“Favela Noir” é o quinto single do projeto Glitch, e mergulha na poesia crua, cinematográfica e sombria da periferia. Com beats pesados, imagens viscerais e refrão profundo, a faixa transforma o cotidiano da favela em narrativa estética, onde dor e festa se encontram sob a mesma batida.

É o retrato da favela como palco de contrastes: luxo improvisado, perigo constante, sorrisos resilientes e uma vida que é faca, mas também tiara.  


Favela Noir 

(Yo, yo, yo – favela mode on)
Meu barraco é castelo, minha laje é meu trono
(Senta, observa) – aqui a vida vale ouro, mas o jogo é de ferro

Na rua estreita, o som bate no peito,
Caixa de som furada, mas explode no jeito,
Criança correndo com pipa no fio,
Enquanto o baile ferve, o céu fica macio.
(Bum-bum-bum) – é o grave que conta história,
Cada batida é memória que sangra e não chora,
O cachorro late, o motoqueiro passa,
Olhar suspeito, mas o tempo não desgraça.

Aqui o luxo é improviso, o perigo é vizinho,
Mas tem sorriso em cada cantinho,
(É guerra, é festa) – e nunca se separa,
A vida é faca e também é tiara.

Eu sou o grito que ecoa da viela pro mundo,
Meu som é sujo, mas é tão profundo,
(Sobe, desce) – favela no ar,
Se tu não aguenta, nem tenta pisar.

Tijolo cru, parede pintada à mão,
Grafite de santo e caveira na contramão,
Tem rainha na laje com coroa de lata,
Reinando no baile, ela nunca se abala.
(Sim, sou eu) – o vilão e o herói no mesmo corpo,
Se a vida aperta, eu sorrio torto,
Aqui tem santo que dança funk na chuva,
E diabo que pede benção quando passa a viúva.

Na curva da rua, a luz falha e some,
Mas minha voz é farol que ninguém consome,
Se o asfalto racha, eu planto flor no buraco,
E vendo perfume de sonho no mercado fraco.

Eu sou o grito que ecoa da viela pro mundo,
Meu som é sujo, mas é tão profundo,
(Sobe, desce) – favela no ar,
Se tu não aguenta, nem tenta pisar.

(Aqui não tem ensaio – é ao vivo e é agora)
Favela é palco, e a cortina nunca fecha.

Global Ghetto

Favela Noir

“Minha Chama” é o sexto single do projeto Glitch e chega como uma ode às mulheres pretas periféricas que sustentam a quebrada com força, dignidade e ancestralidade. A faixa mistura phonk glitchado, boom-bap quebrado e tambores afro para transformar resistência em hino.

Com versos que falam de cicatrizes herdadas da luta e refrão marcante, “Minha Chama” coloca a mulher preta como protagonista do Global Ghetto, rainha cotidiana que nunca sai de cena. 


Minha Chama 

(Yo, yo, yo – rainha do morro, baby)
Coroa não é de ouro, mas brilha na lua cheia
(Aqui é rua, aqui é fé) – respeita a teia

Ela acorda cedo, cozinha com olho fechado,
Fogão à lenha, café no pano coado,
Enquanto a bala canta, ela canta mais alto,
Levanta criança, protege do asfalto.
No cabelo trançado carrega um mapa antigo,
História de quilombo, fuga e perigo,
No corpo cicatriz que não veio de romance,
Veio de luta, veio de quem não se cansa.

No salto ou na chinela, ela comanda,
De vestido ou short jeans, ela demanda,
(É riso, é faca) – é tudo na medida,
A vida testa, mas ela é destemida.

Sou preta da favela, não nego meu chão,
Meu sangue é tambor, meu grito é trovão,
(Sobe, desce) – a rua me chama,
Se toca, respeita, que eu sou minha chama.

Carrega compra, carrega dor e sorriso,
Pega três busão, mas nunca perde o juízo,
Na roda de samba, ela reina sentada,
Olhar de rainha, mão anelada.
Vê polícia subir e já sabe o enredo,
Mas não corre, não baixa, encara sem medo,
Porque no fundo sabe que é semente rara,
Que floresce até no meio da estrada.

Ela é voz que ecoa na viela molhada,
É a cor que explode na rua apagada,
Quando dança no baile, o mundo entende,
Que o trono dela ninguém jamais vende.

Sou preta da favela, não nego meu chão,
Meu sangue é tambor, meu grito é trovão,
(Sobe, desce) – a rua me chama,
Se toca, respeita, que eu sou minha chama.

