Paulo Nupi é um dj que gosta de dançar. O seu lema é uma frase roubada à Miss Kittin: "How can you be a dj if you don't like to shake your ass in the middle of the crowd?”
Cedo revelou gosto pela música. Aos quatro anos, já tocava o conhecido hit O Pretinho Barnabé e fazia scratch com Os Patinhos. Esgotada essa técnica, decidiu dedicar-se à produção, com o novo xilofone Hammond oferecido no Natal, aos oito anos. Dois anos depois, uma ida à discoteca em Benidorm, acompanhado da irmã, deixou-o deslumbrado. A partir daí, viu o seu destino traçado.
Mais tarde, por pressões familiares, rumou a Lisboa para se licenciar. Influenciado pela vaga rave, escolheu engenharia química. Mas como gostava muito de dançar, e preferia ouvir música a mexer em tubos de ensaio, passava a vida no Bairro Alto.
No Bairro teve a sua primeira residência como dj, na Capela, considerada a catedral da música electrónica em Lisboa.
Incansável pesquisador musical, actualmente é um dos djs mais requisitados de Lisboa, animando habitualmente vários espaços como o Lux, a Capela, o Estado Líquido, o Lei Seca, o Clube da Esquina, o Arena Lounge no Casino de Lisboa, O Mexe Café, O Fluid, o Op Art, o Europa, o Bairrazza, a Pousada de Lisboa ou o Pestana CR7, tocando ainda frequentemente em Paris e Luanda.
Gosta de lidar com o aspecto lúdico da música sem pôr de lado as preocupações culturais contemporâneas, estando sempre muito atento às novas tendências e correntes musicais que vão surgindo no panorama artístico internacional.
Que música?
“House, tecnho, idm, funk e tudo à volta. Tudo o que tenha um certo sabor mental e dê balanço ao corpo. Os sets variam conforme o local: não tocarei os mesmos discos numa mega rave e num bar pequeno. Por exemplo, no Clube da Esquina opto por um registo mais soulfull e alguns hits trans-geracionais, ao passo que na Capela tenho um registo mais cru, mas sempre com algum groove, algures numa fusão entre o techno, o dub e o house. No lux também varia consoante o andar em que toco, mas sou bastante mais instintivo, pois é uma pista que o permite. Ou seja, funciono mais de acordo com as pessoas presentes na sala do que com uma linha sonora pré-estabelecida. Talvez por isso resulte uma amálgama sonora sempre diferente. De uma maneira geral detesto amarras e limites. Festa é festa. Life celebration: é isto a música para mim. Quando olho para a pista, gosto de ver alegria acima de tudo. Fico feliz por poder fazer os outros felizes ainda que momentaneamente. O abanar das ancas, o olhar reluzente, o descontrolo, o desvario, a exaltação, out of control, a dança sentida.”
As 3 melhores festas em que trabalhaste?
“Sem dúvida o terraço do Lux no sexto aniversário.
O after de uma das Festas das Flores no Indústria. 
A segunda vez que toquei na pista do Lux, parecia um furacão.
Um domingo inusitado no Op Art… à meia noite e meia já estavam a arredar mesas e cadeiras… foi a desbunda até às 8 da manhã.”
As 3 melhores em que não trabalhaste?
“O Sonar em Barcelona durante uma actuação do Laurent Garnier.
A Festa das Flores do Miguel Ângelo.
O Goa em Madrid.
A primeira vez do François Kevorkian no Lux.
E todas aquelas que nem me lembro da música.” Colegas de cabine?
“Nathan Fake, Craig Richards (Fabric), Wighnomy Brothers, Oskar Meltzer, Trevor Jackson, Freshkitos, Andre Galuzzi, Le Hammond Inferno, Rui Vargas, Andy H, Dexter, Expander, Rui Murka, Ellen Alien, Superpitcher, Lino Rodriguez, Expander, Tozé Diogo, Zé Pedro Moura, Dj Al, Bruno Correia, Miguel Sá, Kaspar entre muitos outros.”
Projectos para o futuro?
“Evolution: I'm a work in progress!”

Maria Antónia Oliveira e António Néu

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