Para a consultora de gestão pública, Evelyn Levy, a resposta é simples: está nos desejos sociais. Segundo sua visão, as demandas coletivas de cada sociedade se representam, antes de tudo, nas possibilidades estatais em materializá-las. Assim, o desafio do Brasil está justamente no ajuste da rota na qual os desejos coletivos se avolumam, ao mesmo tempo que a eficiência em concretizá-los parece diminuir cada vez mais.

O que impacta o tamanho do Estado? | Evelyn Levy

Nesse momento, o maior desafio é que a responsabilidade social das empresas seja uma forma de gestão empresarial, capaz de reduzir as desigualdades.” Durante a Conferência Ethos 360º, em São Paulo, o diretor-presidente do Instituto Ethos, Caio Magri, falou sobre o dever do setor em atuar permanentemente no desenvolvimento da sociedade, inclusive, sobre como pequenas e médias empresas têm condições de exercer seu compromisso de cidadania, sem aumentar suas despesas. Uma das medidas, segundo ele, está no processo seletivo da empresa, ao mencionar a importância da diversidade na hora da contratação.

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O papel das empresas no combate às desigualdades sociais | Caio Magri

Para o economista Ricardo Abramovay, da USP, governo deve aproveitar demanda sustentável e mercados em regulação para aperfeiçoar conhecimento, inovação e produção de tecnologias próprias. Na perspectiva dele, um dos entraves econômicos mais relevantes do País é o fato da agropecuária — que representa um terço do PIB brasileiro — estar na contramão das mudanças necessárias diante da crise climática.

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Agenda verde brasileira não pode virar commodity, mas sim cadeias de valor| Ricardo Abramovay

Após 20 anos de fiscalização, o Brasil tornou-se referência mundial no combate à escravidão, no entanto, a prática ainda é uma realidade no país. Desde 1995, mais de 60 mil pessoas foram resgatadas, vítimas desse crime, mas sua erradicação depende do desmantelamento de um “círculo vicioso”, como aponta Luiz Machado, coordenador do Projeto de Combate ao Trabalho Escravo da OIT. Para o entrevistado, investimentos em educação e geração de oportunidades de emprego estão entre os caminhos que podem levar à solução.

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O que ainda falta para o fim do trabalho escravo no Brasil?

Segundo Leonardo Sakamoto, jornalista e presidente da Repórter Brasil, o trabalho escravo é uma das mais antigas formas de exploração. Ele surge quando alguém se acha no direito de transformar um semelhante em um instrumento descartável de trabalho. Da antiguidade clássica até hoje, esse problema foi se transformando. No entanto, em todas as suas formas de expressão, há um elemento básico: alguém achar que pode ficar rico explorando a dignidade de outra pessoa e negando a ela a liberdade e o mínimo de direitos. Para ele, o trabalho escravo não é a doença em si, mas o sintoma. Ele mostra que algo está errado.


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Persistência do trabalho escravo indica que há um problema estrutural na sociedade: a pobreza

Para trabalhar com sustentabilidade, é necessário ter uma visão de arquipélago, não de ilha. Temos que olhar para o longo prazo. É o que afirma Fernanda Gabriela Borger, pesquisadora sênior da Fipe, especialista em ESG e Gestão Estratégica para a Sustentabilidade. Ela também é consultora do Programa de Benchmarking e Prêmio da Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee), que tem como associadas 46 concessionárias dos serviços de energia elétrica.


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Visão além das ilhas

Para Daniela Castro, do Pacto pelo Esporte, são muitas as respostas. 
Desde a mobilização dos atletas dentro das entidades que administram suas modalidades até 
indicadores de monitoramento dos gastos públicos, por exemplo. 
Para ela, que também fez parte do projeto Jogos Limpos Dentro e Fora dos Estádios, do Instituto Ethos, 
a discussão atual sobre as SAFs nos times de futebol é parte desse legado. 

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Quais os legados da Copa e das Olimpíadas?

Para a socióloga Neca Setúbal, além de o ESG se restringir às grandes empresas, ainda parece dizer respeito, no Brasil, apenas aos aspectos ambientais e de governança, já que no quesito social ainda há muito por fazer. “Basta olhar para a diversidade. Pessoas brancas vão ter de dar lugar para não brancas. É revolucionário, mas difícil, porque, para quem já está lá, significa renunciar a privilégios.”

Empresas brasileiras adotaram parcialmente a agenda ESG. Por quê?

Segundo Flávia Lima, editora de Diversidade da Folha de S.Paulo, discussão sobre racismo no Brasil vive o principal momento histórico, após anos de invisibilidade acerca da situação social de negros e negras no País. Na perspectiva dela, boa parte do fenômeno se deve à imprensa, que adotou a agenda da diversidade nas redações e, da mesma forma, pautou os problemas envolvendo a negritude brasileira com mais intensidade nos últimos anos. Apesar de não ser vanguarda, os jornais também não estão parados no tempo. Por outro lado, ainda falta maior letramento conceitual aos jornalistas — não só para escrever as reportagens, mas para analisar os dilemas da vida social por lentes mais profundas.

Debate racial no Brasil cresce em velocidade importante, embora longe do ideal

Trabalhando há quase dez anos com o tema da diversidade, equidade e inclusão nas empresas brasileiras, a psicóloga Margareth Goldenberg observa que a discussão sobre a presença de mulheres nas lideranças de conselhos ou em diretoriais, é muito mais bem feita do que quando o debate vai em direção à presença de pessoas negras. Para ela, isso acontece por uma série de estereótipos – como o que de que não há bons profissionais negros no mercado – que se perpetuam entre os nichos do mercado, mesmo com o crescimento de talentos não-brancos. A mudança disso passa, na percepção dela, por um conceito específico: responsabilidade coletiva.


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Diversidade de gênero é mais bem aceita nas empresas; racismo ainda é desafio

Revista PB

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