GOMÃO

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não quero esquecer

Passatempos perdidos

Mofo

Música Dédalos

"Sob Minha Língua"

Verso 1
Te vejo encostada na parede,
pele nua de intenções,
os ombros dizendo mais que mil frases feitas.
Teu pescoço é um convite sem palavras,
e eu aceito — com a boca, não com promessas.

Verso 2
Meu toque não pede licença,
mas conhece o caminho da tua pele como um idioma antigo.
Te arrepio em silêncio,
com os dedos entre teus cabelos
e os olhos firmes como confissão.

Pré-Refrão
Sussurro teu nome onde só o corpo escuta,
e cada espaço entre teus suspiros
é uma terra que minha língua reclama como templo.

Refrão
Beijo tua nuca como quem desvenda um segredo,
mordo teus lábios até o tempo sangrar lento.
Te viro, te escrevo nas costas com os dentes,
e deixo poesia onde o mundo não vê.
Minha língua caminha tua pele inteira —
sem pressa, sem culpa, sem volta.

Verso 3
Teu gemido é partitura e minha boca, instrumento.
Leio teus sinais com a precisão de quem quer mais que o corpo:
quero tua entrega com gosto de vício,
quero tua alma no escuro.

Ponte
E quando teus olhos se fecham,
eu sei que cruzei a fronteira —
não sou mais homem:
sou febre sob teus lençóis.

Refrão Final
Beijo tua nuca como quem reza em silêncio,
mordo teus lábios até a noite se render.
Escrevo promessas na tua carne quente,
sem palavras — só suor e intenção.
Minha língua decifra tua pele como um poema perdido,
e me perco em ti…
deliberadamente.



Sob Minha Lingua

Memento Mori

just another experimental track for y'all! lemme know y'all's thoughts! late night recording sessions! Love y'all! 
thanks for listening!

Better Off

Raul Seixas cumpliría 80 años hoy. 
Há 1️⃣0️⃣0️⃣8️⃣0️⃣ anos atrás nascia o baiano de Quenguenhem, filósofo de boteco, pensador das ruas, o profeta maldito (bendito seja) e grande carpinteiro do rock brazuca, Raul dos Santos Seixas! 
Sempre anos luz à frente de seu tempo, o Raulzito do Brega, o Raul do Rock, o místico, eclético, abstrato, contundente, caricato, inquieto, questionador, filosófico, descolado, cafona; era a cara da contestação, que ousou forrozear, no rock, no xaxado, ou no baião. Fez da canção seu meio de reprodução. Não satisfeito em fazer música, fazia alquimia sonora. 
Sua criatividade era tanta, que muitas de suas canções pareciam ser compostas por duendes, entorpecidos de mescalina. Seus óculos escuros eram tão poderosos, que (dizem) conseguiam enxergar o futuro. Copiava o rei que copiava os pretos? Sim, e daí? O rock sempre foi genuinamente dotado de altas taxas de melanina. Raul não se encaixava em nenhum quebra cabeça: de certo percebeu que o hoje não seria tempo, hora e nem lugar pra ele. 
Suas letras, repletas de reflexões profundas, filosóficas, às vezes em bom português, outras em raulês, idioma nativo que só os iniciados na Sociedade Alternativa são capazes de decifrar, mostram um profundo entendimento, de como funcionam as misteriosas engrenagens do universo. Seria chamado de comunista, maconhista, cachaceiro, mamador da Rouanet, defensor de ladrão, com o dedo do meio apontando pro céu, dizendo, em sua simplicidade, “vote nulo”, pois ele era seu próprio mentor, não precisava de salvador (da pátria). 
O mundo ficou tão cinza desde que Raul encontrou o moço do disco voador e voltou pro planeta dele. Mas fez bem, esse mundão moderno conectado, onde qualquer lesado vira filósofo contemporâneo, a inteligência vem se tornando artificial e a burrice natural, onde o louco é tido como normal, talvez não houvesse espaço pra um gigante como tu, Raul.
Então, vamos todos levantar nossos copos, com todo tipo de água, e brindar a esse ícone da música brasileira, que com sua ironia afiada, tocando o fod@-se com sua música rebelde, mostrou que o humor é uma arma poderosa, que o sarcasmo é a linguagem universal, nos fez rir, chorar, pensar e principalmente questionar. 
Observar uma geração, que ouviu Raul, acreditar em qualquer “má influencer”, em lorota de politiqueiros sebosos é, no mínimo, decepcionante! Segue o cortejo; De “não sustente parasitas” para “faz o Pix pro seu vagabo de estimação”, a sociedade escolheu a alternativa de seguir, sem questionar, as duas faces da mesma moeda, direita e esquerda, reféns do centrão. Se antes éramos nós contra eles, agora somos nós contra nós. E, apesar dos pesares, dos Lobões e dos Edmotos, Toca Raul! 🤘🏻
Créditos: Baú do Rock (28/06/24) Facebook
Raul Seixas: foto Divulgação
Tips: Marisela Leal & Ismael Sánchez
Producción y presentación: Oscar García da Rosa
Asistencia Técnica: Walther Alvarez
Viñeta: Felicidade (Compositores: Jorge Degas y Marcelo Salazar)
CD: Muxima 1995
Intérpretes: Jorge Degas y Marcelo Salazar
Este programa sale al aire, los domingos al mediodía, hora de California, 16 horas en Brasil por la KWMR.org Estación 90.5 FM Point Reyes CA. Estados Unidos.
Ouça enquanto dirige, faz tarefas de casa, quando faz exercícios, ou para relajar sozinho ou com amigos.

🎸Toca Raul (80 Años)

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