Nesta quarta-feira, 18 de maio, o escritor e jornalista Marcelo Rubens Paiva conversou com a apresentadora Michelle Bruck, no programa Universo Literário.

A primeira entrevista do programa em 2023 foi dedicada aos 40 anos de 'Feliz Ano Velho', completados em dezembro de 2022. Foi o primeiro livro do autor e tornou-se um clássico pouco tempo depois de ser lançado, sendo considerado simbólico para a geração do escritor.Na conversa, ele relembrou do processo de escrita da obra, a escolha pela linguagem despojada e como foi viver a juventude e o acidente que lhe tirou o movimento das pernas em plena ditadura militar. 

A entrevista também passou por expoentes da criatividade artística dessa geração, não só na literatura, mas na música, e a relação de 'Feliz Ano Velho' com outras obras do autor que vieram ao longo dos últimos 40 anos.

Marcelo Rubens Paiva conversa sobre os 40 anos de 'Feliz Ano Velho' no Universo Literário

Nesta terça-feira, 27 de junho, a reportagem de Enaile Almeida abordou o longa de ficção ‘Zé’, em entrevista com o diretor do filme, o professor da Escola de Belas Artes da UFMG Rafael Conde. Inspirado numa história real, a obra narra o percurso de José Carlos da Mata Machado, líder do movimento estudantil brasileiro, morto aos 27 anos nos porões da ditadura militar. Protagonizado por Caio Horowicz, no papel de Zé, o filme tem como cenário o conturbado painel social, político e cultural das décadas de 60 e 70. A pré-estreia nacional da produção marcou a sessão de encerramento da 18ª CineOP - Mostra de Cinema de Ouro Preto. 

A repórter viajou para Ouro Preto a convite da organização do evento para realizar a cobertura.

18ª CineOP: Exibições são encerradas com pré-estreia de ‘Zé’, do professor da EBA UFMG Rafael Conde

Nesta segunda-feira, 8 de abril, o professor de Direito da UFMG e da PUC Minas e Presidente da Comissão Arquidiocesana de Justiça e Paz, José Luiz Quadros, abordou a reparação coletiva concedida aos povos Krenak e Guarani-Kaiowá pela violência sofrida durante a ditadura empresarial-militar, em sua coluna ‘Quadros Críticos’, no programa Acesso Livre.

No primeiro julgamento de reparação coletiva na história do país, os povos indígenas foram contemplados pela decisão da Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o que representou o pedido formal de desculpas formais do Estado brasileiro. O professor destacou que, apesar da importância do momento, as violações dos direitos dos povos originários no país não se restringiu à ditadura empresarial-militar, mas começou com a invasão dos europeus, no século XVI, e continuam até os dias atuais.

Quadros Críticos: Brasil concede reparação a povos indígenas por violações durante o período militar

A exposição “Política e Vanguarda (1964/85) na coleção Lili e João Avelar”, em cartaz no museu Inimá de Paula até o dia 18 de agosto, conta com aproximadamente 300 obras do período da ditadura militar. As críticas ao regime são evidenciadas através de desenhos, fotografias, pinturas e esculturas. A mostra conta com uma ampla gama de artistas de diversos estados do Brasil, com destaque para as obras feitas por mulheres. Como afirma a historiadora, curadora e crítica de arte Marília Andrés Ribeiro, essa "é uma das coleções mais completas sobre a arte do período da ditadura civil-militar no Brasil". A reportagem de Alice Pimenta traz mais detalhes sobre essa exposição.

Exposição “Política e Vanguarda (1964/85)” exibe obras de arte do período da ditadura militar em BH

Nesta terça-feira, 3 de setembro de 2024, o historiador e cientista político pela UFMG, ator, diretor de teatro e irmão de José Carlos, Bernardo da Mata Machado, e o cineasta e professor do Programa de Pós-graduação em Artes da Escola de Belas Artes da UFMG Rafael Conde conversaram com a apresentadora Luiza Glória, nos estúdios da UFMG Educativa.

