Segundo pesquisa do Conselho Federal de Farmácia, realizada em 2021, 77% das pessoas se automedicam, usando, inclusive, medicamentos controlados e de doenças crônicas. O uso de medicamentos tornou-se uma rotina na vida das pessoas, não fazendo distinção de faixa etária. O fato de encontrarmos uma farmácia quase em cada esquina, diz muito sobre como estamos lidando com os problemas e tratando nossa vida e saúde. A facilidade de acesso, a comodidade no uso dos medicamentos, incluindo a normalização dessa prática nos consultórios e atendimentos, aponta para esse problema da medicalização da vida. A professora Carla Gonçalves nos ajudou a entender e pensar sobre essa problemática que atinge a população mundial.  Alguma vez você se automedicou? Você já indicou algum medicamento para algum amigo ou familiar? Por que o uso dos medicamentos tornou-se uma solução mágica para quase todos os males do corpo físico e mental? Ouça o episódio e ouse saber!
Ouse Saber adverte! Devemos lembrar que quando falamos de medicalização da vida, não estamos falando de patologias e doenças diagnosticadas que precisam de medicamentos para uma melhor qualidade de vida. Nesses casos, o uso de medicamentos são recomendados e necessários e são prescritos por médicos. Ressaltamos que o uso de medicamentos deve ser sempre acompanhado por profissionais de saúde, evitando-se a automedicação ou medicalização sem necessidade. 


Para saber mais
Livros/artigo:
Medicamento Como Mercadoria Simbólica, Fernando Lefèvre, 1991. (livro)

Depressão em pauta: um estudo sobre o discurso da mídia no processo de medicalização da vida, Revista Interface (Botucatu. Impresso), 2011, escrito por Sandra Caponi e Soares. (Artigo)

Medicalização da vida nas práticas vinculadas à estratégia saúde da família, Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 2021, escrito por Agnes Fonseca Ribeiro Filardi, Izabel Christina Friche Passos, Simone de Araújo Medina Mendonça e Djenane Ramalho de Oliveira. 

Medicalização da vida: ética, saúde pública e indústria farmacêutica, Ciência & Saúde Coletiva, 2012, Monique Araújo de Brito. 

A medicalização na educação e a formação inicial do pedagogo, Revista Educação em Questão, 2021, escrito por Vânia Aparecida Calado, Herculano Ricardo Campos e Cynara Teixeira Ribeiro. 

Patologização e Medicalização da Educação Superior, Psicologia: Teoria e Pesquisa, 2016, escrito por Julia Chamusca Chagas e Regina Lúcia Sucupira Pedroza.

Filmes/Documentários:
Geração Prozac, dirigido por Erik Skjoldbjaerg, lançado em 2001. (Filme)
Medicalização da Vida - Capital Natural (documentário no YouTube)

Episódio 96: Medicalização da Vida

Desde os primórdios, pessoas deslocam-se tentando sobreviver. Na atualidade, são inúmeros os motivos que levam indivíduos ou grupos a se deslocarem de um país para outro. Podemos definir as migrações pelos motivos da busca por melhores condições de vida, maior acesso à educação, saúde e moradia; há migração provocada pelos fatores de repulsão como guerras, fome, desemprego, perseguição política e religiosas e também há migrações climáticas, pessoas que se obrigam a sair da sua pátria devido às secas, ciclones, furacões, entre outros. O drama da migração forçada expulsa cada vez mais pessoas de suas terras os colocando em situações muitas vezes desumanas. Um dos desafios que o migrante enfrenta, de modo singular no Brasil, é o preconceito, o racismo e a xenofobia. Como superar o estranhamento da presença do outro que consideramos “estranho"? Por que temos tanto medo do migrante? Por que negamos os direitos do migrante? Para dialogar conosco sobre essas e outras questões acerca desse fenômeno humano que é a migração, convidamos a professora Patrícia Grazziotin Noschang, especialista no tema e que possibilitou entrarmos em contato e compreendermos melhor nossa responsabilidade com todas as pessoas que migram e continuarão migrando em todo o mundo. Confira nosso episódio e ouse saber!


