Lyrics:

Século XXI
Mundo caótico
Semelhante a um roteiro
De um filme distópico

Valores invertidos
Total degeneração
Realidade distorcida
Na era da informação

Fusão da carne
Com o cilício
Seria o fim dos tempos
Em seu início?

Pelo olho que tudo vê
Sendo vigiado
Tentáculos do leviatã
Triturando o gado

Novus Ordo Seclorum

Projeto Blue Beam

Lyrics:

Estúdio californiano, sol, céu azul
Ela exibe seu corpo esbelto na piscina
A câmera foca nas linhas do seu cu
E na pele raspada da sua vagina

Meus olhos fitam o seu lombo nu
Porra vai na sua boca, buceta, e narina
Coito violento, forte, sádico, cru
E em meu cérebro, descarga de dopamina

Sozinho no quarto, com meu pau na mão
Click, excitação, fricção, ejaculação
Orgasmo diante de uma tela

Viciado no hormônio da felicidade
Cada dia mais distante da realidade
Vendo a vida passar pela janela

C8H11NO2

Lyrics:

Feliz daquele que no livro d'alma
Não tem folhas escritas
E nem saudade amarga, arrependida,
Nem lágrimas malditas!
 
Feliz daquele que de um anjo as tranças
Não respirou sequer
E nem bebeu eflúvios descorando
Numa voz de mulher...
 
E não sentiu-lhe a mão cheirosa e branca
Perdida em seus cabelos,
Nem resvalou do sonho deleitoso
A reais pesadelos...
 
Quem nunca te beijou, flor dos amores,
Flor do meu coração,
E não pediu frescor, febril e insano
Da noite à viração!
 
Ah! feliz quem dormiu no colo ardente
Da huri dos amores,
Que sôfrego bebeu o orvalho santo
Das perfumadas flores...
 
E pôde vê-la morta ou esquecida
Dos longos beijos seus,
Sem blasfemar das ilusões mais puras
E sem rir-se de Deus!
 
Mas, nesse doloroso sofrimento
Do pobre peito meu,
Sentir no coração que à dor da vida
A esperança morreu!...
 
Que me resta, meu Deus? aos meus suspiros
Nem geme a viração...
E dentro, no deserto do meu peito,
Não dorme o coração!

Desalento (Álvares de Azevedo)

Interllvdio

Lyrics:

Aos seres escavadores é oferecida
A inútil carne para sua desintegração
Tão podre, seca, fétida, enegrecida
Banhada por lágrimas de lamentação

A ouço sob meus pés sendo roída
Mais espaço dentro do caixão
A morte que sempre vence a vida
A luz que precisa da escuridão

Tão frágil, tão feia, tão rígida
Entregue como pagamento de uma dívida
A essa terra que a vida nos empresta

Aos vermes, o seu alimento
A nós cruzes, velas e lamentos
Isso é tudo que simplesmente nos resta

Interllvdio

Locvs Horrendvs