Julyanna Vieira já passou por várias bandas de diferentes estilos musicais na tentativa de encontrar uma vertente a qual se identificasse. Hoje pela primeira vez em um projeto solo, Ju Vieira, como é mais conhecida, vem trabalhando em seu trabalho autoral de composições próprias e de estilos variados. Com influências diversas que vai desde músicas internacionais até artistas de sua região, Ju Vieira se encontra no momento mais firme de sua carreira. Natural de Arcoverde/PE, logo cedo se mudou pra capital, Recife/PE, onde lá teve sua iniciação musical meio que por brincadeira. Durante as férias colegiais, Ju Vieira e uns amigos resolveram montar uma banda pra ter o que fazer, mas tinha um porém: ninguém tocava nada, nem apito!!! Depois de um tempinho comprava revistas de violão em banca de jornal e começou a aprender algumas musicas. E assim com o tempo foi evoluindo e participando de bandas com os amigos o que lhe proporcionou navegar por diversos estilos, chegando a tocar em bandas de rock, reggae e até forró. De volta ao sertão em sua cidade natal Arcoverde/PE, se reencontrou com suas raízes, passando a compor suas próprias composições, aderindo a uma vertente que mais parece uma MPB meio suja , uma MPB com uma pitadinha de rock'n roll .

psychedelic brazilian one man's band
https://dmingus1man.bandcamp.com/
https://www.youtube.com/results?search_query=D+Mingus

APRESENTAÇÃO DO DISCO

O sistema de dance do agreste, o hip hop do sertão, a coalizão de Emboladas. Durante toda sua tragediaria, desde a infância, Totonho vem lidando com esses conteúdos, travestidos de mungangas sonoras sincopadas. Horas narrativas infindas, outras vezes denúncias escabrosas de desigualdades sociais. Ele já havia utilizado esses códigos no seu primeiro álbum, Totonho e Os Cabra, em composições como “Fax Pra Cartomante”, “A Rainha” e “Drums & Bass na Feira”. Depois, aprimorados no álbum Sabotador de Satélite, com “Argemira” e “A Era Espacial”. Tudo foi se fundindo para o Live P.A, em sistemas ao vivo de voz e máquina. Era mais que uma alternativa, era uma opção, uma dívida com ele próprio, que entende que a música Nordestina, mesmo antes do Pé de Serra, já nasceu dance music. Dos cocos de terreiro, que ouviu na infância, dos forrós nos sítios, dos poetas que frequentavam o bar da sua mãe na poética cidade de Monteiro, vieram os substratos de uma musicalidade que não é um desafio de repentista, mas códigos sonoros que o desafiam a tirar as coisas do lugar, como ele próprio revela. 

O Encontro com o Produtor Renato Oliveira, já ameaçava que algo surgiria de diferente na pegada dos dois. Foram convidados alguns auxílios luxuosos como Gui Raiz, o paulista Rica Amabis e carioca Ricardo Imperatori para chegarem junto no desafio. Renato Oliveira que  produziu revelações paraibanas que invadiram o cenário Nacional recente via programas de TV, entre eles, Os Gonzagas, Lucy Alves, Dois Africanos e Yego Gomes, se viu diante de uma desafio no mínimo engraçado e trabalhoso. Transformar os cocos de embolada em músicas de um paredão de relíquias, de uma música paraibana nada acanhada. Para esse projeto inovador e ousado, Totonho convidou SEU PEREIRA, ESCURINHO, OS GONZAGAS E ALEX MADUREIRA, para o desafio da OSTENTAÇÃO SONORA e Poética de Totonho e Os Cabra. O Resultado é um disco que faz um registro sonoro que parece mirar em Nação Zumbi, mas querer acertar em Latino, e outras sub relíquias do Funk Carioca. 

O Inicio: Uma série de Cocos de Roda foram deflagrados na cidade de João Pessoa, liderados por Totonho e Seu Pereira. Parecia de fato ostentação porque os eventos marcados no Bar do Contorno, Lagoa, Praça da Paz, movimentaram a cena, provocando as estruturas de difusão da música produzida na Paraíba. Eram jovens querendo dançar coco, praticar a cultura da umbigada, cujo umbigo fugia ao narciso e ligava códigos de danças e necessidade das pessoas tomarem conhecimento que o Coco é uma manifestação profundamente desenvolvida na Paraíba, e que teve expoentes importantes como Cachimbinho e Geraldo Mousinho, e Mestre Jackson do Pandeiro. Afora terreiros de sambadas como os de Monteiro com sua Mazurca e Gurugi, em profunda efervescência até o presente momento. Seu Pereira e Totonho acabaram compondo juntos e organizando outras umbigadas chegando até Cabedelo, outro lugar não desprezível da realidade cultural da musica e dança que tentavam exaltar. O Resultado é esse, a Ostentação da Liberdade de praticar seus próprios códigos culturais, e a partir dele, Totonho afirma com a convicção de sabe do que está falando “Tradição é o que segue, não é o que fica trancafiado em normas retrogradas de registros filmados ou fonográficos. Só se preserva a tradição se outras gerações aceitam, participam e interagem, por isso ela deve ser adequada aos olhares do seu tempo”.


Eu me somo, na medida em que me divido, e me reconstruo, enquanto me dilacero: doando-me, em poesia e canção. E o nada que sei que sou seria menos ainda, não fossem meus paradoxos.
Esse é o espaço de meus pensamentos noturnos, das gravações caseiras no eco de meu quarto. dos primeiros registros de algumas canções logo depois de terem sido escritas, onde o sentimento se mantem ainda vivo e puro.

Histórico
VERTIN começou sua carreira artística, no início dos anos 2000, depois do advento da ocupação da Estação Ferroviária de Arcoverde-PE, realizada por artista locais, ao integrar o grupo de teatro A gente construindo que ali se gerou. Como a gênesis de um processo de transformação de pessoas e do lugar delas, essa modificação de um espaço-concreto, antes abandonado, para um ambiente propício à construção artística, significou mais que tudo, o marco zero do surgimento e demarcação das produções que aconteciam naquele interior sertanejo. 

VERTIN lança-se, como músico e compositor, ao lado de um dos cinco artistas que ocupou o galpão da antiga estação de trem. Coincidência ou não, o artista é o seu irmão mais velho Helton Moura que formulou, com Vertin e Alex Nicolas (Olinda-PE), a banda Helton Moura E O Cambaio, estreando com o CD Maquete Sonora 2009. 
Seu primeiro disco solo, Filhosofia, com lançamento independente em 2012, construiu-se da experiência de shows pelo estado de Pernambuco, da vivência no teatro da Estação da Cultura em Arcoverde, da efervescência em que o movimento dos grupos contemporâneos Cordel do Fogo Encantado, Samba de Coco Raízes, Cobaias do Sisal, Maria Joana se encontravam, e sobretudo da inserção na academia de Filosofia. 

Considerado pela imprensa de Pernambuco como "destaque/revelação" do Festival de Inverno de Garanhuns 2013, e intitulado de "o novo nome" da música de Pernambuco 2014, irrompeu deste processo parcerias com os músicos Lirinha, Almério, Juliano Holanda, entre outros, marcadas por apresentações ao longo de sua jornada, fazendo culminar no lançamento do single De alma, corpo, mente e coração (2014) com participação de Marcelo Jeneci nos vocais. Em 2015, foi a vez de VERTIN ter sua estreia no cinema compondo o elenco do Filme Big Jato, novo filme premiado no Festival de Brasília, do diretor Cláudio Assis.


Felipe Novo is following