Para saber mais
Livros:
As Origens do Totalitarismo – Hannah Arendt
Estranhos à nossa porta –  Zygmunt Bauman
Vidas Desperdiçadas – Zygmunt Bauman
Expulsões: Brutalidade e complexidade na economia global - Saskia Sassen
Estrangeiros Para Nós Mesmos - Julia Kristeva 

Filme:
As nadadoras – Direção de Sally El Hosaini

Episódio 97: Migração

Pensar em elementos que não são vistos a olho nú, mas que são responsáveis por tudo o que é vivo e o que nos dá vida. Sobre isso, os filósofos da natureza preocupavam-se em explicar sobre os elementos geradores de todas as coisas, buscando evidências e comprovações sobre eles. Hoje sabemos que esses elementos possuem funções fundamentais e que podem existir sem nenhum tipo de interferência humana. Respeitar o ritmo e o tempo da natureza e usar a natureza como parte de todo o alimento que produzimos é a preocupação da Agroecologia. Nesse episódio conversamos com a professora do curso de Agronomia da UPF, Cláudia Petry, especialista no tema. Ela afirma que ainda é possível produzir alimentos sem utilizar nenhum tipo de produto químico-sintético-industrializado ou “cidas” (herbicidas, inseticidas, pesticidas), comprovadamente maléficos à saúde humana e não humana e ao planeta. Além disso, a Agroecologia aproxima as pessoas da terra, do alimento saudável, proporcionando maior qualidade de vida e segurança alimentar. Segundo os princípios da Agroecologia, essa forma de agricultura é uma postura ética e política de preservação da biodiversidade, da vida e diminuição do ritmo imposto pela sociedade pós-moderna que estamos vivendo. Esse episódio te desafia a pensar a partir da Filosofia e da Agroecologia. E, caso você queira sair de sua abstração de pensamento, que tal colocar suas mão na terra para plantar e produzir seu alimento? Ouse saber!

Para saber mais:
Livros:
Agroecologia (Stephen Gliesmann) 
Pergunte ao solo e às raízes: uma análise do solo tropical e mais de 70 casos resolvidos pela agroecologia (Ana Maria Primavesi)

Para entender a problemática (denúncia):
Atlas dos agrotóxicos (Dra. Larissa Bombardi)
Primavera silenciosa (Rachel Carson)
O futuro roubado (Theo Colborn)

Documentários:
O mundo segundo Monsanto (2008)
Nosso veneno cotidiano! (2011)

Das soluções em agroecologia:
Guardiões da Terra – agroecologia em evolução (Vallente Filmes, 2020)
A vida do solo (Ana Primavesi, 1964)
Dirt! The movie (2009)

Episódio 101: Agroecologia

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A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento assinado em 2017 que tem como objetivo colaborar de forma contínua para a formação integral de estudantes e visa uma sociedade mais justa e inclusiva. No entanto, ainda existem muitos desafios tanto para compreender o tema quanto para a implementação nas escolas. Para obter um entendimento mais profundo sobre o assunto, neste novo episódio do podcast Ouse Saber, convidamos o Prof. Junior Centenaro, que, como filósofo e pesquisador, nos levará a uma compreensão mais ampla. Ouse Saber!

Para saber mais
CÁSSIO,  Fernando. CATELLI, Roberto. Educação é a Base? 23 educadores discutem a BNCC. São Paulo: Ação Educativa, 2019.

FÁVERO, Altair Alberto; CENTENARO, Junior Bufon; BUKOWSK, Chaiane. Uma revolução controlada? A BNCC como política de centralização. e-Curriculum vol.19 no.4 São Paulo out./dez 2021  Epub 12022.

