A estrutura da célula 
[um poema de Sabrina Gesser] ®️

no âmago, um corpúsculo.
em volta, os caminhos espirais.
os festejos das organelas
movem o corpo parado
abrem o corpo fechado.
 
milhões, bilhões, trilhões
bloco por bloco
carne e aval
cria-se… a estrutura.

foram seis dias de festa,
um de descanso,
e constante labor eterno.
 
a membrana, frágil
o núcleo, intocado
a célula, tão única quanto a terra.
ㅤㅤㅤtão única, quanto as outras milhões
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤbilhões
ㅤㅤㅤㅤㅤtrilhões
a matemática sequer alcança,
supera a limitação da consciência humana.

e os quilômetros de pele e nervos esticados,
dão voltas e voltas, envolta da terra.
mas são quilômetros invisíveis,
por falta de valor prático.

roda, roda, arranjo infinito!
rode até apagar dos meus olhos
a estrutura da célula, vulnerável e indivisível.

ilusão de controle total…
a ilusão do controle,
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤé total.

foram seis dias de cansaço,
apenas um de festa,
e o constante labor
continua eterno.

abra logo, corpo fechado!
mova-me rápido, corpo parado!
não suporto mais a estrutura
a repetição
ㅤㅤㅤㅤㅤdas coisas impossíveis.

corre, corre
em meio ao plasma
cante e expurgue seus fantasmas;

a membrana, está rasgada
o núcleo, penetrado
a célula, tão confusa quanto um cadáver.

carne e aval

ㅤㅤㅤㅤㅤcarne e aval

recria-se… a estrutura da célula

ㅤㅤ: método sísifo laboral.

a ilusão do controle é total!

bloco por bloco,
fecham-se as feridas.
lágrima por lágrima,
corre o rio da vida.

tão única, como tantas outras milhões
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤbilhões
ㅤㅤㅤtrilhões
 
transforma-se…
ㅤㅤ              ㅤ  ㅤ  : a estrutura.

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OBS[1]: A imagem ilustrativa é um desenho feito em folha A4, com lápis de cor, por Sabrina Gesser ®️
OBS[2]: Este poema foi publicado no Portal Fazia Poesia em 10/02/2023, conforme link abaixo:
https://medium.com/fazia-poesia/a-estrutura-da-c%C3%A9lula-3a4185e1af04

A estrutura da célula [por Sabrina Gesser]

Un poema erótico de amores imposibles de Idea Vilariño.  Poemas de amor para escuchar . Poemas eróticos para dedicar. Poemas para dedicar y amar.  Poesías románticas para dedicar. Poesías románticas famosas. Poesía romántica para enamoradas. Poesías románticas para enamorados. Poesías románticas para enamoradas. Selección de los mejores poemas de amor de la poesía romántica de España y de América.  https://www.amorypoesia.es/index.htm

Idea Vilariño: Carta I
Como ando por la casa
diciéndote querido
con fervorosa voz
con desesperación
de que pobre palabra
no alcance a acariciarte
a sacrificar algo
a dar por ti la vida
querido
a convocarte
a hacer algo por esto
por este amor inválido.
Y eso es todo
querido.
Digo querido y veo
tus ojos todavía pegados a mis ojos
como atados de amor
mirándome mirándome
mientras que nos amábamos
mirándome tus ojos
tu cara toda
tú
y era de vida o muerte
estar así
mirarnos.
Y cierro las ventanas diciéndote
querido
querido y no me importa
que estés en otra cosa
y que ya ni te acuerdes.
Yo me estoy detenida
en tu mirar aquel
en tu mirada aquella
en nuestro amor mirándonos
y voy enajenada por la casa
apagando las luces
guardando los vestidos
pensando en ti
mirándote
sin dejarte caer
anhelándote
amándote
diciéndote querido.