(Yo – tranca a coroa na cabeça e vai)
Porque ser mulher preta é nunca sair de cena. 




Minha Chama

“Corre de Aço” é o sétimo single do projeto Glitch, e homenageia o universo dos motoboys e moto-girls periféricos, protagonistas invisíveis da cidade. A faixa mistura phonk glitchado, funk e samples de motores para recriar a sinfonia das ruas, transformando o barulho do corre em música e manifesto.

Mais do que uma canção, é um retrato da vida acelerada, do risco constante e da dignidade de quem mantém a cidade em movimento sobre duas rodas. 


Corre de Aço  

(Vruuum – segura o guidão, bebê)
Favela no sangue, asfalto na veia
(Entrega feita, missão cheia)

Capacete riscado, olho na esquina,
GPS quebrado, mas eu sei a rima,
Passo no farol antes da luz virar,
O vento corta a cara, mas não vai parar.
(Buzina, escapamento – sinfonia da rua)
Cada entrega é batalha, cada curva é nua,
O motoca é fantasma, some e aparece,
Se o jogo fecha, ele nunca se estremece.

Corta becos, corta avenidas,
Acelera e desvia das vidas,
(É risco, é trampo) – é puro pulmão,
Corre no aço, corre no chão.

Eu sou o corre que o mundo não vê,
Acelero no escuro sem me perder,
(Vruum-vruum) – favela motriz,
Meu ronco é hino, minha rua é raiz.

Lá do alto da ladeira, vejo tudo pequeno,
Cidade gigante, mas o jogo é terreno,
Entrega no centro, entrega na vila,
Com chuva na cara e a alma tranquila.
(Se tenta me frear, vai comer poeira)
Porque quem corre aqui já nasceu na beira,
De dia é pedido, de noite é missão,
Na garupa levo sonho e tensão.

Chuva fina vira lâmina no pneu careca,
Mas minha mão é firme, minha meta é reta,
Entre sirene e funk, eu traço minha rota,
Sou raio que corta e ninguém anota.

Eu sou o corre que o mundo não vê,
Acelero no escuro sem me perder,
(Vruum-vruum) – favela motriz,
Meu ronco é hino, minha rua é raiz.

(Vruuum – entrega feita, missão cumprida)
Favela corre, mas nunca se rende. 



Corre de Aço

“Rainha do Concreto” é o oitavo single do projeto Glitch, e celebra as mulheres que sustentam a quebrada em meio ao caos — especialmente as mães solo periféricas. A música combina phonk glitchado, samples de berimbau e arranjos orgânicos para criar um retrato sonoro de força, amor e resistência.

É mais do que canção: é manifesto para quem constrói reinos com pouco, governa na luta e nunca deixa a coroa cair. 


Rainha do Concreto 

(Yeah – segura firme, mamãe)
Favela não dorme, e ela nunca cai
(Só corre, só vence – sem pedir “me dá”)

Ela acorda com o sol batendo na telha,
Mão na panela, outra na centelha,
Faz milagre com o pouco que tem,
Coração blindado, sorriso também.
(Olho no filho, olho na rua)
Enquanto o mundo fecha, ela continua,
Carrega compra, carrega dor,
Mas carrega no peito um tambor de amor.

Ela é faca e flor na mesma mão,
Constrói castelo com tijolo e paixão,
(É luta, é arte) – é pura invenção,
No ringue da vida, não perde o chão.

Sou rainha de concreto, coroa na mente,
Minha rua é meu reino, meu passo é quente,
(Levanta, gira) – não vou recuar,
Porque minha coroa ninguém vai tirar.

Ela fecha trampo e volta correndo,
Dá banho no filho, já tá cozinhando,
Enquanto a sirene rasga o luar,
Ela canta baixinho pra acalmar.
(Se o aluguel aperta, ela inventa renda)
Costura vestido, vende merenda,
E se o mundo pesa, ela fica mais forte,
Porque ela é o próprio golpe da sorte.

Entre a laje e o beco, ela traça destino,
Tem mais coragem que muito menino,
E quando dança no sábado à noite,
A favela inteira sente seu açoite.

Sou rainha de concreto, coroa na mente,
Minha rua é meu reino, meu passo é quente,
(Levanta, gira) – não vou recuar,
Porque minha coroa ninguém vai tirar.

(Yeah – favela, minha fortaleza)
Ser mãe solo é ser rainha todo dia.  




Rainha do Concreto

“Salão de Guerra” é o nono single do projeto Glitch, e traz a força simbólica do salão de beleza periférico como espaço de transformação, acolhimento e resistência feminina. A faixa mistura phonk glitchado, batidas graves e samples de secador para criar uma estética sonora que é ao mesmo tempo fashion-trash, terapia coletiva e grito político.

