A mistura entre o popular e o erudito tem simbolizado o retorno da música às suas origens. Experiências de sintonia entre o repertório clássico e as canções tradicionalmente brasileiras são bastante representativas, vide os trabalhos do maestro Moacyr Santos, que comandou a escola de Música da Universidade Federal da Bahia (UFBA), durante as décadas de 1950 e 1960, e do mineiro Abigail Moura, que na mesma época combinou instrumentos típicos da música afro em sua Orquestra Afro Brasileira, extremamente ligada aos orixás.
Unir gêneros musicais em torno da formação de público qualificado e crítico, e descobrir novos talentos para dar continuidade a esse trabalho não é tarefa simples. Mas a iniciativa da Orquestra Afrosinfônica, montada em Salvador em 2009 e que no mês de novembro lançará seu primeiro CD, tem mostrado ser possível alcançar esses objetivos e valorizar a cultura local sem perder o toque clássico.
Ubiratan Marques de Souza, o Bira Marques, nasceu em Salvador, onde estudou Composição na UFBA (Universidade Federal da Bahia). Morou durante doze anos em São Paulo, onde fez arranjos para a Jazz Sinfônica, e realizou, in loco,  importantes pesquisas sonoras em Angola, integrando-as depois à Orquestra Afrosinfônica.
 Em 2007, quando voltou a residir em Salvador, Bira Marques passou a pesquisar os ritmos que dialogavam com a realidade de sua terra. Localizou originalidade nos estilos afro-brasileiros e suas variantes, e assim estruturou os alicerces da formação da Orquestra Afrosinfônica com a ajuda de músicos de diferentes estilos.
"Branco", o primeiro CD produzido pela Orquestra Afrosinfônica, tem lançamento nacional agendado para o dia 16/11 (domingo), em concerto ao ar livre, na plateia externa do Auditório do Parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo (SP), a partir das 11h. O concerto tem participação especial do cantor e compositor paraibano Chico César. A entrada é franca.
Este álbum foi financiado pela Secretaria de Cultural do Estado da Bahia (Secult-BA) e reúne o repertório dos seis anos de trabalho da Orquestra Afrosinfônica. Ao todo, possui 10 músicas, dentre elas "Branco", faixa-título. São também destaques as canções “Navio Negreiro”, “Sete Portas” e “Água de Meninos”.

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