Episódio 103: BNCC

“Que teu remédio seja teu alimento e que teu alimento seja teu remédio” (Hipócrates). Essa frase de Hipócrates simboliza a intenção e título do nosso episódio.  Um movimento do Ouse Saber para ouvir os produtores, consumidores e pessoas envolvidas na Feira Ecológica de Passo Fundo. Ouvimos os relatos dos produtores e os desafios da produção de alimentos agroecológicos e orgânicos, comercializados em um circuito curto. Se você comprar esses produtos, você está encurtando a distância de quem produz, o agricultor/a familiar,  até sua mesa. Produtos frescos, com cheiro de vida e coloridos, são algumas das opções que você encontra em uma Feira Agroecológica e Orgânica, além de boas conversas e boas histórias. Alimentos saudáveis, nutritivos e livres de agrotóxicos não são bons motivos para comprarmos em feiras ecológicas? O ouse saber te convida para ouvir e realizar essa experiência, apoiando a produção de nossos pequenos agricultores/as familiares. Ouse Saber.

Para saber mais:
A Feira Ecológica acontece aos sábados, das 6h às 12h, na Praça Irmã Maria Catarina (Boqueirão), na Praça Antonino Xavier (em frente ao Hospital de Clínicas) e na Praça Capitão Jovino (Santa Terezinha), em Passo Fundo, RS. Busque você também em sua cidade feiras ecológicas e orgânicas, comprando seu alimento de pequenos produtores locais. 

Feira ecológica de Passo Fundo, Instagram:
@feiraecologicapf | https://instagram.com/feiraecologicapf?igshid=MzRlODBiNWFlZA==

Encontro de Sabores
http://encontrodesabores.com.br/

Episódio 104: Por que comprar na Feira Ecológica?

De acordo com várias instituições, o "Projeto de Vida" no ensino médio visa orientar os estudantes na construção de seus próprios destinos. Contudo, será que essa proposta é efetivamente aplicada nas escolas brasileiras? Com a colaboração dos professores e pesquisadores Altair Alberto Fávero (UPF) e Carina Tonieto (IFS/RS), propomos investigar e compreender a implementação prática do "Projeto de Vida". Mas afinal, do que trata o componente curricular “Projeto de Vida”? Ouse Saber! 


Para saber mais
Livro: 
Sem fins lucrativos: Por que a democracia precisa das humanidades (Martha Nussbaum)

Artigos: 
FÁVERO, Altair Alberto; CENTENARO, Junior Bufon; SANTOS, Antonio Pereira dos. A liberdade de escolha no Novo Ensino Médio: a percepção de gestores escolares quanto à proposta de flexibilização curricular. Revista Espaço Pedagógico, Passo Fundo, v. 30, e14414, p. 1-17, 2023. Disponível em: http://seer.upf.br/index.php/rep/article/view/14414/114117103. 

TONIETO, Carina; BELLENZIER, Caroline; BUKOWSKI, Chaiane. As concepções dos estudantes em relação ao protagonismo juvenil no Novo Ensino Médio. Revista Espaço Pedagógico, v. 30, e. 14398, p. 1-23, 2023. Disponível em: http://seer.upf.br/index.php/rep/article/view/14398/114117105. 

MORAES, Francisco José Dias de; COSTA, Erick de Oliveira Santos; BRITO, Rodrigo Pinto de. Projeto de Vida: cloroquina para os males do Ensino Médio. ANPOF, [s. l.], 16 nov. 2023. Disponível em: https://www.anpof.org.br/comunicacoes/coluna-anpof/projeto-de-vida-cloroquina-para-os-males-do-ensino-medio.

Episódio 105: Do que trata o componente curricular Projeto de Vida?

