol, ao vento brincam ondas, 
luzimentos que não faz qualquer sentido alguém biografar.
Mesmo o túnel mais perfeito nunca teve um nome,
nem retrato de família que as ondinhas queiram recordar.

Tanto mar!...
Eu também sou movimento que se vai quebrar
nas margens do esquecimento deste imenso mar.
Beija-me perdidamente, antes de eu voltar
a surfar o firmamento lindo...

Vem ler poemas dos helénios
escuta o canto dos milénios
das trirremes que passaram de regresso ao lar.
Vê, quando abraço a areia quente
eu abraço tanta gente 
que deixou suas pegadas à beira do mar...

Tanto mar!... (etc.)

E, se escutares a minha prece,
explico-te a extinção da espécie
que um dia se esqueceu de se multiplicar.
Quimicamente és tão perfeita
que a mente não aceita
seres mais um castelo de areia à beira do mar.

Tanto mar!... (etc.)

Correr Na Praia

Por vezes a felicidade passa por nós, e a gente nem repara.
Perdemos os dias à procura dos óculos que temos na cara.
Só quando eles caem e se quebram no chão vemos a verdade.
Quando a morte nos cerca e nos turba a visão sentimos saudade.
Agora fecho os olhos à procura do espaço onde só eu me encontro.
Recordo a tua mão, o teu doce abraço no vazio que defronto.
Vejo na claridade o quanto fui louco, e sinto tanta pena.
Exigimos tanto e damos tão pouco quando a alma é pequena.

WHEN THE SOUL IS SMALL
Sometimes happiness passes us by, and we don't even notice.
We lose our days looking for the glasses we have on our face.
Only when they fall and break to the ground do we see the truth.
When death surrounds us and clouds our vision, we feel the longing.
Now I close my eyes looking for the space where I find myself alone.
I remember your hand, your sweet embrace in the emptiness I face.
I see in the light how crazy I was, and I feel so sorry.
We demand so much and give so little when the soul is small.

Quando A Alma É Pequena

Passeio À Tarde

Se calhar o meu problema resulta da indecisão.
Às vezes penso que sim, mas outras penso que não.
Dizem que é esquizofrenia, e dupla personalidade,
mas eu acho que é mentira.
Sim, eu acho que é mentira, mas eu penso que é verdade.

Quando olhei pela manhã o meu reflexo no espelho
pareceu-me ver o meu pai a tentar dar-me um conselho.
A força que eu necessito não está nos mísseis que saltam
das asas dos bombardeiros, 
porque a paz que está mais alta só se alcança de joelhos.

Eu nos alvos inimigos queimei muitos inocentes
que eu nunca aniquilaria, se eu os visse aqui presentes.
Mas eu sei o chão que piso, e, no meio dos homens loucos,
eu sou dos mais condenados,
porque ter algum juízo só agrava os meus pecados.

E fui com meu copiloto à cantina dos perdidos.
Cantei até ficar rouco, e ficámos bem bebidos,
à procura de um olvido que nunca mais acabasse,
entre os copos repetidos,
procurámos ao despique o copo que nos matasse.

Napalm

Relembro, no silêncio das estrelas, a sombra do meu pai. Com o passo lento e pensativo, nos corredores da casa, ele vigiava as estantes em busca de respostas.
Essa casa de onde a minha mãe um dia teve de sair, e vender ao desbarato as cinzas dessas noites, com uma dor que ninguém vê.
Uma dor que ninguém vê...
Faça-se luz! Faça-se luz!
E a luz se fez, e a luz se fez...

Faça-se Luz

Quis ver esse grande homem, que toda a gente aclamava.
Ao ir-me aproximando, pequeno ele mais se tornava.
Até que a glória exaltada dos muitos e grandes feitos
foi aos meus olhos tapada por seus inúmeros defeitos.
E ele perdeu a importância. Tornou-se insignificante.
Mas, lá longe na distância, conseguem ver um gigante.
Talvez, se Deus lhes mostrasse a minha vera grandeza,
eu conseguisse o trespasse da minha enorme tristeza.

Invejei o grande homem, que toda a gente gabava.
Ao ir-me a Deus confessando, pequeno eu mais me notava.
E assim a glória anelada de muitos e grandes feitos
morreu no berço, esmagada pelo monte dos meus defeitos.
E vi-me sem importância. E vi-me insignificante.
Mas, lá longe na distância, eles dizem ver um gigante.
Talvez, se Deus lhes mostrasse a minha vera grandeza,
eu conseguisse o trespasse da minha enorme tristeza.

O Grande e o Pequeno

Essa beleza deslumbrante, que Deus te deu nesta vida,
abriu-te todas as portas para os becos sem saída.
E eu quis dar-te a vida, dar-te a liberdade,
 e mostrei-te a praça dos Restauradores,
onde os restaurantes servem as verdade,
libertando as vidas do erro e das dores.
Multidões divagam pelas avenidas-
Mordem-se uns aos outros, enganando a fome.
Perdem-se nos becos das horas perdidas,
presos à cobiça que tudo consome.
Também já tentei servir a dois senhores,
mas para ti voltei, meu primeiro amor.
Alguns mais sisudos entre os foliões
citam umas placas com dez sugestões.
Veem nas escrituras muitas coisa boas,
mas amam as coisas, e usam as pessoas.

Restauradores

Relentos de maresia me despertam,
vindos do mar, além, que a noite encobre.
Oiço as vagas que vêm rebentar
sobre os rochedos, que a fúria lhes sustentam.
Há milénios, milhões de lentos anos,
antes que os sons achassem um ouvido,
que o mar as longas costas tem ferido,
com o imenso furor dos desumanos.
E assim vai prosseguir. No tempo ingente,
soçobrarão culturas, virão pragas,
o homem passará. Mas ainda as vagas
hão de agredir a terra cegamente.

Relentos de Maresia

*** NOTE June 2024: Generative AI is becoming amazingly powerful. Nothing against it. Just to avoid the confusion and embarrassment of finding ourselves praising and encouraging mindless algorithms, I believe it would be nice for us to always disclose its usage in our tracks. What do you think?  ***

Hello, welcome to my page.

I've been making music with Pedro Castro since 1972. At the time, we created the alternative rock band Petrus Castrus. The music I'm placing here are just the home recordings of ongoing projects and ideas. I created a few playlists (Inéditos) according to language (PO - Portuguese; EN - English; SP - Spanish; FR - French; IT - Italian), and also for concept albums (Três Jardins). There are two long tracks (Mediterrâneo and Isaías) for full concept albums. A playlist called Synergies gathers the collaboration projects with other musicians in the fantastic SoundCloud community.

Petrus Castrus edited records can be found on Spotify and Soundcloud. See the Facebook Petrus Castrus page for more details, including comments about the recordings uploaded here. 

We are both amateur musicians, i.e. music lovers. As for me, I'm just an electrical engineer with a master in AI that really loves creating music and use it to share ideas. That is why all tracks include lyrics or texts.

Enjoy!

Inéditos PO

José F Castro - JFC (Petrus Castrus)