No início a música era ritmo. Sabor primitivo percussivo temperado com ingenuidade harmónica a que se foram juntando uma enorme complexidade de timbres e melodias. Depois de se apaixonar pelas sonoridades naturais do seu meio ambiente, pelas ondas dos mares, pelas tempestades, pelos chamamentos animais e até pelos silêncios, o ser humano apaixonou-se por si próprio e pela manipulação da sua voz, tornando-se, também ele, um instrumento musical primordial. Ali, naquele instante, aquilo a que hoje chamamos música passou a ser um veículo de expressividade e comunicação emocional, um movimento enraizado na linguagem, nos ritos e na dança. Avançamos alguns milhões de anos e descobrimos que esse veículo se expandiu exponencialmente e se ramificou em submovimentos. O Techno é um deles. Nascido no final dos anos 80 em parte incerta, mas batizado em Detroit, foi sendo moldado com base em filosofias importantes de experimentação, inovação, criatividade, ritmo, textura, melodia, manipulação e até de expressividade associativa, política e foi/é força importante na integração e luta pela igualdade de direitos. De estética heterogénea e maleável, o Techno conhece muitas máscaras e muitas reinterpretações estéticas, sem nunca ter sido descoberto limite ou horizonte. O Techno de hoje honra as suas origens e projeta-se no futuro, sabendo sempre que o agora é tudo.
Enkō é, acima de tudo, um amante de música. Como dj representa um salto para o reino mais hipnótico do Techno, com texturas densas e ritmos complexos. Ao deixar influenciar-se pelo vortex musical britânico e pelas paisagens electrónicas italiana e escandinava, Enkō faz música que é ao mesmo tempo mental e física.
Gravado em direto num evento com selo da promotora OBRΔ, a qual tanto admiramos e que temos vindo a acompanhar já há algum tempo, partilhamos aqui esta viagem para vossa apreciação, capítulo primeiro da nossa Floating Layers Radio. Desfrutem.

FLR01 - Enkō

ex-Samsara.
DtRm is  tokyo besed deep electronic music paty organize and promoter. 


 


O percurso musical de Rui G. denota a sua insaciável curiosidade e dedicação à pesquisa sonora. Movido pelo desejo de explorar novos horizontes da música eletrónica, foi desenvolvendo a sua técnica com habilidade e sensibilidade, desafiando-se constantemente a construir narrativas musicais imersivas, onde cada set é uma jornada cuidadosamente tecida.

O seu fascínio pela eletrónica foi crescendo ao longo dos anos, permitindo um refinamento pessoal que culminou com a sua estréia oficial como DJ, em 2009. Nem dois anos depois, em 2011, aceita o convite para integrar o coletivo Elements, uma plataforma de renome dedicada à música eletrónica, sediada em Coimbra. Esta promotora revelou-se um marco fundamental na sua evolução artística, abrindo portas para atuar em eventos e clubes icónicos da cena eletrónica, tanto em Coimbra como no Porto. Foi ao lado de artistas que admira, como David Rodrigues, Nelson Flip, The Advent, Deepbass, Brando Lupi, Nobody Home, NTOGN, BLNDR, Antigone, Dorian Gray, Freddy K e Henning Baer, que Rui G. consolidou a sua identidade sonora.

Dedicado, curioso e ambicioso, Rui G. compromete-se a ultrapassar barreiras musicais, apurando constantemente a sua técnica, descobrindo e revelando novas nuances das paisagens sonoras que oferece ao público. Os seus sets transcendem géneros e desafiam perceções pré-concebidas, convidando o público a uma autêntica viagem sensorial, sempre surpreendente.

Nos últimos tempos, tem marcado presença em clubes de referência como o Gare (Porto), Stilvoll Club (Neuss, Alemanha) e KABINET MÚZ (Brno, República Checa). Em 2022, atinge um dos pontos altos da sua carreira ao atuar no Boom Festival (The Gardens), o maior festival de música eletrónica em Portugal.

FLR01 - Enkō

Rui G. & Floating Layers