Em nosso primeiro episódio do ano de 2024 abordamos a Teoria do Habitus, uma temática de suma importância na vida humana desde sua origem até os dias atuais. Bourdieu define o Habitus como disposições, estilos de vida e um sistema de repertórios de modos de pensar, gostos e comportamentos, herdados da família e reforçados na sociedade. Para nos falar sobre esse tema e nos motivar a ousar saber mais a respeito, tivemos como convidado o fabuloso Prof. Ivan Dourado. Confira nosso episódio e Ouse Saber!

Indicações:
A Dominação Masculina - Pierre Bourdieu 
Documentários:
A sociologia é um esporte de combate (2001)
Pro dia nascer feliz (2005)

Episódio 108: Habitus

Até meados do século XIX havia um entendimento que a economia estava diretamente ligada à política e ao social de um estado, porém com uma nova onda de movimentações liberais voltadas para o mercado e a economia somente tivemos a separação desses elementos na leitura da realidade social. Com esses novos, ou Neo, paradigmas liberais o mercado e a economia viraram entidades que trabalham para suprir apenas suas necessidades de acumulação e reprodução, fazendo assim o estado de bem estar social virar uma mercadoria junto com todos os outros aspectos públicos inaugurando um estado onde para ser cidadão você precisa passar pelo crivo do mercado e ser um consumidor, mas como a mercantilização de todas as coisas afeta a vida social? Por que o estado não pode ser provedor de medidas básicas mas estas têm que ser vendidas? Como a propaganda neoliberal capturou o senso comum para operar os desmanches sociais que vêm causando? Ouse Saber!


Entrevistado: Professor Jelson Becker Salomão
Entrevistadores: Andrei Lodéa e Lucas Sotille


Indicações: 
Livros: 
O nascimento da Biopolítica - Michel Foucault 
O novo espírito do capitalismo - Luc Boltanski e Eve Chiapello 
A nova razão do mundo - Pierre Dardot e Christian Laval 
A escola não é uma empresa - Christian Laval 
Direito da Liberdade - Axel Honneth 
Poder e desigualdade - André Roncaglia e Cesar Calejon

Episódio 124: Estado Neoliberal

Falar sobre sexualidade ainda é um tabu em muitos espaços, e isso se acentua quando o tema entra na escola. Mas afinal, o que é sexualidade? E o que realmente significa educação sexual? No episódio 125 do Ouse Saber, recebemos Rutieli Tonello, psicóloga escolar, mestra em psicologia e doutoranda em educação, para uma conversa fundamental sobre como a escola pode, e deve, ser um espaço de informação, acolhimento e respeito. Abordamos como a educação sexual está (ou não) prevista nas diretrizes educacionais brasileiras, os desafios enfrentados pelos professores e escolas, os impactos do silêncio sobre o tema na formação de crianças e adolescentes, e os caminhos possíveis para transformar o medo em diálogo. Se educação é um ato político e afetivo, o que estamos comunicando ao silenciar a sexualidade nas salas de aula? Que sujeitos e que futuro estamos formando? Ouse Saber!

Indicações da convidada:
Livros:
História da sexualidade – Michel Foucault
Educação sexual na sala de aula – Jimena Furlani
Como falar sobre sexualidade com as crianças – Leiliane Rocha
Caminhos para a construção de uma educação sexual transformadora – Cartilha do Ministério da Saúde
Fome: Uma autobiografia do (meu) corpo – Roxane Gay

Séries:
Adolescência
A Reserva
Não nos calaremos

Convidada: Rutieli Tonello
Entrevistadores: Prof. Andrei Lodéa e Giséllie das Neves

Episódio 125: Educação Sexual nas Escolas

Esse é um programa que nos provoca a olhar de uma forma diferente para temas e problemas do cotidiano, lançando sobre eles um olhar filosófico. Cada episódio concentra-se em um assunto específico, que é explorado em um bate papo informal, do qual participam professores do Curso de Filosofia da Universidade de Passo Fundo (UPF). Mais do que uma fonte de informação, esse programa pretende ser um convite para que o ouvinte siga refletindo por conta própria sobre os temas abordados.

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