Som Alvo é o primeiro disco a solo de Nuno Morão. Gravado em 2018, apresenta sete composições que desvendam uma viagem musical baseada na exploração tímbrica e polirrítmica de um conjunto de percussão com 7 membranofones.
"Playing All The Time" é uma dessas composições. O disco será lançado no dia 4 de Abril de 2022.

Som Alvo is the first solo album by Nuno Morão. Recorded in 2018, it features seven compositions that unveil a musical journey based on the timbral and polyrhythmic exploration of a 7-piece membranophone percussion kit.
"Playing All The Time" is one of those songs. The album will be out on April 4 , 2022.


Nuno Morão | solo percussion 

percussion kit: djembe, tom, bongos, conga, darbouka, floor tom, adufe. 


All music by Nuno Morão. 
Cover drawing by António Poppe. 
Artwork by Rita Thomaz. 
Released in 2022 by OSSO Colectivo. 

Recorded with Neumann U67 (x2), Neumann M 147 Tube (x2), AKG D-99 C “Harry” (1975), Shure SM 57, and a vintage (1940) Melodium 42B, through a Soundcraft 6000 console and a AKG BX-20 spring reverb. 

Played and recorded (August 2018, ScratchBuilt) & mixed and mastered (May and June 2020, FISGAstudio) by Nuno Morão. 

Thanks to John Klima, Tiago Martins, António Poppe, OSSO Collective, Oriana Alves, Rafael Alves Morão and Ana Teresa Ascensão.

SOM ALVO

Playing All The Time

Playing All The Time [2018]

para a Sara.

improvisação (gravada em pistas) com tambor, bongós, cavaquinho, cornetim natural, bombo e prato.

Paço de Arcos, 27 de Dezembro de 2013.

A Rapariga do Tambor (pequena divagação libertária) [2013]

Eu hoje sinto-me como uma árvore
Vou dar sombra e frescura a toda a gente
Já fui semente à procura do Sol
A mim todos se podem encostar
Eu sei que sou assim como uma planta
Cada dia maior e mais feliz

Eu hoje sinto-me um pirilampo
Iluminando o caminho a toda a gente
Ou uma abelha que quebrou teu silêncio
Quando pensavas ser apenas a cigarra
Que ninguém vê e ninguém repara
Mas depois sabemos que está lá

P'ra onde for vou levar os meus livros
E arranjar tempo p'ra fechar os olhos
Sentado no ponteiro do relógio
Hei-de-escrever, página a página,
O teu rosto

Eu hoje sinto que sou uma guitarra
Que faz amigos à volta da música
Uma canção que tem muito a dizer
Numa rodinha que completa o coração
Quando se juntam acordes de guitarra
Fazem música, e hoje sinto-me assim

Mas às vezes também me sinto uma pedra
Já farta de apanhar tanta poeira
Uma palha já cansada e quebrada
Sou um morcego que espera p'la noite
Mas também sei ser aquele canal
Que leva a água toda ao seu destino

P'ra onde for vou levar os meus livros [...]

Eu hoje sinto-me como uma tenda
Talvez capaz de guardar-te o coração
Posso também ser o fio do estendal
Que vai ser capaz de te segurar
Ou sapatos capazes de suportar
O peso de quem me quiser calçar

Eu hoje sinto-me uma caneta
Capaz de escrever uma longa história
Eu hoje sinto-me como um caderno
Onde vem quem quiser para escrever
Sou um diário capaz de guardar tudo
As boas e as más recordações

P'ra onde for vou levar os meus livros [...]

Eu hoje sinto-me como um livro
Para ser lido por qualquer pessoa
Se tens coragem de virar a página
Vais descobrir o que vem a seguir
Há quem me queira julgar pela capa
Há quem me queira julgar pelo interior
Há quem me queira julgar pela capa
Há quem me queira julgar pelo interior

P'ra onde for vou levar os meus livros [...]

Mas hoje sinto-me eu mesmo

[Frases ditas pelos Turrinhas (10-12 anos), recolhidas e postas-em-estrofes pelo João Keating, e musicadas pelo Nuno Morão. Lousã, 19 a 29 de Agosto de 2014.]

[Nesta gravação em concreto, Nuno Morão canta e toca guitarra acústica e baixo eléctrico.]

Poema mesmo sem jeito [Turrinhas 2014]

Banda sonora original para a peça-de-teatro-em-camisolas "Final Moda", de Miguel Clara Vasconcelos, estreada nas "Manobras de Maio" de 1997, em Santa Apolónia (Lisboa).

Excerto sonoro das recolhas de Michel Giacometti, música e execução de Nuno Morão, com o apoio técnico de Rodolfo Morgado.

Final Moda [1997]

No regresso de Arcos de Valdevez, noite dentro (perto da 1h30), por ocasião de uma paragem na área de serviço de Aveiras na A1 (sentido Norte-Sul), deparei com uma escultura em metal (cf. imagem). Experimentei tocá-la, e fez um belo som. Gravei então uma nocturna improvisação, que aqui partilho.

Gravado com telemóvel em 8 de Setembro de 2018.

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On my way back from Arcos de Valdevez, late at night (around 1:30 AM), during a stop at the Aveiras service area on the A1 highway (North-South direction), I encountered a metal sculpture (see image). I tried to play it, and it made quite a nice sound.
I then recorded a nocturnal improvisation, which I am sharing here.

Recorded with a mobile phone on September 8, 2018.

