Experiência (2011-2018)
Phivos-Angelos Kollias (Grécia, 1982)
voz, flauta (ut e baixo), sax (soprano e barítono), piano, percussão, eletrônica e a percepção ativa

Os campos da experiência são vastos e seus limites beiram o infinito. Você já trilhou a sua própria estrada dentro desses campos. Você já percorreu essa estrada com seus próprios passos. E agora você chega em frente a um edifício no qual você pode escolher entrar. Você pode simplesmente ficar no hall de entrada, não tocar em nada e voltar. Ou você pode entrar mais ainda no edifício, dar uma olhada, explorar. Você pode concentrar seus esforços em buscar debaixo de um velho móvel de madeira, descer no porão ou se dirigir até o sótão para bisbilhotar em caixas esquecidas e empoeiradas. E depois de fuçar e buscar, você pode achar alguma coisa excepcional. Eu compus esse edifício, e você está prestes a ter a sua própria experiência pessoal nele.

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- Vento Noroeste (2012 rev. 2015) – 7’21’’
Michelle Agnes Magalhães (Brasil, 1979)
violino, cello, clarone

A peça faz parte de um ciclo maior de peças para clarineta, violino e violoncelo. A ideia inicial veio após a leitura de Vento do mar no interior, publicado em Os prazeres e os dias, de Marcel Proust. Vento Noroeste (Vent Du Nord-Ouest) é uma série de variações livres sobre o tema de sonoridades eólias sugeridas no texto: “A casa grita sob o vento como um barco, escutamos velas invisíveis se inflar, bandeiras invisíveis bater do lado de fora”. Uma paisagem é desvendada.

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Sopro de câmara (2009) – 7’53’’
Rodrigo Lima (Brasil, 1976 - )
flauta, sax alto e clarone 
Sopro de câmara tece suas linhas construindo e desconstruindo movimento e sonoridade, quase como um ato de inspirar e expirar. Uma sucessão de momentos onde a escritura ora prioriza um tecido polifônico mais estático, ora explora uma música de simultaneidade e vitalidade rítmica. Se no primeiro há uma busca pela síntese timbrística entre os instrumentos, misturando-os como quem pinta um quadro em diferentes gradações de cores, no segundo, a prioridade é uma escritura pulsante que permeia os limites do virtuosismo instrumental do grupo. Sopro de câmara foi composta especialmente para o ABSTRAI ensemble e por ele estreada em novembro de 2009, no concerto comemorativo dos 50 anos da Maison du Brésil na Cité Internationale Universitaire de Paris.

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Da Caccia X (2016)
Didier Marc Garin (França, 1963)
viola e sax alto         

Da Caccia X faz parte de uma série de duos escritos para instrumentos bem diferentes. O título se refere à caça, ou seja, a uma espécie de perseguição entre os dois instrumentos, que se distanciando e se aproximando graças ao material musical utilizado são alternadamente distantes ou cúmplices. Da Caccia X foi escrita em fevereiro de 2016 em Paraty (Brasil) e dedicado ao ASBTRAI ensemble.

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Trio (2012) 
Pauxy Gentil-Nunes (Brasil, 1963 - )
sax (soprano e tenor), guitarra e percussão

Trio (2011) articula duas propostas para a questão da forma aberta, que por sua vez interagem na forma global para criar uma terceira entidade, híbrida. A primeira é a interferência periódica da aleatoriedade rítmica e de alturas no discurso originariamente tradicional, de concerto. É apresentada de forma sutil no solo introdutório do saxofone, e levada ao seu extremo na seção central, onde o resultado formal é imprevisível (ainda que os componentes retirados do discurso tradicional). A segunda é a linguagem rítmica do Jongo da Serrinha, mais especificamente do tambor chamado Tambu. Essa improvisação é aditiva e estruturalmente recursiva, formando longas sequências duracionais, aplicadas em várias seções (como no Konnakol da música carnática ou em muitas obras de Olivier Messiaen).

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Quatro mundos II (2008) 
Roberto Victorio (Brasil, 1959)
Voz, flauta em sol, piano

Obra escrita para soprano, flauta em sol e piano a partir do poema homônimo de Beatriz Victorio, onde a partir da força textual foram criados inúmeros ambientes sonoros para a condução do jogo dual que se desenvolve no poema, alternando canto, narração e recitativos. Cada gesto sonoro surge como elemento condutivo-textual e transita entre as escritas proporcional e relativa, com o intuito de acentuar essa dualidade do poema e as inúmeras atmosferas que emergem.

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Angel Rock (2011)
João Pedro Oliveira (Portugal, 1959)
sax barítono, marimba e sons eletrônicos

Esta peça busca parte de suas influências sonoras no estilo “hard rock” e “progressive rock” dos anos 70. Os gestos explosivos, contrastando com notas agudas sustentadas, tentam relembrar em minha própria linguagem pessoal, algumas memórias musicais daqueles tempos.
A eletrônica é usada como uma expansão dos instrumentos, atuando como um “fantasma” dos gestos instrumentais. Esses sons “fantasmas” distorcem os sons instrumentais, da mesma forma que os sons da música dos anos 70 são distorcidos em minha memória, por causa da distância temporal de 40 anos.
Angel Rock foi encomendado pelo Giga-Hertz Award e composto no estúdio SWR em Freiburg.

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CD Experiência