A importância da Literatura de Cordel nas cantigas da Capoeiragem…

Um dos exemplos clássicos de uma das mais cantadas e conhecidas ladainhas da nossa capoeiragem…

Riachão tava cantando…
Na cidade do açude…
Quando apareceu um negro…
Como a espécie do urubu…
Tinha camisa de sola…
A calça de couro crú…
Estas e outras cantigas que estão intrisicamente ligadas a cerne da nossa capoeiragem estão direta e indiretamente conectadas ao imaginário de versos e prozas de uma cultura rica e repleta de elementos populares…


 
Uma grande parte do cancionário da nossa arte luta foi construído através desta rica e multiplural intersecção entre diversos círculos da cultura popular… Podemos encontrar infindáveis referências e ligações no Candomblé, Samba, nas Chulas, nas cantigas de criança e Cirandas… Podemos ainda ver a estreita harmonia entre outras manifestações folclóricas e até religiosas… e nossa capoeira dentro deste tão rico e multifacetado universo da musicalidade…

Podemos ainda fazer uma analogia a toda a ritualística e o processo de construção da “Roda de capoeira” e suas profundas ligações à musicalidade, religiosidade e espiritualidade de matriz africana…

É inegável a importância do Cordel e sua nuclear relação com a capoeira dentro deste “emaranhado imaginário” da cultura popular brasileira…

Acredito que só muito recentemente na história da nossa capoeiragem é que se começou a construir o conceito de “criação exclusiva” ou seja composições criadas apenas para a capoeira…

Fica a reflexão para que possamos crescer juntos no processo de aprendizagem e da abertura de pensamento…

Deixo vos o link para o Livro:
História do Valente Vilela, Cordel de João Martins de Athayde

Em anexo ainda deixo um presente muito especial… Uma gravação de 1949 onde Mestre Waldemar canta a Ladainha do VALENTE VILELA (Vilela não mate o homem)

https://portalcapoeira.com/capoeira/musicalidade/a-importancia-da-literatura-de-cordel-nas-cantigas-da-capoeiragem/

Vilela não mate o homem Mestre WALDEMAR 1949

Céu & Paulinho Moska - 10 contados

Matanca - XANGAI.mp3

Banda de Pau e Corda - Cordel do Fogo Encantado - Chover

Recorded live in Paris.
7th Festival Angoleiros do Mar Paris
November 2013

CM Fubuia - A Violinha Chorou Varanda Pra Vadiar

1.	04:18	Fé na festa     
2.	03:24	Dança da moda     
3.	05:31	Assim, sim     
4.	03:20	Óia eu aqui de novo     
5.	10:23	Respeita Januário / O xote das meninas / Eu só quero um xodó    
6.	05:45	Lamento sertanejo      
7.	03:46	Um riacho, um caminho     
8.	04:00	Juazeiro     
9.	03:43	Estrela azul do céu     
10.	03:26	Aprendi com o rei     
11.	03:43	O livre-atirador e a pegadora     
12.	05:19	Qui nem jiló / Expresso 2222        
13.	07:00	O casamento da raposa     
14.	03:38	Olha pro céu     
15.	03:59	Esperando na janela     


Ficha técnica:

GEGE
Direção artística: Gilberto Gil
Assistente direção artística: Bem Gil

Banda
Gilberto Gil: voz, violão, guitarra
Arthur Maia: baixo
Jorginho Gomes: zabumba
Sérgio Chiavazzoli: guitarra, violão, banjo e guitarra baiana
Gustavo Di Dalva: percussão
Nicholas Krassik: violino e rabeca
Toninho Ferragutti: acordeon

Participação especial de Dominguinhos
nas faixa: Respeita Januário; Xote das meninas, Eu só quero um xodó, Lamento sertanejo e Um riacho, um caminho

Mixado por Álvaro Alencar
no ÁlvaroMix@Eco, Rio de Janeiro, RJ
Masterizado por Ricardo Garcia
no Estúdio Magic Master
Iluminação: Ivan Marques
Técnico de P.A.: Leco Possolo
Técnico de monitor: João Ribeiro
Roadie: Thiago Braga

Produção
Coordenação executiva: Flora Gil, Meny Lopes e Fafá Giordano
Produção executiva: Barabara Ohana
Assistente de produção: Julia Sampaio
Projeto gráfico: André Vallias
Fotografia: Marcos Hermes
Revisão: Luiz Augusto
Coordenação gráfica: Geysa Adnet

Assessoria jurídica: Ana Tranjan
Assessoria de imprensa: Gilda Mattoso e marcus Vinícius
mattosovinicius@mattosovinicius.com.br

Gilberto Gil usa:
Microphones AKG
Violões Takamine
Cordas La Bella

O Casamento da Raposa

Cláudio Rabeca - Vagabundo (Zé de Teté)