Aveiras N-S (A1) [2018.09.08]

Em 2018, por ocasição do Doc’s Kingdom — Seminário Internacional sobre Cinema Documental, fui convidado para fazer um solo de percussão.
Eis o registo desse momento.

Gravado com microfones binaurais (recomenda-se a escuta com auscultadores).

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In 2018, during Doc’s Kingdom — International Seminar on Documentary Cinema, I was invited to perform a percussion solo.

Here is the recording of that moment, made with binaural microphones (listening with headphones is recommended).

percussion solo @ Arcos de Valdevez [2018.09.03]

Rumores, 2023.
Peça para conjunto de percussão com membranofones, sinos e gongos, 16 minutos.

"Rumores" são três curtas peças de percussão que foram apresentadas no âmbito da exposição "Próxima Paragem", em conjunto com 3 pinturas de Rita Thomaz. O material de base para estas peças são as novas gravações que fiz para o próximo álbum (ainda sem título) do meu projecto de percussão a solo, Som Alvo, e que será publicado em 2026.

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Texto da folha de sala da exposição [https://appleton.pt/proxima-paragem/?lang=pt-pt]:

"A OSSO volta à Appleton, com uma instalação de Rita Thomaz e Nuno Morão.

Esta é a “próxima paragem” numa “viagem” que experimenta o encontro entre a arte visual e a sonora. Esta instalação convida-o a experimentar uma união entre som e imagem, onde as fronteiras entre percepção visual e sonora se diluem na construção de uma atmosfera onde se experimenta “ouvir” as pinturas e “ver” o som.

Três pinturas de Rita Thomaz definem o horizonte visual no espaço da Blackbox da Appleton. Com recurso ao uso de tinta acrílica em spray, surgem camadas transparentes sobrepostas e espaços vazios, criando delicadas variações de tons, texturas e formas onde a experiência da profundidade da superfície é o tema central. Uma partitura ou uma cidade arruinada mas ainda plena de rumores.

Nuno Morão ocupa-se de uma peça sonora, intermitente, onde o silêncio vai sendo pontuado pela pulsação das peles e de metais ressonantes. O ar da sala é assim ocupado levando o espectador a mergulhar numa composição musical que combina o timbre telúrico das peles com o indício de voo dos sinos e gongos.

Os ritmos desenham a cadência do olhar."

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“Próxima Paragem” esteve patente ao público entre 8 e 18 de Julho de 2023, em Lisboa.

Fotografia: © Pedro Tropa.

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Rumors, 2023.
Piece for percussion set with membranophones, bells and gongs, 16 minutes.

"Rumors" consists of three short percussion pieces presented within the scope of the exhibition "Próxima Paragem," alongside three paintings by Rita Thomaz. The foundational material for these pieces comprises new recordings I made for the upcoming (and as yet untitled) album of my solo percussion project, Som Alvo, which will be released in 2026.

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Text from the exhibition brochure [https://appleton.pt/proxima-paragem/?lang=pt]:

"OSSO returns to Appleton, with an installation by Rita Thomaz and Nuno Morão.

This is the 'next stop' on a 'journey' that explores the encounter between visual and sound art. This installation invites you to experience a union of sound and image, where the boundaries between visual and auditory perception dissolve in the construction of an atmosphere where one 'hears' the paintings and 'sees' the sound.

Three paintings by Rita Thomaz define the visual horizon within Appleton's Blackbox space. Using acrylic spray paint, transparent layers overlap with empty spaces, creating delicate variations of tones, textures, and forms where experiencing the depth of the surface is the central theme. A score or a ruined city still full of rumors.

Nuno Morão presents an intermittent sound piece, where silence is punctuated by the pulse of skins and resonant metals. The air of the room is thus occupied, leading the spectator to immerse themselves in a musical composition that combines the earthy timbre of skins with the hint of flight from bells and gongs.

The rhythms sketch the cadence of the gaze."

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"Próxima Paragem" was open to the public from July 8th to 18th, 2023, in Lisbon.

Photography: © Pedro Tropa.

Rumores

Rumores (para Próxima Paragem) [2023]

http://naoedicoes.tumblr.com/post/139861911850/lançamento-do-13-da-colecção-32-com-palavras-de

A paisagem, num dia algo nublado [2004]

http://wrongwrong.net/article/fake-synth-theme

Foi o que senti-me (fake synth theme) [2016]

de profundis, transmontano (lamento para o António Evangelista) [2018]

Estou de quarentena. De dia fico em casa. À noitinha, quando tudo está deserto e muito calmo, saio de microfone em punho. Ontem foi a primeira vez. Estava um vento fresco, bom.
Foram 33 minutos de gravação contínua: nas imediações da estação de Oeiras, no caminho para a praia de Santo Amaro. No fim, o mar.

A escuta é melhor com auscultadores.

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I'm in quarantine. During the day, I stay at home. In the early evening, when everything is deserted and very quiet, I go out with a microphone in hand. Yesterday was the first time. There was a cool, pleasant breeze.

I did 33 minutes of continuous recording: around the Oeiras train station, on the way to Santo Amaro beach. At the end, the sea.

Listening is better with headphones.

Quarenite : first outing [2020.03.17]

Sunday improv to brush off some melancholy.
Piano, flutes, ukelele, brushes, effects.
No overdubs.
Quick mix.
Set it free.

improvisação sobre fundo pandémico [2021.01.17]

Músico e engenheiro de som. Bateria, percussões, teclados e gravações-de-campo. | Musician and sound engineer. Drums, percussions, keyboards and field recordings.

Nuno Morão

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