Pontos na Vista

Quando eu fecho os olhos
Me vem seu rosto
Mas com desgosto
Mas com desgosto

Como a luz forte
que queima minha retina e deixa pontos
Como a luz forte
que queima minha retina e deixa pontos

Eu quis te querer
Tentei sem porquê
Uma relação que não tinha porque ser

Eu quis te querer
Lutei pra fazer
Uma relação que não tinha porque ser

Eu me convenci que gostava de ti
“Quero me apaixonar”, eu repeti
Como quem pede desculpas a si mesmo
Como quem pede desculpas a si mesmo

E foi assim que eu vi a historia se repetir
padrões simétricos e tão conexos
É tudo um ciclo, um grande circulo de vícios
Em um monociclo, num circo o Sid Vicious

Pontos Na Vista

Florescer Rosas

Marquei o casório antes de nascer
Porque tenho o costume de me atrasar
Já te amava antes de te conhecer
Os meus sonhos você vinha visitar

Construí uma casa pra gente morar
Com teto de estrelas e luz do luar
De chuveiro o sereno bem quente
Com uma cama de nuvem para gente

Não fique indecisa com minha proposta
Eu te dou um tempo pra poder pensar
Você tem todo o tempo do mundo
Mas não sei se o amor pode aguentar

{Refrão}
Não quero só te amar
Quero também conhecê-la
O eterno é tão curto
Mesmo que a gente queira

O amor não é nada, mesmo sendo tudo
Aproveite o que está claro e ignore o escuro

Quando finalmente a gente ficar junto
Todos os relógios mandarei queimar
Eu que nunca acreditei em amor eterno
Mas mil anos pelo menos então vão bastar

Essa nuvem negra sobre sua cabeça
Com perguntas quase sempre sem respostas
Sua pergunta sobre o amor está errada
Abra o coração e deixe florescer rosas

Florescer Rosas

Eu Sei Que Não Sei De Nada

Eu disse "te amo", tantas vezes
E tantas vezes eu não disse nada
Não fiz o que você esperava
Não fiz o que'u devia fazer

Eu sei, talvez quem sabe eu não saiba
Mas sinto que me fará falta
me fará falta, me fará falta
Alguém assim feito você

Eu sei, quem sabe eu não saiba nada
E saberei ainda menos
saberei ainda menos
Sem ter você pra me dizer

Eu deveria ter te feito
Aquele poema perfeito
Eu deveria mas não fiz

Eu deveria ter te feito
Aquele poema perfeito
Eu deveria 

Mas sei... quem sabe
eu nunca saiba
Como você
Deveria ser amada

Eu Sei Que Não Sei De Nada

Não sei como explicar

Eu sempre sonhei ter alguém assim
Alguém que foi feita somente pra mim
É tão bom ter sentimento aqui
Bem dentro do peito eu posso sentir

Eu não aguento mais
Um instante longe, eu não tenho paz
Eu não aguento mais
Ficar longe é pedir de mais

(Refrão)
Quando a beijo, sinto flutuar
O mundo a minha volta para de rodar
Um beijo mais doce, mais doce que o mel
Quando ela me beija me sinto no céu

Fui feito pra ela, e ela pra mim
Como almas gêmeas, vivemos assim
O que me move é o nosso amor
Nossa paixão exala calor

O nosso amor é sem igual
Um equilíbrio tão natural
Algo inigualável
Uma força notável

Não Sei Como Explicar

TA-PINCESA

Ah, quando eu era criança
Eu pedi pra minha mãe
Uma irmã pequenina
Para eu brincar

Minha mãe disse que me daria
Mas que eu não podia
Escolher se seria
Uma irmã ou um irmão

Dali alguns meses
Eis que chegou
Pequena e loirinha
Lhe dei meu amor

Eu com seis anos
Pensei, agora é só esperar

E foi a vontade de ser irmão velho
De ser o espelho
E ela o reflexo

Esta tão crescida
A minha menina
E vejo crescer mais um pouco
A cada dia
A cada dia

O dito, diz que irmão
É amigo que agente não escolhe
O dito errou
A minha eu escolhi
A melhor entre todas melhores

Ta - Pincesa

SIMPLESMENTE FELIZ

Tubaína na garrafa de cerveja
Prato feito, com costela sobre a mesa
Palito de dente é a sobremesa
Vida simples, e diária, que beleza

Vendo as gostas de chuva no chão cair
E sentindo que o vento está mais gelado
Chuto a poça de água que estava no chão
Estou feliz por simplesmente estar molhado

Foi olhando as pequenas coisas que
Descobri a tão famosa alegria
Estava ali, o tempo todo acenando
E todos achando que se escondia

Ser feliz por simplesmente estar vivo
Se encantar com cada amanhecer do dia
Ser feliz é simplesmente estar vivo
E não somente em momentos de euforia