Bernardo resgatou a trajetória do irmão, lembrando que sua atuação política se iniciou na Faculdade de Direito da UFMG. O professor Rafael disse que a história de Zé era muito conhecida e percebeu, ao ler o livro de Samarone Lima, que ela precisava ser contada no cinema.

Eles comentaram sobre a produção do filme e a participação de Bernardo que, durante a pandemia da covid-19, foi convidado para participar de uma live com o elenco e acabou fazendo mais duas: com o ator Caio, que interpretou Zé, e com o casal de atores que viveriam seu pai e sua mãe.

Bernardo ainda passou pela importância da Comissão Nacional da Verdade e da retomada da Comissão de Mortos e Desaparecidos. Muitos dos que foram alvo da repressão são considerados desaparecidos e os familiares vivem a angústia de não ter informações. O professor Rafael comentou o papel do cinema no resgate da memória da ditadura e como o filme - que tem circulado em festivais pelo Brasil e outros países - tem sido muito bem recebido pelos jovens que apontam Zé como uma referência de luta.

‘Zé’, filme que retrata José Carlos, é tema de entrevista com Rafael Conde e Bernardo Mata Machado

Este especial da Rádio UFMG Educativa explora o aspecto cultural dos momentos vividos pelo país durante os 21 anos da Ditadura Militar no Brasil. O programa é dividido em 4 blocos que tratam de épocas diferentes da cultura no período: os momentos pré-golpe, o pós-golpe, o ano de 1968 e o AI-5 e os anos finais do regime. O especial conta com análises de música, cinema e literatura por Sofia Laura e Alice Pimenta, leituras de poemas retirados do Memorial Poético dos Anos de Chumbo por Michelle Bruck, e discussões teóricas do diálogo entre cultura e sociedade pela professora da Faculdade de Letras da UFMG, Carolina Serra Azul.

FICHA TÉCNICA

Produção e locução: Alice Pimenta e Sofia Laura
Trabalhos técnicos e edição: Clarice Oliveira
Leitura dos poemas: Michelle Bruck

Essa é uma produção Rádio UFMG Educativa

60 Anos Depois: a Cultura nos Anos de Chumbo

Nesta terça-feira, 25 de março de 2025, a  professora de História do Brasil da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e do Curso de Especialização em Direitos Humanos e Lutas Sociais do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mestra, doutora em História Social pela Universidade de São Paulo (USP), e componente da Comissão de Altos Estudos do Projeto Memórias Reveladas do Arquivo Nacional, Janaína Teles, conversou com a apresentadora Luiza Glória. 

Ela destacou a importância do pedido de desculpas do Estado Brasileiro pela negligência na guarda e identificação dos remanescentes ósseos da Vala Clandestina de Perus como um passo necessário para que sejam criadas políticas públicas efetivas e duradouras para esclarecer os crimes da ditadura e responsabilizar os envolvidos. O pedido de desculpas foi formalizado em solenidade nessa segunda, 24 de março, Dia Internacional do Direito à Verdade sobre graves violações aos Direitos Humanos e à dignidade das vítimas dessas violações. A vala foi aberta em 1990 e era utilizada ilegalmente durante a década de 1970 para enterrar corpos de pessoas indigentes, desconhecidos e daqueles considerados opositores ao regime de opressão iniciado em 1964. Ao todo, foram retirados 1.049 conjuntos ósseos do local.

Vala Clandestina de Perus: Estado Brasileiro pede desculpas a vítimas da ditadura militar

Nesta segunda-feira, 7 de abril de 2025, o advogado, presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Expressão da OAB subseção Barro Preto, Daniel Deslandes, conversou com a apresentadora Alessandra Dantas, no programa Acesso Livre.