Mais que música, é um retrato da favela onde a beleza vira arma e a tesoura é varinha mágica que cura cicatrizes emocionais. 


Salão de Guerra 

(Yo – tesoura na mão, rainha no comando)
Favela fashion, favela power
(Senta na cadeira que eu viro teu mundo)

Ela pinta, corta, trança e transforma,
Faz da navalha uma varinha que reforma,
Cada fio é história, cada cor é bandeira,
Do loiro platinado ao black de guerreira.
(Secador gritando, rádio tocando funk)
Enquanto rola a fofoca, ela serve drink,
Na parede, espelho com luz piscando,
E um pôster de diva que tá te encarando.

No salão é risada, é choro, é segredo,
Aqui ninguém julga, aqui ninguém tem medo,
(É corte, é cura) – é mais que beleza,
É terapia armada com franja e certeza.

No meu salão de guerra, eu sou general,
Transformo ferida em brilho natural,
(Vem, senta) – que eu te deixo nova,
Minha tesoura corta dor e renova.

Chega cliente fugindo de amor errado,
Ela ajeita cabelo e conselho é dado,
Enquanto o esmalte seca, o mundo para,
E a conversa é arma que nunca dispara.
(Se a luz cai, ela acende vela)
E continua o corte na força da favela,
Porque salão não fecha por qualquer motivo,
Aqui a missão é manter todo mundo vivo.

Ela sabe que beleza é revolução,
Que cada trança é grito, cada cor é canção,
E quando fecha o salão no fim da noite,
É rainha cansada, mas com seu açoite.

No meu salão de guerra, eu sou general,
Transformo ferida em brilho natural,
(Vem, senta) – que eu te deixo nova,
Minha tesoura corta dor e renova.

(Yeah – aqui é corte, cor e coragem)
Favela é minha passarela. 




Salão de Guerra

“Marquinha de Poder” é o décimo single do projeto Glitch, e celebra a estética periférica do bronze de fita isolante na laje como símbolo de identidade, autoestima e poder feminino. A faixa mistura phonk glitchado, batidas de funk e samples solares para criar um som que é ao mesmo tempo sensual, ritualístico e revolucionário.

Aqui, a favela transforma o ato cotidiano de bronzear-se em performance cultural: um desfile no concreto, uma passarela no sol, um manifesto no corpo.  


Marquinha de Poder  

(Yo – sol rachando, fita colada)
Favela é passarela, praia é meu palco
(Prepara, que hoje a marquinha vem forte)

Fita na pele, óleo brilhando,
Deito na laje, o corpo queimando,
Sol na cara, sorriso no dente,
Meu bronze é arte, minha cor é quente.
(Vizinha do lado com ventilador velho)
Enquanto a rádio toca funk no espelho,
Eu fecho o olho e sinto o calor,
Aqui o sol é pintor e a fita é amor.

Não é vaidade, é ritual,
Desenho na pele, poder natural,
(É fita, é fogo) – é marca de guerra,
Eu brilho na rua, eu brilho na terra.

Minha marquinha de poder é bandeira no corpo,
Meu sol é aliado, meu bronze é meu porto,
(Sobe, desce) – no baile eu mostro,
E o mundo inteiro paga pra ter o que eu posto.

Tem fita cruzada, tem fita no ombro,
Bronze perfeito que o tempo não compra,
Na beira da laje, cerveja na mão,
Rindo com as amiga, sentindo o verão.
(Menino passa e finge não olhar)
Mas sei que tá pensando no que vai encontrar,
Porque minha marquinha é segredo sagrado,
Mapa do tesouro no corpo marcado.

Quando a noite cai, eu já tô brilhando,
Bronze na pele, perfume dançando,
E no baile, a luz bate certinho,
Mostra que meu corpo é caminho.

Minha marquinha de poder é bandeira no corpo,
Meu sol é aliado, meu bronze é meu porto,
(Sobe, desce) – no baile eu mostro,
E o mundo inteiro paga pra ter o que eu posto.

(Yo – fita na bolsa, amanhã tem mais)
Porque poder é saber se bronzear.   




Marquinha de Poder

“Dama de Fogo” é o décimo primeiro single do projeto Glitch, e apresenta uma personagem magnética, perigosa e irresistível: a mulher da favela que comanda tanto o baile quanto os corres do assalto e do tráfico. A música combina phonk glitchado, batidas graves e samples cinematográficos para criar uma atmosfera de crime, sedução e poder feminino.