Simplesmente Feliz

Regressão aos Macacos

Hoje eu me olhei nos olhos
Procurando assim achar respostas
E descobrir que algo mudou
Abriram-se então novas portas

Caminhos para mim então
Pessoas querem assim traçar
Mais eles porém se esquecem
Que a vida é minha pra poder sonhar

(Refrão)
Eu acho que acho de mais
Vou parar um pouco de achar
Pois quem tanto assim quer achar
Primeiro tem que procurar

Às vezes quem olha para o espelho
Não consegue assim se enxergar
Porque quem nunca olhou para dentro
Não sabe ao certo onde procurar

Quem sabe hoje eu cresci
Ou quem sabe então eu regredi
Depende do ponto de vista
De quem escutar isto aqui

(Refrão)
Eu acho que acho de mais
Vou parar um pouco de achar
Pois quem tanto assim quer achar
Primeiro tem que procurar

Eu cresço no mundo tão só
Individualismo macabro
Contando os contras e os prós
A regressão aos macacos

O mundo de pressa mudou
Em um segundo para ser mais exato
Crianças, adultos precoces
As leis favorecem os ratos

2X - (Refrão)
Eu acho que acho de mais
Vou parar um pouco de achar
Pois quem tanto assim quer achar
Primeiro tem que procurar

Regressão aos Macacos

ITANHAÉM

A senhora que está de sombreiro
Com cadeira e vara de pescar
Está sentada a margem do rio
Que é caminho para desembocar

Hoje o céu está tão azul
E as nuvens estão tão varridas
O sossego se esconde no sul
Olhe só que beleza de vida

Itanhaém, Itanhaém
Admiro as belezas que tu tens
Itanhaém, Itanhaém
Quem tem quem, e quem não tem

Montanhas à direita e a esquerda
Os trilhos do trem, que já não tem
A noite que cai feito uma penca
Estrelas do céu de Itanhaém

Mar que reflete o grande céu
Horizonte que dança com as nuvens
Linha reta e redonda
Linha reta e redonda

Itanhaém, Itanhaém
Admiro as belezas que tu tens
Itanhaém, Itanhaém
Quem tem quem, e quem não tem

Itanhaém, Itanhaém
Suas ondas do mar igual não têm
Suas ondas do mar igual não têm

Itanhaém, Itanhaém
O sal da sua água igual não tem
O sal da sua água igual não tem

Itanhaém

O AÇOUGUEIRO JORGE

Jorge abriu o seu açougue
Em um subúrbio de São Paulo
Jorge o açougueiro
Um homem muito reservado

Tinha a carne barata
E de boa qualidade
O açougue logo se tornou
O que mais vendia na cidade

Tinha a porta de entrada
De madeira e pequena
O chão feito de azulejos
E as paredes de azul claro

2x
Isso tudo acontecia
Em um subúrbio de São Paulo

Quando chegou na cidade
Trouxe só sua geladeira
E agora já revendia
Carne pra cidade inteira

Guardava carne
Dentro da sua geladeira
Lógico que também tinha um frigorífico
Mas tinha um apreço especial
Pela velha, vermelha

Foi nela que guardou
Sua primeira peça recortada
Demarcado, tortuoso
A carne de um novilho

E alguns anos depois
Foi nela que guardou
Com recorte, bem traçado
A carne de seu filho

Jorge conhecia carnes
Seus recortes e seus pecados
Pra Jorge, carne é carne
Pois não sabem discernir, suas facas e seus machados

Cortam com fio igual
Se afiadas de anti mão
Não fazem distinção
Se é pata ou se é mão.

O Açougueiro Jorge

Nascida no seio da megalópole São Paulo, a banda Sumo de Símio engatinhava, ainda como um quadrupede, em abril de 2013.

De sua formação original, mantem-se os primatas: Diego Venancio no vocal/gaita, Gabriel Castro na Bateria e Bruno Ventura na Guitarra. Alguns anos depois Renner Ferrari tomaria o contrabaixo elétrico pra si.

À partir de composições autorais e com letras que abordam a complexidade da vida - desde o tão desgastado amor, até as psicopatias de um assassino - a Sumo de Símio mescla sonoridades, caminhando pelas linhas de jazz, rock, surf music e Música Popular Brasileira, buscando em suas influencias o Novo.

Sumo de Símio representa as aspirações evolutivas de primatas subversivos e sub-desenvolvidos em cativeiro semi-democrático.

Fazendo shows pela cidade de São Paulo a banda se orgulha de ter tocado em eventos de grande representação política/artística, e tem a ambição de ocupar espaços públicos e privados com manifestações coletivas de arte.

"Sumos" o suco gástrico, o ápice, o alto nível dos primatas supra referidos. Somos o assobiar, o guinchar, o roncar do primata que te antecedeu e do que te precederá.