Mestre Waldemar da Paixão é uma das maiores figuras da Capoeira, reconhecido pela sua cantoria, pelo som e estética do berimbau, pelo seu barracão onde muitos capoeira se juntavam para vadiar nas décadas de meados do século XX.
Graças à antropóloga norte-americana Simone Dreyfus, foi editado e publicado pelo Musée de L'Homme em 1956 o LP que apresenta entre outros sons antigos da Bahia, uma muito conhecida gravação ao vivo do Mestre Waldemar e outros capoeiristas da época. Circula também pela internet um video dessa mesma gravação, onde se podem ver para além de Mestre Waldemar outros renomados capoeiristas a cantar e a tocar.
Ao pesquisar um pouco mais sobre o assunto de forma a encontrar online os sons originais, deparei-me com o site do CNRS/Musée de l'Homme e encontrei outras gravações da mesma época, bem menos conhecidas: http://archives.crem-cnrs.fr/archives/collections/CNRSMH_I_1967_015/
Em 2013 esta foi para mim uma grande descoberta, que talvez poucos conheçam, mas que a meu ver importa divulgar por toda a comunidade capoeiristica. É possível escutar online e descarregar esta coleção de autênticas relíquias do passado, que nos ajudam a conhecer e preservar a tradição musical. Em relação à capoeira, é possível até escutar outras versões da mesma ladaínha publicada no LP. Para além disto, é possível encontrar no mesmo conjunto de gravações outros sons relacionados com maculêlê, puxada de rede, e outros.
A compilação que aqui apresento foi a minha seleção das músicas de capoeira presentes no conjunto de gravações de Simone Dreyfus de 1955.
Muito obrigado ao Musée de L'Homme por colocar acessível a todos estes preciosos documentos e à antropóloga Simone Dreyfus por este precioso trabalho.
Axé!

Mestre Waldemar 01 Capoeira. Intro, Ladaínha, Iê

www.capoeirasoundsystem.com
facebook.com/capoeirasoundsystem

Capoeira Soundsystem - Valente Guerreiro Chorou (Original Mestre Barrão)

MESTRE FELIPE: Meu nome e Felipe Santiago. Comecei a aprender a capoeira com 18 anos de idade com o mestre Arlindo um angoleiro pra ninguém colocar defeito. Meu primeiro teste foi numa festa de 13 de Maio. Eu estava apreciando e ele estava na roda, de repente, ele me puxou pelo braço e quando me saltou eu corri e quando me distraí ele me puxou de novo e mandou me cobri. Já o rabo de Arrais seguia a voz dele. Eu caí na negativa e a partir daí o jogo rolou. Só que por motivo de trabalho eu dei uma parada. Recomecei aos 20 anos com Vivi de Popó, que me aperfeiçoou. Hoje estou aqui, com esta boa idade praticando capoeira sendo querido e amado por todos, ajudando o quanto posso pra não deixar esta arte se extinguir. E assim eu vou matando a saudade no meio dessa boa juventude. Enquanto Deus estiver me dando força e resistência, estarei sempre lado a lado com a capoeira.
A minha vida foi muito sofrida, perdi meus pais ainda na adolescência e comecei a trabalhar para sobreviver. Fui um grande farrista, porém, muito respeitado e cumpridor do meu dever. A melhor fase da minha vida dentro do esporte foi depois dos sessenta anos. Idade onde muitos pensam em parar, foi exatamente quando eu comecei a me destacar. Hoje a minha popularidade abrange não só o estado da Bahia, como uma boa parte do Brasil: Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, entre outros.
Pratico a capoeira por amor e espero que todos os seguidores desta arte mantenham este mesmo amor e dedicação. Nesta forma a capoeira fica sendo mais divulgada e o seu seguidor, chega a esta mesma idade que eu me encontro (76 anos), praticando a arte com todo vigor. 
O mestre Felipe, o angoleiro mais velho em atividade de Santo Amaro, é um dos maiores compositores das músicas de capoeira do Recôncavo Baiano. Já participou nas gravações de dois CD’s de capoeira, “Salve Deus e Salve a Pátria” - 2001 e “Vamos Vencer Camará” - 2003. Confecciona artesanatos, e participa de inúmeras rodas de samba. As habilidades do mestre Felipe são muitos grandes. Não se resume só as rodas de capoeira. Isto é visto através dos artesanatos que o mesmo confecciona e também das participações de inúmeras rodas de samba, onde esse velho mestre mostra a beleza e simpatia toda alegria do povo do Recôncavo. 

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Mestre Suassuna - Oa, Oa, Oai Topei, Quero Ver Cair

Capoeira Moscow