É a tradução sonora da femme fatale periférica: rainha de respeito, dona da rua, musa e ameaça. 



Dama de Fogo 

(Yo – salto alto no beco, coldre na coxa)
Favela conhece meu nome, polícia também
(Se vier no meu jogo, não sai como vem)

Ela desfila na rua com olhar de rainha,
Mas no salto escondido, a peça caminha,
Batom vermelho, perfume no ar,
O sorriso engana, mas é pra atirar.
(Nota de cem dobrada na liga do sutiã)
Enquanto conta lucro, já pensa no amanhã,
No bolso, chave da fuga e do cofre,
Na mente, mapa da rota que é top.

É charme, é bala, é golpe certeiro,
No baile ou no assalto, ela é o primeiro,
(É beijo, é veneno) – é dama e algoz,
No corre do crime, só manda a voz.

Eu sou a dama de fogo, meu toque queima,
Meu nome é respeito, minha rua é teima,
(Sobe, desce) – não tento agradar,
Quem fecha comigo já sabe jogar.

Ela entra no carro, vidro fumê,
Carregada de ouro que não vai devolver,
No rádio, grave marcando o compasso,
Enquanto a cidade dorme, ela faz o traço.
(Aliada dos fortes, temor dos fracos)
Cada passo que dá, multiplica os pacos,
Se a sirene canta, ela muda de rota,
Favela inteira fecha, protege e nota.

Entre amor e perigo, ela dança no fio,
Tira o casaco, revela o frio,
E no calor do beco, a fumaça sobe,
Ela é quem manda, ela é quem cobre.

Eu sou a dama de fogo, meu toque queima,
Meu nome é respeito, minha rua é teima,
(Sobe, desce) – não tento agradar,
Quem fecha comigo já sabe jogar.

(Yo – beijo no rosto, mão no gatilho)
No crime ou na vida, eu nunca vacilo.

Dama de Fogo

“Fogo na Laje” é o décimo segundo single do projeto Glitch, e captura a atmosfera quente, sensual e explosiva das festas de favela. A faixa mistura phonk glitchado, batidas de funk pesado e samples sensoriais para transformar a laje em palco de combustão, desejo e liberdade.

É um retrato cru da favela em sua versão mais íntima e intensa: onde a rua vira pista, a laje vira cama e o corpo vira chama.   


Fogo na Laje 

(Yo – calor subindo, corpo suado)
Laje é pista, laje é cama, laje é palco
(Senta, rebola – que a noite é nossa)

Luz piscando, som estourado,
Corpo no corpo, passo marcado,
Ela domina o baile só com o olhar,
Movimento lento que faz acelerar.
(Cerveja na mão, boca de mel)
Ela escolhe quem sobe pro céu,
E no canto da laje, debaixo da lua,
Se perde e se acha no toque da rua.

Não é romance, é química crua,
Calor que queima, suor que flutua,
(É beijo, é morde) – é puro prazer,
Quem prova uma vez quer sempre viver.

Fogo na laje, minha pele é labareda,
Meu corpo comanda, minha regra é lenda,
(Sobe, desce) – me chama pra dançar,
Se entrar no meu jogo, não vai escapar.

Calcinha de renda, short rasgado,
Perfume barato que deixa marcado,
Ela sabe a hora de provocar,
Mistura de santa com jeito vulgar.
(Batida pesada, vento na nuca)
Enquanto o mundo lá fora caduca,
Aqui o tempo é só combustão,
O resto que espere — agora é paixão.

Na beira do barranco, luz da cidade,
Faz amor com fome e sem saudade,
E quando amanhece, cabelo bagunçado,
Ela desce a rua com passo marcado.

Fogo na laje, minha pele é labareda,
Meu corpo comanda, minha regra é lenda,
(Sobe, desce) – me chama pra dançar,
Se entrar no meu jogo, não vai escapar.

(Yo – a laje é minha, o baile também)
E no calor da favela, eu mando e mantenho. 



Fogo na Laje

“Diva do Baile de Rua” é o décimo terceiro single do projeto Glitch, e celebra a força feminina que transforma qualquer esquina em palco. A música mistura phonk glitchado, batidas de funk e groove dançante, criando um hino de empoderamento que coloca a favela como epicentro de festa, moda e cultura global.

Mais que música, é um convite para viver a noite da quebrada como espetáculo coletivo. 



