Sergio Vid pede "Respeito" !
por Jamari França


Sergio Vid, ex-Sangue da Cidade, lança, com sua banda Vid & Sangue Azul, o single “Respeito”, versão do clássico de Otis Redding e maior sucesso de Aretha Franklin. De certa forma, trata-se de uma sequência do projeto DIVersões, uma recriação de músicas marcantes do rock, soul, folk e funk com letras em português.
No original, “Respeito” aborda o relacionamento de um casal, em que se pede respeito ao parceiro. Vid optou por uma letra de viés político, que pede respeito aos detentores de cargos eletivos, como governantes e legisladores: “Se o poder é só do povo. A gente faz tudo de novo. O que a gente quer é respeito....Tem que ter solução”. O original é soul, mas Vid faz uma leitura rock da canção sem alterar sua força e características.
Vid faz parte da Geração 80 do Rock Brasil,  que mudou a cara da música brasileira. Sua linha é de hard rock, mas começou numa banda que tinha tinturas hard, mas ia para o rock mais pop, o Sangue da Cidade. “Brilhar A Minha Estrela”, mais conhecida como “Dá Mais Um”, foi o grande sucesso do Sangue, lançada num single que tinha no lado B “Feito Louco”, música mais pesada da autoria de Vid.
Divergências internas, muito comuns no roquenrol, o levaram a sair do Sangue da Cidade e formar outra banda, essa sim, inteiramente de hard rock, a Sangue Azul. O momento áureo do grupo foi participar do Segundo Rock in Rio em janeiro de 1991, depois de vencer mais de 400 concorrentes em diversas etapas da Escalada do Rock.
Como segundo prêmio da Escalada, Vid ganhou um disco pela Warner Music que só saiu 10 anos depois. Ele optou por versões de grandes clássicos do rock. Vid fez as letras em português e enviou para os autores com as devidas explicações sobre suas opções, sempre que possível dentro do espírito original. 
Entre elas, teve a honra de receber a aprovação pessoal do ex-Beatle George Harrison para sua versão de “Something” (Algo), a última concedida por ele meses antes de sua morte em novembro de 2001. Da mesma maneira licenciaram o ex-Byrds David Crosby e atual  Crosby, Stills, Nash para “Long Time Gone” (Longo Tempo, gravado em dueto com Zélia Duncan), Steven Tyler, vocalista do Aerosmith, para “Dream On” (Sonhando), David Gates, vocalista do Bread, para “IF” (Se), Paul Simon para “Bridge Over Troubled Waters” (Rio de Águas Calmas), entre outros.
Na época do Sangue Azul, Vid elaborou o projeto Música Pauleira Brasileira, uma sacada inteligente que misturava clássicos da Música Popular Brasileira com pegadas de grupos de hard rock e heavy metal. Uma delas, “Partido Alto”, de Chico Buarque de Holanda ao estilo de AC/DC, ficou sete anos na programação da Rádio Fluminense FM, a Maldita.
O restante do projeto permanece inédito. Inclui “Fé Cega, Faca Amolada”, de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, com pegada de Deep Purple; “Como Vovó Já Dizia”, de Raul Seixas acoplada a Van Halen; o samba “É”, de Gonzaguinha, em ritmo de Ronnie James Dio, ex-vocalista do Black Sabbath e ex-Rainbow; “Hora do Almoço”, de Belchior, com The Who, entre outros.
Vid tem ainda participações no songbook de Chico Buarque com “Hino de Duran” para a Editora Lumiar e na recriação do Álbum Branco dos Beatles com “Yer Blues”, junto com o guitarrista Big Gilson, um projeto dirigido por Marcelo Froes. Como Vid & Sangue Azul tem LP homônimo pela gravadora Cogumelo, e o CD “A Bruxa”, que cobre a produção de 1986 a 1991. 
Criatividade é a marca maior de Sergio Vid, sempre em busca de novas formas de expressão. Sua obra respira verdade, sem jogadas de marketing ou compromissos com o que não lhe soe verdadeiro.
Nesta gravação de “Respeito”, Vid & Sangue Azul contou com a seguinte formação:
SERGIO VID- vocais, arranjo e produção
ARTHUR LIMA- guitarra introdutória
PAULO NERA- demais guitarras
ENDERSON MESQUITA- teclados e produção
JORGE MATHIAS- baixo
BRUNO DVORÁN- bateria



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Fé Cega, Faca Amolada - MPB-Música Pauleira Brasileira

Vid & Sangue Azul

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