Nestes 61 anos da ditadura militar no Brasil, é fundamental destacar o sistema de repressão do regime, que contava com um grande dispositivo de coleta e análise de informações de opositores e de execução da perseguição e tortura. Esse processo acontecia em equipamentos como delegacias e prédios que abrigaram o DOI-Codi, sigla usada para se referir aos Destacamentos de Operações de Informações, DOI, e aos Centros de Operações e Defesa Interna, CODI, e o Dops, Departamento de Ordem Política e Social, que tinha sedes em vários estados.

Em Belo Horizonte, o antigo Dops está localizado na Avenida Afonso Pena, na altura do número 2.351. O prédio ainda existe, foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais e, desde 2018, é aguardada a transformação do espaço em um local de memória sobre as violações de direitos humanos de responsabilidade do regime militar. A ocupação do prédio por movimentos sociais desde o dia 1 de abril também foi tema da entrevista.

Acesso Livre: Ocupação do antigo Dops em BH pressiona governo de Minas por criação de memorial

Nesta quarta-feira, 7 de maio de 2025, a coordenadora da mostra “Memórias encontradas - entre a solidariedade e a perseguição”, professora do Departamento de História da UFMG e coordenadora do grupo História Intelectual e membro do Centro de Estudos latino-americanos da Diretoria de Relações Internacionais da UFMG (DRI), Adriane Vidal Costa, participou do programa Conexões.

Ela trouxe detalhes sobre a exposição que pode ser visitada no mezanino da Reitoria da UFMG até 4 de junho. A mostra resgata a história de homens e mulheres que encontraram refúgio na Embaixada da Argentina em Santiago durante o Golpe de Estado no Chile, naquele 11 de setembro de 1973. São exibidos painéis textuais e fotográficos em tamanho natural, inclusive de brasileiros que se refugiaram na embaixada.

Exposição na UFMG resgata histórias de pessoas abrigadas em embaixada durante o golpe de 73 no Chile

Nesta terça-feira, 10 de julho de 2025, a jornalista, escritora, feminista, ativista dos Direitos Humanos e dos direitos das mulheres, diretora da União de Mulheres de São Paulo, militante do Partido Comunista do Brasil durante a ditadura militar, Amelinha Teles, conversou com a apresentadora e jornalista Luiza Glória, no programa Conexões.


Maria Amélia de Almeida Teles, mais conhecida como Amelinha, é símbolo de resistência frente à ditadura militar e segue como uma voz fundamental pelos direitos humanos e justiça de transição. Ela está em Belo Horizonte, participando de uma programação de três dias na ocupação do antigo Dops, no centro da capital. Ela lançou por lá o livro “Contos da Cela Três - Memórias de uma presa política na ditadura”, sua primeira incursão na literatura, abordando o que passou nos períodos de prisão durante o regime autoritário.


Amelinha compartilhou sua trajetória de luta contra o regime autoritário e as origens da obra. Ela conta histórias duras de uma forma suave porque foram escritas pensando que seus filhos, que ainda eram crianças, poderiam ler um dia. A escritora exaltou a ocupação do antigo prédio do Dops em BH e a coragem dos movimentos sociais e do povo mineiro.

Amelinha Teles, símbolo de resistência contra a ditadura:  “Não dá pra enterrar um passado vivo”

A Rádio UFMG Educativa é uma parceria entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), com transmissão de programação diária na frequência 104,5 FM, para a Região Metropolitana de Belo Horizonte, e on-line, pelo site http://ufmg.br/radio. Inaugurada em 6 de setembro de 2005, a emissora oferece uma programação diferenciada e alternativa aos formatos e gêneros musicais já existentes no mercado. Referência em produção radiofônica entre as rádios universitárias do país, a UFMG Educativa tem a missão de dar visibilidade à produção de conhecimento da Universidade, por meio da comunicação pública da ciência e do fomento à discussão constante de temas relacionados à educação e à cultura. A emissora está vinculada ao Centro de Comunicação da UFMG (Cedecom) e é composta pelos núcleos de Jornalismo, Operações e Programação.

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