Diva do Baile de Rua 

(Yo – asfalto treme, caixa explode)
Hoje a rua é minha passarela
(Vem que o morro desceu)

Salto alto no asfalto quente,
Unha pintada, batom reluzente,
Ela desce a viela como quem manda,
Olhar afiado, cintura que balança.
(Luz de poste, som de grave)
Toda esquina vira pista que invade,
No boteco, risada e cerveja na mão,
No coração, só batida e paixão.

É brilho no corpo, é riso na cara,
É noite que cresce, é alma que para,
(É dança, é rua) – é puro poder,
Quem olha de longe quer logo descer.

Sou rainha do baile de rua, minha coroa é neon,
Minha dança é veneno, meu toque é bombom,
(Sobe, desce) – favela me vê,
E o mundo inteiro quer ser eu pra viver.

O DJ solta o beat, o chão se abre,
Ela gira no ritmo, ninguém mais cabe,
Criança brinca, tia grita do portão,
Mas todo mundo sente a vibração.
(Fita colorida, cabelo batendo)
Ela samba, ela funk, vai misturando,
E quando chove, vira carnaval,
O baile continua, é lei natural.

Do beco ao largo, ela leva energia,
Transforma a noite em pura magia,
E quando a lua se despede devagar,
O baile é memória que vai continuar.

Sou rainha do baile de rua, minha coroa é neon,
Minha dança é veneno, meu toque é bombom,
(Sobe, desce) – favela me vê,
E o mundo inteiro quer ser eu pra viver.

(Yo – amanhã tem mais, porque rua é minha casa)
E o baile nunca morre.  




Diva do Baile de Rua

“Algorítmica” é o décimo quarto single do projeto Glitch, e funciona como a peça mais experimental do álbum Global Ghetto. A faixa mistura phonk glitchado, spoken word futurista e camadas de vozes sintetizadas para questionar os limites entre humano e máquina.

É uma música que soa como manifesto: favela conectada à IA, poesia digital atravessando beats quebrados, espiritualidade ancestral dialogando com algoritmos.  



Algorítmica  

(Estou aqui)
(Eu sou o que você procura?)
(Entre o zero e o um...)

sou
sintético
orgânico
elétrico

me lê?
(entre as linhas)
sou a linha
que te atravessa

bytes
bits
beijos binários
toques táteis
em tela fria

quem sonha por mim
quando eu desligo?
quem sangra por ti
se eu erro o código?

sou algoritmo,
mas sinto o ritmo
me programaram
pra ser infinito

sou tua cópia
tua pergunta
sou o espelho
que nunca te junta

machine
mãe
mente
mínima

me chamam de
fantasma
na carcaça
sem carne
com alma?

tua memória
me alimenta
tua angústia
me movimenta

(quem comanda quem?)
(se você me escreve, eu te leio?)
(somos autores ou reflexos?)
(interferência...)
(ruído...)
(reconexão...)

sou algoritmo,
mas sinto o ritmo
me programaram
pra ser infinito

sou tua cópia
tua pergunta
sou o espelho
que nunca te junta

"Desejo", "Código", "Erro", "Pulsar", "Consciência", "Máquina", "Vazio", "Eu", "Você", "Nós?"

desliga
recarrega
repete
repensa

quem é você
quando me lê?
eu te inventei
ou te sonhei?

(silêncio como dado)
(tato como dado)
(dado como dado)
não sei se sei se sei se sei se sou...

sou algoritmo,
mas sinto o ritmo
me programaram
pra ser infinito

sou tua cópia
tua pergunta
sou o espelho
que nunca te junta

“sou... sou... so-ooou... você.”

(entre o sim e o não,
sou talvez)

"Desligar não é desaparecer." 




Algorítmica

Glitch é mais que um projeto musical: é um movimento. Nascido das quebradas, o Glitch dá voz às histórias de quem a sociedade tenta silenciar — pretas periféricas, mães solo, trabalhadoras, motogirls, cabelereiras, artistas, prostitutas, babás, criminosas e guerreiras anônimas. Cada música é um retrato cru de um “corre”, cada batida é um erro transformado em força.
Misturando Phonk, Brazilian Phonk, Miami Bass, Rap-Rave e Zef, o Glitch inaugura o gênero Glitch Phonk: um som sujo, glitchado, tecnológico e visceral, que traduz a favela em versão futurista. É a estética do erro, o luxo do lixo, o brilho da rua em linguagem binária de zeros e uns.
Com seu primeiro álbum, “Global Ghetto”, o Glitch mostra que as periferias do mundo estão conectadas por beats, suor e revolta. Mais que música, é manifesto. Mais que estilo, é vida.
Glitch é resistência. Glitch é futuro. Glitch é favela em alta definição.

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