INVÓLUCRO
Som instrumental de sonoridade própria e composições inéditas, onde os elementos do rock, pop, funk, blues, folk, jazz entre outros, se conectam e fazem parte desse trabalho simples e original. 
 
CESAR MORAIS TOCA:
Guitarras
Violão nylon
Violão de 12 cordas
Baixo acústico
Programação de bateria
Arco de violino nas guitarras
Efeitos
 
Produção
Gravação, mixagem e masterização no estúdio INVÓLUCRO, por Cesar Morais em setembro de 2014 a julho de 2015.
 
Todas as musicas são de autoria de Cesar Morais exceto 1° solo em; O novo voo do pássaro de Roberto Krueger-Sapatão
Participações; Engels Espíritos faixas 01 e 05 tocando harmônicas e Willian Miranda, voz faixa 02
Encarte :Cesar Morais
Fotos: Mariana Morais
Caricatura; Beto Pereira
 


Nem purismo, nem saudosismo. O principal traço distintivo do EP  lançado pela banda Uma Ruma reside no amálgama. Referências diversas, a maior parte ancorada na primeira metade dos 90, contribuem para dar volume às guitarras que pontuam as quatro faixas de ‘Outra canção’ (2015). É o peso evidente das letras no processo de composição, no entanto, que parece definir a natureza autoral do registro.

Paulinho Só (voz e guitarra), muito bem acompanhado. Seria injusto apontar a banda Uma Ruma como um trabalho individual. Dificilmente, músicos cheios de calos nas pontas dos dedos como Leo Airplane (guitarra, teclado e samples) e Plástico Jr (baixo) se prestariam ao papel de mero coadjuvante. Não há como negar, contudo, que as canções assinadas por Paulinho investem em determinada visão de mundo. ‘Outra canção’ não catequiza, mas defende.

Falou-se aqui da competência dos músicos que compõem Uma Ruma (o batera Nego completa o quarteto), mas é preciso destacar ainda o gogó afinado do vocalista. Jovem senhor de cabelos brancos, Paulinho segura a onda e faz justiça à condição de bardo extemporâneo, atento ao “cotidiano urbano” e às “ânsias do coração”, como é declarado no Face dos caras. Tem muito a ensinar à molecada que está chegando agora. 

Brave new world! Ninguém precisa se fiar nas impressões do escriba, que teve o privilégio da conferir ‘Outra canção’ na surdina, antes de todo mundo.                 Por Rian Santos

..."Traço sozinho, no meu cubículo de engenheiro, o plano, firmo o projeto, aqui isolado, remoto até de quem eu sou... Outrora Quando fui outro, eram castelos e cavaleiros(Ilustrações, talvez, de qualquer livro de infância), outrora, quando fui verdadeiro ao meu sonho, eram grandes paisagens no Norte, explícita de neve, eram grandes palmares do Sul, opulentos verdes. Outrora. ...Temos todos duas vidas: A verdadeira, que é a que sonhamos na infância, e que continuamos sonhando, adultos, num abstrato de névoa; A falsa, que é a que vivemos em convivência com outros, que é prática, a útil, aquela em que acabam por nos meter num caixão. Na outra não há caixões, nem mortes, há só ilustrações de infância: Grandes livros coloridos, para ver mas não ler, grandes páginas de cores para recordar mais tarde. Na outra somos nós, Na outra vivemos; Nesta morremos, que é o que viver quer dizer; Neste momento, pela náusea, vivo na outra"... (Fernando Pessoa)

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