También puedes escucharme en esta https://www.locutortv.es/locutores_spain_locutores_profesionales_grupoC.htm

Idea Vilariño, poemas eróticos para escuchar. Poesía erótica para escuchar: Carta I

Coração [com]partido
(um poema de Sabrina Gesser) ®️


mas qual foi o ponto de partida?
o ponto exato da quebra,
o início de tudo... partindo dor.

meu coração resolveu partir
[começou amor]
mas, na linha de chegada
colheu frustração
[acabou em dissabor]

e aí foi dada a largada.
partindo-[me] em sedimentos,
assentados nos meus sentimentos,
altamente desordenados.

desconfiança, apatia, frieza
[temor]
desassossego, angústia
[desamor]

o sono plácido parte –
insônia, agitação e fúria.
o coração [cheio de sede]
procura compaixão.

são poucos moradores
nesta terra da emoção.
e o remorso remói o desamor.
cadê meu perdão? por favor!
quero amar,
quero amor.
cadê meu perdão? por favor!

abre e abra o coração calado
nesta desesperada profusão confusa
tira e atira a pedra desse peito apertado
põe e repõe a mão no centro – afastado –
escuta o que ele tem p’ra dizer.

o meio da vida
é o coração da loucura.
sou a última da fila dentro do estabelecido “eu”.
age reage coração!
expulsa o que te dá repulsa
pegue essa vida frustrada nas mãos.
saia da arritmia deste tempo desarmônico.
encontre sua afinação.

fecho os olhos, por conta da extrema dor,
e lá no escuro me vejo chorando num canto
sozinha
sempre sozinha...
não!
[não] mais sozinha,
pois agora me vejo com clareza.
– minha luz na escuridão –

vejo minha imagem refletida nas córneas miocárdicas
[meu espelho interno]
e no escuro dos meus olhos fechados percebo
meu deus
eu jamais estive sozinha!

sinto meu coração aflito
se abrindo | se amando.
por isso de peito aberto, reflito

desde o fundo dos meus olhos internos
até o símbolo universal do coração.
essa ponte miocárdica
entre o céu e a terra
entre o turbilhão aqui de dentro
e a indiferença lá de fora.

nós duas, somos uma
[eu-fora
eu-dentro]

meu deus
jamais estive sozinha,
todo esse tempo.

saio da caverna escura.
meu farol foi coração quebrado;
foi meu ponto cardeal sagrado.

meu coração parte – p’ra jornada –
animado.
mas volta – da viagem –
cansado.

por isso digo, exprimo, falo.
compartilho
o que antes estava abafado.
desabafo.

saio por aí dizendo tudo.
partilhando,
partindo de um coração partido
para um coração amando.
passo por compasso
sinto os batimentos da língua

no coração de um céu estrelado.

tenho agora um coração
[com]partido.
partilhado em compartimentos.
partido por um compartilhamento.
– um coração alado –

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OBS[1]: A imagem ilustrativa é uma colagem digital criada por Sabrina Gesser ®️
OBS[2]: Este poema foi escrito em 22/01/2024.

Coração [com]partido

Coração [com]partido - Sabrina Gesser

coração ventania
[um poema de Sabrina Gesser] ®️
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ
assim que chego ao fim da linha
resta-me apenas decidir
se vou ou se fico
ouço o vento nas árvores brandir

tenho a ânsia que corre solta no peito
e ventania nos ouvidos.
no coração, só resta zumbido,
mas não quero desistir.
não posso | me recuso | não irei

mover-me, parece o abuso de andar
por escombros e destroços

estou aqui no agora
– o fim da linha –
vivo a minha última chance
a cada dia
e a cada instante

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OBS[1]: A imagem ilustrativa é uma fotografia composta e editada por Sabrina Gesser ®️
OBS[2]: Este poema foi pré-escrito em 21/06/2021 e finalizado em 22/01/2024.

coração ventania

coração ventania [por Sabrina Gesser]

CPT2.02_Ora (direis) ouvir estrelas, Olavo Bilac

CPt2.03_Da primeira vez que me assassinaram, Mário Quintana

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